Capítulo 4

2781 Words
Bruce narrando: — Concentre-se em mim, Bruce. — Sophia disse, mais uma vez atraindo minha atenção. — Você consegue fazer isso. Apenas pare de respirar e incline-se o mais longe possível dela. Resisti à vontade de revirar os olhos. Eu já não estava respirando. Eu não era e******o. Eu a teria matado assim que ela entrou na aula se eu estivesse respirando. Eu fiz como Sophia disse, porém, me inclinei em direção à parede, mantendo o máximo de distância possível entre nós dois. Arrisquei um olhar para a garota sentada ao meu lado e instantaneamente uma carranca cobriu meu rosto. Por que seu cheiro tinha que ser tão tentador? Tentei me concentrar em seus pensamentos para obter um pouco mais de conhecimento sobre ela. Isso sempre ajudou a salvar suas vidas. Eu não poderia m***r alguém cujos desejos, desejos e preocupações eu conhecesse. Isso os tornava mais... humanos. Eu não poderia tirar a vida de uma pessoa que estava cuidando de seu antigo pai ou de uma jovem que estava prestes a se casar em poucos dias. Isso era simplesmente c***l. Estava silencioso, absolutamente silencioso. Eu não conseguia ouvir nada do que se passava na cabeça dela. Isso nunca tinha acontecido comigo antes. Claro, eu encontrei pessoas que eram difíceis de ler - o chefe James Cooper sendo um exemplo disso, mas ainda assim eu pegava alguns pensamentos aleatórios aqui e ali. Esse tipo de silêncio era assustador e perturbador. Eu nunca encontrei ninguém cuja mente não pudesse ser penetrada por mim. Eu tentei de novo, e de novo, mas ainda assim era como se uma parede tivesse sido construída antes de seus pensamentos e não importava o quanto eu tentasse quebrar aquela parede de tijolos, ela se recusava a ceder. A carranca no meu rosto se intensificou. Eu tinha lido vários pensamentos desde a manhã, olhei brevemente para mim antes de voltar para o caderno dela. Ela então cobriu o rosto com os cabelos, e seu cheiro fresco de frésia, se espalhou no ar, mais uma vez inundou minha mente e garganta. Apertei meus punhos. Eu não queria fazer isso. Eu estava tentando tanto. Por que ela estava tentando me testar sem saber? — Ela tem família, Bruce. Seu pai a ama. Ela gosta de ler e cozinhar. — Sophia falou em minha mente, suavemente. — Estou tentando aqui, Sophia. — sussurrei inutilmente para ela. Ela estava me irritando agora. Eu só queria que essa aula acabasse. Eu não podia mais ficar aqui. Eu tinha que sair daqui…. e possivelmente sair do estado. Eu mataria Nina mesmo se ela estivesse em qualquer lugar no mesmo estado que o meu. Eu voltaria para buscá-la se não fosse embora o mais rápido possível. Contei os segundos até a aula acabar e, assim que o sinal tocou, saí correndo da aula. Lá fora Sophia estava esperando por mim. — Ela é uma criança, Bruce. — Ela me disse suavemente, levando-me para longe daquelas pessoas. — Você acha que eu não sei disso? — Eu gritei de volta para ela. Ela suspirou, esfregando as têmporas. — Que tal isso, você muda seu horário. Você não precisa dividir nenhuma aula com ela e evitá-la durante o almoço não seria muito difícil. Nós nos sentamos na mesa do canto de qualquer maneira, longe de qualquer humano. — Sophia, você tem estado perto de sua cantora. Você sabe que não é tão fácil. — Eu disse em um tom frustrado. — Por favor, não nos deixe e vá embora. — Ela implorou. — vai machucar Crystal. Se alguém pode fazer isso de todos nós, é você. Depois de Anton, você tem o melhor controle da família. Suspirei, colocando a minha cabeça entre as mãos. — Tudo bem. Vou tentar, mas se não der certo, estou fora daqui. Ela me deu um pequeno sorriso e um rápido aceno de cabeça. Para o bem da felicidade da minha família, eu tentaria isso também. O escritório da Sra. Smith era meu próximo destino. Eu precisava saber o resultado daquela conversa antes de dar meu próximo passo. Deixar Sin City seria minha melhor aposta para salvar a vida da humana, mas eu não poderia machucar meus pais no processo. Eu tinha certeza que se eu deixasse Sin City e fosse, possivelmente para outra cidade, eu não voltaria pelo menos até que ela, Nina Cooper, terminasse seu ensino médio e deixasse esta cidade mais uma vez. Eu não suportaria a tentação de morar na mesma cidade que ela. Mas também confiei em Sophia. Se ela disse que eu ainda poderia viver em Sin City e deixar a humana viver, eu confiava nela o suficiente para seguir. Acabei de compartilhar uma aula com a referida humana e essa era minha única e principal prioridade no momento. Eu só tinha que convencer a Sra. Smith a me deixar mudar aquele meu período. Falar com a Sra. Smith é como se eu estivesse batendo minha cabeça na parede. Ela ficava flertando comigo; seus pensamentos estavam cheios de todas as coisas, vi o que ela queria fazer comigo e, francamente, estava apenas me dando dor de cabeça. Depois de quinze minutos suportando suas terríveis tentativas de flerte e tentando convencê-la de que eu só precisava mudar o horário da minha única aula, senti que finalmente havia feito algum progresso. Ela estava se inclinando para conferir os horários agora. Eu podia ver isso em seus pensamentos. Ela estava prestes a ceder aos meus desejos quando eu cheirei…. o sangue mais apetitoso que existe. Eu me virei para olhar para a minha vítima. Ela estava parada na porta. Meus olhos negros famintos olhavam para os castanhos chocolate dela. Ela deu um passo para trás com medo e resisti à vontade de rosnar para ela. Ela não iria a lugar nenhum. Ela era minha. Seu sangue me chamou. Ele me fez promessas de me deixar banhar em seu paraíso puro e delicioso. Foi quando deixei de lado meu lado humano. O monstro havia vencido. Meus instintos de vampiro celebraram esse julgamento. Foi uma vitória, afirmaram. Agora, eu só tinha que pegar essa deusa sozinha. Não pude deixar nenhuma testemunha. Eu saí correndo de lá o mais rápido possível, no entanto. Eu precisava de um plano firme e, nesse plano firme, meu primeiro plano de ação era deixar meus irmãos voltarem para casa sem mim. Eu era um bastardo egoísta. Eles definitivamente me impediriam se soubessem o que eu estava planejando. Meus irmãos estavam esperando por mim quando cheguei ao meu Volvo. Sempre íamos juntos para a escola. — Sinto muito, Bruce. — Sophia disse preocupada — A Sra. Smith deveria concordar com isso, Nina... ela deveria chegar depois que você saísse do escritório. Eu balancei a cabeça com indiferença. Eu não ia desistir do meu plano. Minha decisão foi tomada e eu a manteria. — Está bem. — Eu disse no mesmo tom casual. Luke levantou uma sobrancelha para mim, mas não disse nada em resposta. — Eu só preciso fazer uma longa viagem. Você sabe como isso ajuda a clarear minha mente. — Eu coloquei minha mentira grossa — Eu também vou caçar no caminho. Se eu quiser deixar a humana viver, precisarei caçar regularmente. Sophia apenas acenou com a cabeça em compreensão. Rose zombou, mas essa era sua resposta geral para quase todas as situações. Luke não estava convencido. Ele sabia que eu estava mentindo em parte, mas não quis me criticar. Liam era a favor de qualquer coisa que salvasse a vida de um inocente. — Ok, Bruce. — disse Sophia — Eu estarei vigiando e me certificando de que nada dê errado. Eu sei querida irmã, eu sei…. E esse é um dos meus maiores problemas. Eu dei a eles um pequeno sorriso e fiquei observando enquanto eles caminhavam em direção às árvores que nos cercavam, deixando o carro para trás. Agora eu tinha que voltar ao plano que estava diante de mim. Evitar a visão de Sophia era difícil, mas não impossível, e depois de tantos anos de vida, eu simplesmente conhecia a entrada e a saída. Nossas mentes vampíricas capazes de processar cem vezes mais que a mente humana. Conseguíamos nos concentrar em várias coisas ao mesmo tempo e éramos excelentes em multitarefas. Também poderíamos tomar várias decisões ao mesmo tempo e, mesmo que uma dessas várias decisões não estivesse em nossa mente, Sophia não seria capaz de ver essa decisão. Sua capacidade de ver o futuro captou a decisão mais provável e também a mais firme que estava em nossa cabeça. Ela não conseguia ver as decisões menores, não tão importantes para nós. Eu só tinha que manter a longa viagem e caçar decisões posteriores firmes em minha cabeça e Sophia não sentiria falta de todas as outras decisões menores tomadas. Ela não podia ver o resultado escolhido. Ela só via a decisão tomada, e as pessoas falavam e faziam coisas completamente diferentes o tempo todo, e o mais importante, eu teria que ser o mais espontâneo possível. Eu não podia perder minha concentração e correr o risco de Sophia me pegar em um momento de fraqueza. Como eu disse antes, evitar as visões de Sophia era possível, só que era um pouco mais difícil e você tinha que saber exatamente o que estava fazendo e pensando, e felizmente para mim eu sabia exatamente o que fazer e pensar para evitar a visão dela, e também o mais importante, eu teria que ser o mais espontâneo possível. Eu não podia perder minha concentração e correr o risCo de Sophia me pegar em um momento de fraqueza. Feito isso, comecei a trabalhar em meu próximo passo no plano - sabotar o pedaço de lixo que ela chamava de carro. Eu tinha anos de experiência em carros e peças de carros. Eu me formei em engenharia automobilística, pelo amor de Deus. Este foi um pedaço de bolo saboroso para mim. Menos de cinco minutos depois, meu trabalho estava feito e depois de me certificar de que nenhum adolescente e******o tinha visto ou notado o borrão que eu havia causado quando trabalhei na minha velocidade de vampiro, me escondi nas sombras. Minha vítima logo chegou e sem saber caiu direto na minha armadilha. Eu a segui pela floresta quando ela saiu do estacionamento da escola naquele fusca dela. Eu não conseguia tirá-la de vista. Eu precisava ficar de olho nela constantemente. Seu sangue era muito tentador para ser deixado sozinho. Não podia arriscar perder aquele doce néctar. Um enorme sorriso satisfeito cobriu meu rosto quando finalmente seu fusca cedeu e parou no meio do nada. Isso foi perfeito, perfeito demais. Eu não poderia ter planejado melhor. Eu então corri de volta para onde meu carro estava e fingi ser a pessoa prestativa que eu poderia ser. Ela estava hesitante em aceitar minha ajuda, pelo menos ela tinha alguns instintos de sobrevivência nela, mas um pouco de deslumbramento e a tentação de chegar em casa a tempo foram um longo caminho e finalmente ela concordou em me deixar acompanhá-la até sua casa pelo atalho na floresta. Eu me senti m*l por ela. Eu honestamente fiz. Foi uma pena que ela a tivesse mudado. Foi lamentável que ela tenha aberto a jaula para o monstro que mantive trancado em minha mente nas últimas setenta décadas. Esta foi a primeira vez que o monstro em mim caminhou livremente desde o meu período rebelde, e ele estava encantado por estar fora. Ela estava tão confiante... tão jovem…. tão bonita. Foi uma pena realmente. Eu me virei para olhar para ela quando finalmente estava onde precisava que ela estivesse... longe de qualquer olhar desavisado. — Sinto muito, Nina. Eu não sou um monstro. É só que o seu sangue... é como o melhor chocolate... a fruta mais suculenta. Não consigo resistir. Eu tentei tanto. — Eu gemi de dor, me desculpando. Eu senti que ela merecia este pedido de desculpas final. Isso era o mínimo que eu poderia oferecer a ela. Ela estremeceu de medo em resposta. Mesmo que ela não soubesse exatamente o que estava prestes a acontecer com ela, ela sabia que era r**m. Ela podia sentir isso no ar. Eu só queria ter lido a mente dela. Eu queria saber o que ela estava pensando no momento. Eu queria saber se ela estava se lembrando de seus pais ou se ela estava orando a Deus. Eu queria saber o que ela estava sentindo e o