Agnes odiava noites com chuvas intensas. O som da chuva batendo nas janelas a deixava inquieta, especialmente quando Rômulo estava longe, na cabana na mata. Aquela cabana sempre a deixara desconfortável, com seus segredos e memórias dolorosas. Para os homens da família, era um refúgio, um lugar onde podiam encontrar paz e solidão. Mas para Agnes, aquilo era um lembrete sombrio de algo que ela desejava esquecer. Se dependesse dela, aquele lugar já teria sido destruído há muito tempo. Ela tomou o último gole de chá, tentando acalmar os nervos antes de se deitar. O líquido quente desceu suavemente pela garganta, mas não conseguiu aliviar a tensão. Agnes sabia que aquela noite seria longa. O som da tempestade lá fora parecia refletir o turbilhão de pensamentos e memórias que ela vinha enterra