Prólogo

798 Words
PROLOGO GILMARA NARRANDO 18 ANOS ATRÁS... Eu olho para Tenório e ele me encara, eu passo a mão pela minha barriga e respiro fundo, uma invasão estava acontecendo no lado de fora. — A gente sempre teve um acordo – eu falo para ele — Eu sei disso – ele fala me encarando – aliás, eu te coloquei ao lado do meu filho e fiz com ele se casasse com você, não se esqueça disso, Leandro só está com você por minha cuasa. — Leandro e eu estamos formando uma família – ele me olha – e nada vai impedir que isso aconteça. — Ah, Gilmara – Tenorio me olha rindo – você acha que Leandro ama você? Ele sempre amou aquela mulherzinha lá, Patrycia. — Que eu dei um jeito de tirar ela do morro, não é mesmo? – ele me encara – para sua alegria em não ver sua filha casada com a filha do homem – eu encaro ele e abro um sorriso – que roubou a sua mulher! — Cala boca – ele fala me encarando — Se eu cair, Tenorio . Você cai também — Agora não é hora de discutir isso – ele fala – tem uma invasão acontecendo dentro do morro e eu preciso cessar isso. — É hora de discutir , sim – eu falo e ele me encara — Você não escutou o que falei, Gilmara? – ele questiona – aqui quem manda sou eu e você faz o que eu mando , nem essa barriga é de verdade, é falsa que nem você – eu abro um sorriso para ele. — Nos temos negócios muito maiores e você sabe disso. — Eu te tirei do llixo e te trouxe para cá, te dei um nome, sobrenome e ainda por cima te coloquei ao lado do futuro dono desse morro, você precisa ajoelhar nos meus pés e me agradecer. Porque se não, eu te coloquei no alto, eu mesmo te jogo no lixo de novo. — Eu não vou deixar que você faça isso! — E vai fazer o que? – ele pergunta se aproximando e passa a mão pelo meu rosto – não esqueça de onde saiu, lembra sempre, porque ai você sempre vai saber que você tem que dizer amém para tudo que eu falo. Agora eu vou descer, nosso assunto acabou aqui. Mas – ele para e me encara – da mesma forma que te coloquei do lado de Leandro, eu posso te tirar, antes mesmo que ele vire dono desse morro. Eu olho para ele e ele se vira e sai andando lentamente acendendo um baseado, eu pego um pedaço de ferro e bato na cabeça dele , ele cai desmaiado no chão e eu continuo batendo com força. A gente estava no alto do morro e eu desço correndo, me escondendo em um beco e começo a ligar para Leandro. — Eu estou no meio do tiroteio – eu falo — Me diz, onde você está. Que eu estou indo ai – Leandro fala Eu abro um sorriso , fico ali encolhida e começo a chorar, quando ele chega, eu abraço ele. — Ainda bem que você chegou – eu falo – estou com medo! — Vem, vou te levar para um lugar seguro – ele fala. Os tiros iam cessando, mas quando ele me ajuda a caminhar, porque finjo que tinha torcido o pé, seu tio Roberto vem em nossa direção. — Seu pai foi encontrado morto – Roberto fala – alguém usou a invasão para eliminar ele! — Meu Deus – eu falo com a mão na boca Eu vejo no olhar de Leandro o desespero dele em saber que seu pai tinha morrido e por dentro eu estava sorrindo, porque era isso que eu queria, era me ver livre daquele filho da p**a que achava que mandava em mim. (....) Durante o velório vejo Leandro e seus irmãos chorando pela morte do seu pai, sua mãe estava ao lado do caixão, os vapores e alguns moradores, Tenorio era bem querido aqui dentro, porque era conhecido por fazer muitas benfeitorias para os moradores, mas no fundo isso era somente a mascara que ele usava. Guaciara se aproxima de mim. — Engraçado – ela fala – achei que você seria primeira a chorar ao lado do caixão pela morte dele – eu a encaro – pode ser que seja de felicidade ao invés de tristeza. Eu olho para ela mas viro meu olhar novamente a Leandro, eu me levanto e vou em direção a ele, colocando a mão em seu ombro e beijando seu rosto. Eu me livrei de Patrycia e agora de Tenorio, agora seria somente Leandro assumir o morro e eu estaria ao seu lado e o nosso filho a caminho.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD