Prólogo

1392 Words
Marianne Os dias dentro de casa são monótonos e chatos. Seja pela minha enorme carga de trabalho ou por minhas horas de estudo, tudo termina sempre no mesmo. Eu tenho dezoito anos. Moro sozinha desde que os meus pais desapareceram magicamente. Eles viajaram e jamais voltaram. Eu tive que lutar com a justiça por alguns meses até conseguir a minha emancipação. Um apartamento no centro da cidade, dinheiro e um emprego foram o suficiente para que eu pudesse ficar viver normalmente e sozinha. Isso era bom. Eu tinha acabado de sair do ensino médio. Estava indo para a faculdade, onde eu tinha, finalmente, conquistado a minha bolsa de estudos, o que me deixava muito feliz e animada. Puxo o ar, fecho os olhos e tranco a minha casa, descendo a grande escadaria e fechando o portão do prédio. Olho para a rua e ando apressada até a cafeteria. Um café e pronto. Era tudo o que eu precisava para ter algum gás nesse primeiro dia. Mordo os meus lábios nervosa e pego os meus fones, conectando alguma música aleatória para manter os meus olhos longe de qualquer pessoa que fosse. Ando encarando o chão, paro no sinal algumas vezes e olho para os dois lados, atravessando. Meu corpo bate em uma superfície dura. Xingo e dou alguns passos para trás, finalmente olhando para frente. Com sorte, eu tinha acabado de terminar o café. — Desculpe. — mrumuro. — Eu sou muito desastrada. — Eu sei. — A voz grossa do homem ecoa em meus ouvidos e eu gelo. Dean Willians era o dono da cidade. Ou melhor, o filho do dono. Seu pai, Frederic Willians era dono de metade de todas as propriedades e prefeito. Todos sabiam que ele era corrupto, mas ele controlava tudo. Dean não era muito diferente. Seu olhar frio, um cara de poucos amigos e boatos espalhados por todos os lugares o faziam ficar a cada segundo mais aterrorizante. Ninguém queria se meter em problemas com Dean. — Desculpe. — Sussurro. Ele me lança um olhar penetrante e sinto como se minha alma fosse sair do meu corpo. Ali mesmo, parada a sua frente. O encarando como um i****a. Dean era, sem dúvidas, o tipo de homem que eu não queria me envolver. Ele era um imã para problemas – que ele mesmo costumava criar. Brigas faziam parte do seu dia a dia. Acho que a sua família eram como Reis nessa pequena cidade e bom, o príncipe pode tudo. — Desculpe, senhor Willians. — Sinto braços me rodearam. — Minha amiga é muito desajeitada. Estava procurando ela a muito tempo. Olho para o lado e encontro uma garota de um metro e setenta, olhos castanhos escuros e uma maquiagem preta. Seus fones tocavam alguma música e seus cabelos estavam presos em um r**o de cavalo. Eu me lembro de ter visto ela algumas vezes. Achava muito bonita. Ele lança um olhar gélido para ela e depois para mim, e então, comprime os olhos em minha direção. — Mantenha ela longe de mim. — Ordena. — Tudo bem. — Ela sorri e me puxa dali. Ainda estou tremendo. Eu tinha escutado tantos boatos sobre as coisas que aconteceram com pessoas que obtiveram o mesmo azar que eu. Eu estou mesmo assustada com tudo isso. — Não se preocupe. — Ela Murmura. — Ele não está mais por perto. — Obrigada por ter me salvado, achei que morreria ali mesmo. — Passo a mão na testa. Ela ri e olha para trás, depois para e me encara. — Meu nome é Lily. — Ela Murmura. — Você é? — Marianne. Mas, gosto que me chamem de Mary. — completo. — Mary. — Ela experimenta. — Bonito nome. Onde está indo? — Para a faculdade. — Digo, ansiosa. Olho o relógio e me sinto suar frio. — Droga, Mary. – Eu engulo em seco. — Eu estou atrasada. Ela ri. Acho que a maneira como falo comigo mesma em voz alta. Desde que perdi meus pais, tenho o costume de eu mesma me repreender. — Não está. Relaxa. — Ela balança as mãos. – De todo modo, vamos juntas. Ela enrola seu braço no meu e saímos. — * — Éramos de