Alina

2640 Words
Quando eu nasci, meu pai se alegrou imensamente, meus irmãos já possuíam quase vinte anos de idade, eram gêmeos, mas não idênticos, Aleff era moreno como papai tinha grandes olhos verdes a mistura perfeita de beleza latina, sua postura de bad boy fazia as moças da província suspirarem e caírem de amores por ele, sempre vestindo preto e couro, na sua bela lambreta saia acelerando pista a fora com seu "randandan" infernal. Já Augustus era tão contrário a ele que era impossível encontrar uma única semelhança entre os dois que fosse, louro de olhos escuros, castanhos, os dois apesar de serem vampiros também , não possuíam dom algum por isso os olhos eram normais, distinguia-se os com dom dos sem por isso, o dourado dos olhos de quem era especial era visto. Fora papai, apenas mais um vampiro possuía esse dom. Roxane. Bom, eu Alina vim ao mundo como qualquer bebê humano, embora eu não fosse, a naturalidade de nossa raça era igual a dos humanos, não tínhamos corpos mortos e frios como diziam nos livros, apenas não precisávamos comer comida, dormir, não nos cansávamos facilmente, e precisamos do sangue para manter nossa hidratação, água não era suficiente. Mas o resto da funcionalidade do corpo era a mesma, em todos os aspectos naturais e humanos. Quando nascemos não abrimos os olhos de imediato, esse processo costuma ser demorado, em torno de sete dias é que enfim abrimos os olhos para ver o mundo a nossa volta. Eu era um bebê lindo como todos, a perfeição de nossa raça era uma característica única, apesar de haver muitos humanos maravilhosos, em nossa espécie não havia imperfeições, tudo era exatamente calculado da melhor forma. Predadores perfeitos que atraiam suas vítimas direto para onde queriam. As mães vampiras não são capazes de produzir leite, então nós alimentam com leite de onça ou de zebra que são fortes, algumas gotas de sangue são colocadas dentro do leite, até a idade de um ano apenas isso nos sustém. Após isso começam a nos estimular a caçar nossa própria comida, pequenos roedores, a princípio, depois o tamanho da caça aumenta de acordo com a desenvoltura do bebê. Lembro embora pareça impossível de minha primeira caça, nossa memória é muito seletiva e intocável, as coisas não somem como na dos humanos, apenas se juntam as outras, guardadas cada uma em um local devido. Papai me observava atento a cada movimento meu, sua princesa herdeira, não poderia decepcionar. quando eu abri meus olhos pela primeira vez com apenas sete dias de vida, meu destino já havia sido selado, olhos dourados como os de meu pai indicavam a próxima rainha do clã. Chamada de princesa herdeira desde então, amada e reverenciada pelo povo fui crescendo cercada de mais desafios do que o normal, o fardo sob minhas costas já era imenso, superar as expectativas do filho de Drácula. Naquele dia em que tive que pegar minha primeira caça, rastejei até o pequeno esquilo, mas ele corria sempre então não sei como exatamente apenas olhei para ele e ele veio até mim, as minhas presas surgiram pontiagudas e eu mordi o pescoço peludo do bichinho, o silêncio na arena me chamou a atenção e com a boca ensanguentada olhei para todos como se soubesse exatamente o que fazia. vi meu pai levantar com os olhos muito abertos e minha vó o seguir, aquilo era inédito, nunca nada parecido aconteceu na historia de nossa raça, um bebê levitar a primeira caça até si mesma, aquilo já indicava que eu seria muito poderosa, de joelhos a arena rompeu em gritos me assustando, comecei a chorar e meu pai correu em meu socorro. __ Xiii, tudo bem minha princesa, você me orgulha muito. Meus irmãos levaram quase uma semana para conseguir caçar sua primeira presa, mas eu nem dez minutos, e a cada novo desafio que me impunham eu passava por ele de cabeça erguida e com maestria, revelando meus dons desde cedo, superava meu pai em tudo, e ele sabia, algumas de minhas habilidades foram mantidas em segredo, para que os clãs inimigos não tentassem algo contra mim. Porém boatos de uma criança super dotada e de olhos dourados se espalharam por Valença, o que meu pai temia aconteceu, os vampiros de outros clãs começaram a se juntar, para conhecer melhor a criança, mas meu pai não permitia a entrada de nenhum com medo de que me fizessem m*l. Quando fiz dez anos minhas habilidades simplesmente dobraram de potência, eu conseguia voar, e quando queria apenas ficava sentada ou deitado sob o vento. Papai adorava me ver fazendo minhas peripécias , cansada as vezes de não ter companhias da minha idade, crianças eram raras na nossa espécie, apenas nós os que nascíamos naturalmente podíamos nos reproduzir. Mamãe perdeu parte do útero em meu parto portanto eu fui a ultima da espécie a nascer , portanto nossa espécie depende inteiramente de meus irmãos e de mim, ou de papai, caso ele queira se deitar com outra mulher que não mamãe. O que eu acho