Capítulo 6

1764 Words
Nina narrando: Eu me virei para olhar para trás, para a minha destruição iminente. Os três lobos que vinham me seguindo também pararam de me perseguir e ficaram a uma curta distância de mim, como se esperassem que eu desse o primeiro passo. Eu tinha que sair disso, mas como? Eu não poderia pular no oceano agora, poderia? Uma espécie de conversa silenciosa passou entre os três lobos antes que o lobo n***o tremesse de repente, como se estivesse tendo uma convulsão, e então, em vez de um animal, um jovem era o que estava parado na minha frente. Pisquei os olhos uma vez, depois duas. Eu não podia acreditar nisso. Como um animal pode se transformar em humano? Ou melhor ainda, sempre foi um humano disfarçado de animal? Algo assim era mesmo possível? Está não era uma história infantil ou um pesadelo, considerando o conteúdo dessa história em particular. Está era a vida real. Como alguém poderia mudar de forma de animal para humano na vida real? O referido animal/homem ficou olhando para mim no que parecia ser choque e descrença. Ele esfregou os olhos algumas vezes, quase como se não pudesse acreditar no que estava vendo. Então duas palavras sussurradas que eu podia ouvir claramente devido à minha audição agora aprimorada, saíram de sua boca. — Nina Cooper? Eu dei a ele um olhar confuso. Esse era o meu nome? Parecia que ele estava se dirigindo a mim, obviamente. Ele não poderia estar falando com o ar atrás de mim, a menos que fosse um daqueles que podem ver fantasmas. Por que eu não conseguia me lembrar? Qual era o meu nome? Por que eu estava em branco quando tentei lembrar meu nome? Eu deveria ser capaz de lembrar meu nome. Ninguém nunca pode esquecer seu nome. — Quem fez isto com você? — ele tremeu, seus dentes cerrados no que parecia ser raiva — Eles quebraram o tratado! Eles quem? Que tratado? Eu tinha mais perguntas do que respostas no momento. O que esse "eles" fizeram comigo que o deixou furioso? Esse misterioso "eles" era responsável por tudo o que eu era agora? Eu sabia que não era normal. Isso era óbvio pela minha velocidade, audição e visão aprimoradas, e também por essa sede ardente que se instalou em minha garganta. Mas então o que eu era? Antes que o lobo n***o transformado em homem pudesse me dizer mais alguma coisa, o lobo prateado também se transformou em humano, um homem que parecia ter vinte e poucos anos. Ele estava nu, bem, ambos estavam. Eu tentei muito não olhar para aquela anatomia particular deles, mas você nunca ouviu falar da noção - se você tentar não pensar ou não olhar para algo, incontrolavelmente sua mente e olhos continuarão voltando para isso. Tive a sensação de que estaria corando se pudesse. — Eles quebraram o tratado, Sam. — disse o homem ao outro que gritou o que parecia ser meu nome: — Isso significa guerra. O chamado Sam colocou uma mão calmante no ombro do outro. — Discutiremos sobre isso mais tarde. Tive a sensação de que, embora Sam tivesse colocado isso como uma mera sugestão, era muito mais do que isso. Foi uma ordem. Minhas suspeitas foram confirmadas pela autoridade em seu tom de voz, ele era o líder do bando, se é que eles eram. O outro, porém, apenas zombou em resposta antes de lançar um olhar de nojo para mim. Eu rosnei de volta para ele. Eu não gostava que ninguém olhasse para mim como se eu fosse um lixo. Tive uma breve sensação de que algo semelhante ou alguém antes havia me dado aquele olhar, me tratando como se eu fosse uma d***a. Eu não conseguia lembrar quem ou o que exatamente havia acontecido. — Por que ela ainda está viva, Sam? Por que você se transformou para falar com ela? — questionou o outro — Ela é uma sanguessuga. Ela cruzou a fronteira. Isso significa que temos o direito de matá-la. Sem exceções para ninguém. Sua voz era firme. Ele deu um passo à frente em minha direção. Ele ia me m***r. Eu podia ver isso em seu rosto. Ele mudou de volta para um lobo e novamente começou a caminhar lentamente, perigosamente em minha direção. Os amigos dele…. Companheiros de matilha, eles não iriam detê-lo. Eles iriam deixá-lo me m***r. Olhei para o oceano à minha frente. Eu não tinha outra escolha. Meus instintos estavam me dizendo para escapar. As probabilidades não estavam a meu favor. Eu nem tive tempo de pensar se nadar no oceano estava nas possibilidades de minhas novas habilidades. Eu tinha que correr esse risco. Eu sabia que não era uma piscina que eu pudesse nadar facilmente, mesmo que soubesse nadar, era um oceano cheio de tubarões, baleias, golfinhos... Eu nem sabia o que mais poderia haver ali, mas como eu disse antes, não tive outra escolha. Ele deu mais um passo em minha direção e instantaneamente pulei do topo do penhasco na água fria abaixo. Comecei a nadar, o movimento vindo de mim sem esforço. Eu podia ver os homens lobo olhando para mim de cima. Seus rostos continham uma raiva desconhecida. Onde quer que isso fosse, voltar aqui novamente definitivamente não seria uma opção sábia. Tive a sensação de que a raiva deles era mais sobre o que eu havia me tornado do que sobre quem eu era ou tinha sido antes. Mas o que exatamente eu tinha me tornado? Nadei por horas seguidas, em nenhuma direção específica. Surpreendentemente, nem fiquei exausta com a ação e nenhum tubarão se aproximou de mim. Pelo contrário, todos eles fugiram de mim. Quase como se eu fosse mais uma vez o predador da situação. Finalmente, quando a terra estava à minha vista, decidi parar e encontrar uma solução para esse intenso ardor na garganta. Apenas aumentava a cada minuto que passava, mas também era excessivamente engraçado e estranho como minha atenção podia ser facilmente desviada ... Quase como um bebê diante de um objeto brilhante. Nadei e depois caminhei em direção à costa que se aproximava. O sol estava prestes a sair. Era de manhã cedo, cerca de uma hora antes do nascer do sol. Eu não tinha ideia de onde estava, mas onde quer que estivesse, não havia ninguém à vista. Eu andei na frente, franzindo a testa e odiando a sensação de minhas roupas molhadas grudadas no meu corpo. Eu ansiava por uma muda de roupa, mas obviamente não tinha oportunidade para tanto luxo. Eu m*l havia caminhado cerca de um quilômetro e meio, quando minhas narinas foram repentinamente invadidas pelo cheiro mais doce que já existiu. Respirei fundo, gemendo com o prazer e a tentação que isso causou dentro de mim. Eu tinha que ter isso... o que quer que fosse esse isso. Comecei a correr na direção de onde vinha o cheiro. Meus olhos estavam brilhando de necessidade e desejo, e eu quase podia sentir a baba inexistente que estava chegando perto da minha boca. O cheiro ficava mais doce e ainda mais tentador a cada passo que eu dava. Continuei correndo, a única coisa em minha mente era a necessidade de possuir essa ambrosia tentadora. Finalmente, quando pude sentir que estava perto, estranhamente pude até ouvir um batimento cardíaco, cedi aos meus instintos e instantaneamente me lancei sobre qualquer que fosse o meu chamado. Meus olhos se fecharam enquanto minha boca se abria em resposta ao cheiro e começava a tomar o que tanto desejava. Um líquido quente entrou em minha boca, descendo pela minha garganta e saciando instantaneamente minha sede. — Hum — um gemido saiu da minha boca. O que era esse líquido? Por que foi tão saboroso? Continuei bebendo o líquido por mais alguns minutos, até sentir o suprimento dele acabando. Eu queria mais. Eu precisava de mais. eu tinha que ter mais. Rapidamente abri meus olhos, tentando descobrir o que era "isso" que tinha sido a cura para minha queimadura. Eu precisava de mais disso. Meus olhos se arregalaram em choque com a resposta a essa minha pergunta. Era um humano, um corpo humano claramente desprovido de sangue. O homem em seu traje de corrida provavelmente indo para a praia para uma corrida matinal, estava completamente imóvel na minha frente. Eu não conseguia mais ouvir seu batimento cardíaco. Ele estava morto. Imediatamente toquei minha boca com medo do que encontraria e peguei os restos do líquido quente que eu tinha acabado de ingerir. Com as mãos quase trêmulas levei o líquido à ponta dos dedos e deixei meus olhos verem o que tanto desejava. Era sangue... o sangue da pessoa que estava diante de mim, o sangue da pessoa cuja vida eu havia tirado. Eu tropecei para trás em estado de choque. Eu tinha acabado de beber sangue? O que eu era? Eu precisava da resposta imediatamente. Eu não podia esperar mais. Comecei a juntar as pistas que me foram dadas desde que acordei ontem à noite. Eu não tinha batimentos cardíacos, o que me deixou tecnicamente morta. Mesmo que eu pudesse andar, beber, pensar. Eu não precisava respirar. Outros animais me viam como um predador. Eles fugiram de mim. Eu tinha visão e audição aprimoradas e velocidade que nenhum humano poderia ter. Eu bebi sangue, sangue humano. Aquele homem lobo me chamou de sanguessuga. Sanguessugas sugam sangue, então outro termo seria sugador de sangue. ''Um vampiro'' Meus olhos se arregalaram de medo quando a resposta veio de repente em minha mente. Não…. isso não poderia ser verdade. Vampiros não existiam, mas também não existiam homens que podiam se transformar em lobos. Era possível que os vampiros também existissem. Eu mais uma vez olhei para o corpo morto do humano. Havia um corte em sua garganta - um corte claramente feito por meus dentes. Eu era um vampiro. Não sei como e por quê, mas agora eu era um. Eu tinha certeza disso. Eu continuei olhando para o corpo humano na minha frente. Eu precisava de um plano. O que eu deveria fazer agora? Nunca esperei estar nesta situação. Onde eu deveria ir? Havia outros de minha espécie? Bem, obviamente, tinha que haver um deles para eu estar aqui, mas quantos outros havia? — Hora... hora... hora. — disse uma voz masculina, o tom muito mais provocador do que eu gostaria. — O que temos aqui? Eu olhei para cima para ver e encontrei os olhos dos meus intrusos. Havia dois deles. Respirei fundo, meus instintos me dizendo tudo o que eu precisava saber. Essas pessoas na minha frente... eram do meu novo tipo.
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