_Onde estamos indo?_ pergunto novamente quando ele me pede pra colocar o sinto de segurança
_Você está achando que vou te s********r?_ perguntou rindo_ Nós vamos encontrar um amigo meu, ele é um potencial sócio, eu não disse lá dentro porque as paredes tem ouvidos nesse hotel.
Ele não estava errado, a fofoca rolava solta, todo mundo sabia de tudo nada naquele hotel era segredo.O unico misterio que as pessoas ainda queriam desvendar era o real motivo de o pai dele ter mandado ele pra lá, já que Paulo trabalhava a anos como gerente. Eu entendi que eles desconfiavam que talvez Paulo estivesse roubando dinheiro do hotel, a pergunta era como, como um simples gerente poderia roubar tanto dinheiro por tantos anos sem ser descoberto.
O carro estava silencioso, nenuma música, nenhuma conversa, nada, e isso me incomodava um pouco. Eu não era a pessoa mais comunicativa do mundo, mas estar dentro de um carro com uma pessoa e ir o caminho todo em silêncio era constrangedor pra mim.
_Posso ligar o rádio?_ pergunto
_Fique a vontade_ repondeu apontando o botão de ligar
Liguei o rádio e pra minha sorte uma das minhas músicas favoritas estava tocando, comecei a bater com as mãos na coxa levemente imitando uma bateria, enquanto olhava pra fora.
_Essa música é boa_ ele disse
_Você conhece?_ pergunto animada
_Eu ouvi algumas vezes, na verdade era a música favorita do meu irmão.
Eu queria ter disfarçado a minha cara, mas fui pega de surpresa, até onde eu sabia ele não tinha um irmão.
_Eu não sabia que você tem um irmão_ respondo curiosa
_Eu tinha, ele morreu já faz alguns anos_ a voz dele ficou mais baixa
_Sinto muito
_Tudo bem, já faz muito tempo_ deu um leve sorriso
_A julgar pelo gosto musical, ele devia ser mais legal que você_ falo rindo
_Você não me acha legal?_ me encarou com aqueles olhos claros e aquele sorriso, quase fraquejei novamente
_Eu não disse isso_ desvio o olhar com um sorriso sem graça
_Meu irmão era realmente mais legal que eu_ disse_ ele costumava ser mais simpático também, me lembro dele estar sempre bagunçando meu cabelo_ sorriu
_Ele devia mesmo ser muito legal.
_É ele era, mas meu pai abafou tudo sobre ele depois que morreu, foi como se ele nunca tivesse existido, por isso as pessoas não sabem que eu tinha um irmão.
_Por que ele fez isso?
_Eu não sei, talvez foi a forma que eles encontraram pra passar por isso mas...
_Não foi a melhor pra você_ completo
_É.
_Bem, acho que seu irmão ia gostar de saber que você continuou apesar de tudo.
Ele me olhou como se quisesse me agradecer, mas ao invés disso apenas sorriu e eu etendi, não havia muito o que dizer mesmo.
Quando chegamos no restaurante eu sai do carro me perguntando se a minha roupa estava boa o suficiente pra aquele ambiente, ajeitei a blusa, passei a mão no cabelo.
_Você está bem_ ele disse
|_Esse lugar parece chique demais, por que eu tinha que vir com você?
_Porque esse cliente gosta de mulheres inteligentes, essa conversa vai ser mais fácil com você aqui.
_Eu deveria me preocupar com isso?
_Não_ ele sorriu_ eu só preciso que você me ajude lá.
_Ok.
Entramos no restaurante e eu não estava muito a vontade, era um ambiente muito chique e eu não estava acostumada. Andei atrás do Christian como se estivesse confiante, mas eu não estava. De repente Christian andou mais devagar e parou do meu lado..
_ Só me segue _ cochichou
Andamos mais um pouco e paramos em frente a uma mesa e lá estava ele, o cara mais estranho que já vi na vida. um homem de meia idade, com uma roupa extremamente colorida e óculos escuros. Assim que nos viu ele abriu os braços sorrindo...
_Pequeno Chris_ ele gritou sorrindo
_Olá Estevão_ Christian sorriu
O homem que tinha um sotaque meio mexicano era um investidor, um cara muito rico amigo da familia do Christian
_E quem é essa moça linda?_ o homem perguntou ja pegando minha mão e a beijando
_Essa é a Bia, ela trabalha comigo no hotel.
Nos sentamos e o homem não parava de falar o quanto a comida daquele restaurante era boa, e eu não conseguia entender o que estavamos fazendo ali, pra mim parecia apenas um almoço entre amigos.
_Então, Bia _ Estevão olhou pra mim_ o que acha da idéia de abrir um La'Strada no méxico?
_Parece uma boa idéia.
_A minha idéia é espalhar os hotéis pelo mundo, fazer uma marca._ Christian disse
Então era sobre isso, Estevão tinha o terreno e os contatos no méxico e era essa a negociação, eu só não etendia o porque de eu estar ali.
_Seu pai não se cansa de ser rico não é_ Estevão sorriu_ ele já tem as lojas de jóia, agora os hoteis.
_Bem.. os hoteis são pra mim_ Christian respondeu
_O que acha Bia? Devo arriscar alguns milhões nisso?, na verdade a pergunta é, você acha que vale a pena?
Só então eu percebi o que Christian queria, ele queria que eu convencesse Estevão de que o hotel era um ótimo investimento, e foi isso que eu fiz. No final da nossa conversa Estevão parecia mais empolgado com a idéia.
_Por que me trouxe?_ pergunto assim que entramos no carro pra voltar ao hotel
_O Estevão não nasceu em familia rica, ele trabalho muito pra conseguir tudo que tem, então ele não costuma confiar nos ricos embora ele seja um.
_Você me trouxe porque eu sou pobre?_ acho graça
_Não, eu te trouxe porque você é uma das melhores funcionárias, e eu sabia que ele te escutaria.
_Isso não faz nenhum sentido, eu poderia só mentir na sua frente_ falo
_Ele tem algum tipo de sentido, ele sabe quando alguém está mentindo pra ele, ele não aceitaria nem mostrar o terreno se você não tivesse passado verdade.
_Ok então_ sorri orgulhosa de mim, pela primeira vez em anos senti que tinha feito algo grande.
Nlo caminho de volta Christian foi me contando dos seus planos para a rede de hoteis que o pai havia lhe dado, ele tina grandes idéias, e se ele conseguisse concretiza-las, seria além de um hotel cinco estrelas na beira da praia, seria um hotel onde todo mundo gostaria de se hospedar e pagaria o valor que fosse pra isso um novo hotel Ritz talvez.
Enquanto ele falava com um brilho no olhar, eu me lembrava de quando eu o olhava de longe , apaixonada apenas pela beleza que vi por fora, tudo bem que eu por um tempo até o odiei, mas ali naquele momento de confusão eu fiz uma coisa que saiu tão sem querer que sequer acreditei ter dito em voz alta.
_Tão lindo_ eu disse meio que anestesiada e sorrindo
_O que?_ ele olhou pra mim sem entender nada,