matérias completamente diferentes. Eu odiava completamente isso. Eu sinto meu coração bater forte por ansiedade enquanto caminho com a bandeja de comida até uma das mesas vazias. Me sento e penso em qualquer coisa, inclusive, pego o meu telefone e abro o w*****d, lendo alguma fanfic que deixei salva no meu celular. Isso aqui era o meu mundo. Sinto alguma presença na minha frente e levanto os meus olhos. O garoto me encara com um sorriso enorme. — Me nome é Jhon. — Estende a sua mão em minha direção. — e você? — Marianne. — Aperto, um pouco sem graça. — Nova? — Ele questiona — Ihum. — Limpo a minha garganta. — Deixa eu ver se me lembro, você é a garota que foi emancipada? — Ele bate o dedo indicador no queixo. — A própria. — sinto as minhas bochechas corarem. Eu era um tanto quanto conhecida na cidade. Muitas garotas queriam ser como eu, não com os pais mortos — que era como acreditava que eles estivessem — e sim, emancipadas. Foi um imenso burburinho por meses. Algumas tentaram se aproximar e quando percebi o interesse em tentar passar a noite na minha casa, eu desisti. Quero dizer, ser emancipada envolvia ser presa por meus atos e eu não iria permitir que qualquer pessoa usasse drogas na minha casa ou que me fizesse comprar bebidas. Agora, eu estava completamente sozinha e isso era bom. Muito bom. — Era essa a minha dúvida. — Ele se levanta. — Bom almoço! O observo levantar e sair e uma pontada de decepção me toma. Afinal, o que eu esperava que ele fizesse? ficasse? me pedisse em casamento? Observo para onde ele anda e o vejo se sentar na mesma de Dean Willians. É, é muito melhor mesmo que ele esteja longe. — * — Ando até em casa, animada. Não encontrei Lily na saída, por isso, estava voltando sozinha para casa. As ruas estão vazias. Não entendo o motivo, mas ando em direção ao meu apartamento. Olho o meu relógio de pulso. Nove da noite. Eu não deveria ter ficado tanto tempo assim na biblioteca, mas com sorte, consegui um livro emprestado com a escola. Ouço sons vindos de um beco próximo e franzo a testa, tentando ignorar, no entanto, os gemidos parecem mais altos a cada segundo. Engulo em seco e aperto os passos, passando como uma bala por lá. Fecho meus olhos e desejo que ninguém tenha me visto. Meus pensamentos vagueiam pela periculosidade e uma bronca sobre não andar na rua de madrugada. Primeira e última vez, prometo. Quando chego próximo ao meu apartamento, pego o meu molho de chaves e enfio no portão, no entanto, sinto mãos me puxando e me obrigando a virar. Tento gritar, mas mãos cobrem a minha boca e eu respiro descompassadamente. Dean Willians estava a minha frente. Seus olhos estão raivosos em minha direção. Mantenho meus olhos em seu peito. Não queria olhar em seus olhos, não depois dos boatos. — Estava me espionando — Sua voz é dura e séria. – Não, senhor. — Minha voz sai estrangulada — Sim, estava. – Ele aperta o meu pulso. — Se não, o que estaria fazendo na rua a essa hora, garota? — Eu estava.. — minha boca está seca e me sinto travar quando olho o carro parando atrás de mim. — Olhe em meus olhos quando estiver falando comigo. — Ordena. – Sen.. — eu tento dizer Meu corpo choca contra o portão e ele segura uma faca em meu pescoço, me obrigando a olha-lo. — Olhe para mim. — Diz entredentes. — Eu estava voltando da faculdade. — murnurmo. — O que ficou fazendo lá até tarde? — Pergunta. — Biblioteca. — Sussurro. Ele continua ali, e com um misto de coragem o empurro. Ele cambaleia e se segura no carro. Entro rapidamente e tranco o portão, subindo a escadaria. Quando entro em meu apartamento, sinto como se fosse morrer. Meu coração estava descompassado. Olho pela janela, mas ele não está mais lá. Eu não deveria ter feito aquilo. Eu não deveria ter enfrentado um Willian.

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