pouco provável já que o amor e respeito que ele tem por ela é sem igual. Certa tarde enquanto eu e papai caminhávamos pelos campos de maçãs um jovem vampiro se aproximou, nunca o tinha visto e pelo jeito que papai reagiu nem ele, me empurrou para suas costas e em postura de defesa o confrontou __ Quem é você ? o que quer aqui em minhas terras ? __ Mil perdões senhor, eu apenas soube que o senhor aceitava vampiros como eu em suas terras. __ As coisas não são tão simples, acaso de onde vens ? quem o criou ? e quem o mandou ? __ Eu sou Davince senhor, meu pai era seu criado á alguns anos atrás, a senhora sua mãe deu a minha mãe as roupas que foram de vossa senhoria, para meus irmãos mais velhos, eu mesmo ainda possuo algumas, sei que ela recordará. Papai saiu de sua postura defensiva, de certo ele lembrava daquela mulher realmente __ Como se chama sua mãe ? __ Deolinda ! __ Claro que me recordo dela, é uma ótima mulher vossa mãe, és bem vindo se fores quem dizes. Desde aquele dia Davince demonstrou sua fidelidade e respeito pela minha família, conquistando seu lugar em nosso clã, passou a ser meu mentor e amigo, apesar da diferença de idade entre nós, ele tinha cerca de cinquenta anos, aparentava 17, idade que tinha ao ser mordido e transformado a pedido de sua mãe, toda a família foi transformada. Davince me contava historias sobre os tempos de meu avô e o medo que ele inspirava nas pessoas, eu não tinha medo de meu avô, a verdade era que eu queria conhecê-lo e ver com meus próprios olhos se ele era mesmo tão m*l quanto diziam. Ma papai me proibia de sequer mencionar o seu nome. Aos quinze anos passei não só a despertar o respeito e a reverência de nosso clã que crescia a cada dia , mas também dos homens de nosso clã que agora não me viam mais como a pequena princesa herdeira de olhos dourados, eu agora era Alina a bela princesa de olhos dourados. Meus irmãos eram super protetores e Davince também, nunca deixavam nenhum dos rapazes se aproximar de mim, porém as vezes nem mesmo eles conseguiam me impedir de sair a sós pelos campos e mercados de Valença. Meus longos cabelos prateados eram a marca mais forte em mim, sua cor apesar de quase nula era vibrante e brilhante ao mesmo tempo, as ondas cacheadas caiam em torno de minhas costas como um manto de pele de ovelha, minhas faces brancas como porcelana, mas sempre coradas pelo sangue humano que corria em mim, os olhos refletiam a pureza de minha alma como raios de sol fumegantes, do topo de meus um metro e setenta e cinco eu via as outras jovens humanas comuns me olharam com inveja e algumas com adoração. Meus lábios eram convidativos e meu corpo cheio de curvas bem esculpidas, os s***s eram levemente aredondados apenas pareciam duas peras suculentas prontas para serem colhidas, a cintura fina era contornada pelas cintas apertadas e espartilhos que odiava usar e minhas longas pernas pareciam duas estradas reversas prontas para levar ao paraíso quem quer que fosse, assim me descreveu Devan , um jovem pintor que sempre me parava quando eu passava pela ponte Dellá bette , minhas pinturas que ele fazia cobriam as paredes da ponte e sempre que eu passava uma nova estava lá. Sorrio ao lembrar dele, já há algum tempo que não cruzo seu caminho, decido ir até a ponte do dia seguinte, da janela do meu quarto vejo meus irmãos lá embaixo tentando impressionar, Isabella, a jovem filha de Roxane, melhor amigo e braço direito de meu pai, ela era muito bonita, não tinha olhos dourados como os meus e nem cabelos prateados, mas seu pai sim possuía olhos de poder, como eu e papai, ele foi um dos raros acasos do destino, também nascido de um nascido de Drácula, seu pai foi morto durante a guerra e ele foi acolhido por minha vó assim como tantos outros, e desde então viu papai nascer e crescer tornando-se seu mentor, até papai o superar. Isabella nota minha observação e sobe como uma aranha pelas paredes do castelo chegando até meu quarto __ Oi bela princesa, a espera de um Romeu ? Ou apenas eu sirvo ? Eu não compreendia bem as brincadeiras dela até ela própria me esclarecer um dia. __ Oh não, apenas olhava como meus irmãos apreciam a sua companhia. __ Sabe bem que a única companhia que espero é a sua, e esperarei o quanto for preciso. Eu ficaria corada como as mocinhas dos filmes se pudesse, mas o mais perto disso que sinto é o queimor em minhas faces e a secura na boca, Isabella era em duvidas intrigante e cheia de virtudes, mas eu não me sentia atraída por mulheres como ela, eu nem sabia dessa possibilidade até ela me contar alguns meses atrás. Estávamos passeando pelo rio e ela teve a bela ideia de nadarmos um pouco, Isa já tinha mais de vinte anos vampíricos, portanto mais experiência que eu, e eu ingenua como sou esperava aprender como seduzir os rapazes, porém ela apenas quis me seduzir ela mesma. __ Venha princesa, a água esta deliciosa. Entrei na correnteza do rio e deixei a água lavar o suor de meu corpo imortal __ E então Isabella, já decidiu com qual dos meus irmãos irá casar? __ E por que eu preciso escolher apenas entre eles? __ Nossos pais decidiram isso, você não possuí irmãos homens, deve casar com um dos meus para continuar a descendência de sua casa. __ Blá , blá, blá. isso é pura baboseira, você sabe não é ? __ Mas são as regras. __ Regras são feitas para erem quebradas minha princesa. Ela se aproximou tanto de mim, que meu corpo sentiu o calor dela, o rosto dela estava muito próximo do meu e eu via uma luz em seus olhos, ela sentia desejo, desejo por mim, arregalei os olhos e ela segurou meu rosto e deu-me um beijo, me afaste em um pulo indo parar quase na outra margem do rio, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela disse __ Perdão, eu deveria ter tido mais cuidado, você nunca deve ter sequer beijado não é, por favor não se apavore. __ Eu estou surpresa deveras, nunca soube de mulheres se beijando e nem nada parecido. __ A sociedade abafa esses casos, tratam-nos como doentes, mas não somos, amamos tanto quanto qualquer um, e eu a amo princesa, se terei que escolher será você. __ Eu peço perdão, não gosto de suas brincadeiras Isabella, agradeça por eu não transforma~la em cinzas agora mesmo. Sai correndo de lá e desde então tenho evitado ela, porém ela é insistente e sempre arruma um jeito de me encontrar , como agora. __ Você não desiste não é ? __ Nunca, tenho avida inteira para esperar, sei que andou pesquisando sobre o assunto, um passarinho verde me contou. __ E acaso esse passarinho tem cabelos vermelhos como fogo, e uma imensa verruga no nariz ? Ela da risada e pula da torre me soprando um beijo, o que posso fazer para que ela enfim perceba que não vai acontecer nada entre nós duas ? Reviro os olhos e entro para dentro trancado as janelas antes que ela resolva voltar. Assim foram se passando os anos de minha vida, uns melhores que os outros, até o dia em que a sombra do meu avô pairou sobre nós novamente, ciente de que havia deixado um filho legitimo para trás durante a guerra, Drácula meu avô resolveu retornar a Valença depois de mais de duzentos anos, isso trouxe uma revolta entre os clãs e fez com que Roxane ficasse ao lado do pai e contra seu amigo e meio irmão Marcus, transformando a minha vida também em um tormento. ALINA VI minha vida mudar completamente quando o meu avô decidiu retornar a Valência, sabendo da existência de Roxanne meu tio meu irmão de meu pai ele decidiu voltar a sua cidade para buscar seu herdeiro, a verdade era que Drácula nunca soube da existência de nenhum de seus filhos, e ainda não sabe da existência de meu pai e nem do quão grande se tornou o nosso Clã Apenas meu tio Roxanne estava exposto, e era por ele que Drácula retornou, porém cheio de rancor e de mágoa contra Marcos seu irmão, ele decidiu revelar a origem de nosso Clã sabendo Drácula que meu pai sozinho conseguiu transformar a cidade em um lugar mais próspero e livre de guerras e caçadas contra a sua raça ele ficou curioso para conhecer seu filho e sua família, não pode se dizer que havia amor no coração de Drácula mas havia podemos dizer que uma necessidade de se auto afirmar. E que forma melhor de se auto afirmar do que ser patriarca de uma família supostamente bem sucedida. Com o passar das décadas quando me tornei adulta, percebi que sem mortal que não envelhecer como os humanos, que posso ir poder para fazer e ser o que quiser, não era bem uma dádiva divina. Ao contrário dos meus irmãos e do meu povo eu não acreditava em toda essa baboseira de que os imortais eram melhores e mais perfeitos que os humanos, para mim o fato de nós dependermos inteiramente do sangue deles ou de meros animais era um fato concreto de que nós éramos inferiores e qual dependíamos deles. Decidida a não mais seguir as regras de papai comecei a planejar minha fuga, eu já tenho 200 anos então já é hora de procurar um marido e assumir o comando do Clã como mandam as regras. Meus irmãos já estão devidamente casados e encaminhados, Isabella ainda não parou de me perturbar com suas investidas, acho que ela deve ser a imortal mais teimosa da face da Terra. Por mais que eu tente dissuadir meu pai das ideias dele e tentar fazê-lo mudar todo o conjunto de regras que ele armou para nosso povo ele é teimoso demais para consentir e para admitir que eu estou certa e ele errado afinal eu sou só a criança dele e ele o poderoso filho de Drácula. Eu poderia simplesmente reclamar a liderança do Clã por ser mais poderosa e mais forte do que ele de qualquer um outro de mudar tudo ao meu bel prazer mas será que isso era a coisa certa a se fazer eu a Lina a princesa escolhida herdeira de todos os dons de Drácula e blá blá blá não sei mais como agir ou o que fazer. * * * Leiam o começo do fim,
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