quanto ela estava preocupada. Eu queria ouvir seus pensamentos e a miséria que eles teriam. Eu provavelmente era realmente um monstro… — Bruce. — ela sussurrou como uma oração na ponta da língua. — Sinto muito, Nina. Eu gostaria de não ter que fazer isso. Eu gostaria de ter mais controle. Eu me desculpei uma última vez, com um movimento rápido eu estava de pé ao lado dela e minha boca estava em seu pescoço. Eu não podia esperar mais. Eu tinha que tê-la. Abri minha boca e deixei meus dentes pontudos fazerem seu trabalho de cortar sua pele macia e facilmente penetrável. Oooo….. este foi o paraíso na terra. Era mais doce do que qualquer coisa que eu já havia provado. Eu não poderia fugir. Eu não poderia recuar. Todo pensamento racional deixou minha mente. Era tudo ela. Eu não me importava se Sophia me visse fazendo isso. Eu não me importava se até mesmo um humano me visse assim. Eu só tinha que drená-la. Eu precisava colocar todo aquele líquido em mim. Não pude resistir nem mesmo a deixar cair uma gota disso. Eu gemi alto para o mundo inteiro ouvir e ver. Caí no chão levando-a comigo. Ela não ia a lugar nenhum…. pelo menos não até eu terminar com ela. Ela estava ficando mais fraca. Eu podia sentir isso. Eu tinha acabado de tomar outro longo gole da minha h*****a quando ouvi. — Oh Bruce, eu sinto muito. Eu vi isso tão tarde. Eu gostaria de ter visto antes. Abri os olhos quando o choque e o medo se instalaram, fazendo-me tropeçar em meus pés. Meu monstro que existia em mim voltou para sua jaula e o meu lado humano racional voltou - o lado racional que vivia pelos princípios de Anton. O que eu fiz? Como eu poderia ter perdido todo o controle sobre mim mesmo? Empurrei o cadáver para longe de mim com vergonha, raiva e choque. Eu não podia acreditar que tinha feito isso. Foi como uma experiência fora do corpo. Eu gostaria de poder alegar inocencia, mas sabia que não tinha desculpas. eu era culpado. Eu tinha tirado a vida de um humano. Sophia veio e ficou ao meu lado. A pena que ela estava sentindo estava clara em seu rosto. Eu queria dizer a ela que não merecia essa pena. Eu não era digno disso. Eu queria assumir a responsabilidade por minhas ações, mas fui um covarde. Eu era um covarde que não conseguia encarar a vergonha no rosto de minha família. Eu não conseguia ver a culpa e o remorso nos olhos de meus pais. Eu não podia suportar que eles me odiassem. — Eu escorreguei. — Eu menti. — Eu estava passando e a vi parada ao lado do fusca. Perdi o controle. Sophia acenou com a cabeça em compreensão. — Eu sei. Eu vi você mordendo ela. Eu só queria ter visto isso antes de acontecer. — Anton. — eu sussurrei em questão. Ela acenou com a cabeça novamente. — Todo mundo sabe. Eles entendem. Eles não culpam você. Crystal e Liam estão arrumando a casa. Decidimos nos mudar para o Alasca por enquanto. Não é seguro para nós ficarmos aqui com você de olhos vermelhos. Olhos vermelhos... Eu tinha esquecido disso. — Anton foi para o hospital e Rose está de mau humor. Ela não queria se mudar tão cedo. Você sabe como ela é. Ela encolheu os ombros. Eu balancei a cabeça, meus olhos voltando para a garota que estava imóvel ao meu lado. Sua mente estava silenciosa, um mistério que nunca seria resolvido. Ela ficou imóvel como um cadáver. Seu cabelo castanho esvoaçava ao seu redor enquanto seus olhos estavam fechados. Foi uma pena, de verdade. O monstro em mim havia vencido esta rodada, mas eu me certificaria de que ele nunca venceria novamente. — Vamos sair daqui. — Eu disse. Eu não aguentava mais ficar aqui. Eu tinha que sair daqui. O que foi feito foi feito. Não tive escolha a não ser aceitar e seguir em frente. Eu tinha certeza de uma coisa, no entanto, eu nunca deixaria minha família saber que essa morte não foi acidental. eu não tinha escorregado. Foi planejado e eu era culpado. Eu era um lobo em pele de cordeiro.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD