3- Henrique

1005 Words
Capítulo 3 Henrique narrando : Mano, é o seguinte, eu saí da tranca na moral, sem estresse. Aí, do nada, aparece a advogada. Uma loira top, irmão, que chega de moto, daquela que você só vê em filme. Ela me chama pra dar um rolê e me levar pro meu morro. Eu, na garupa dela, só curtindo o vento na cara, adrenalina a mil. A vibe tava surreal, e a mina, cê olha pra ela e pensa: – Valeu a pena sair daquela jaula, tá ligado?– Segurei na cintura dela, na humildade, e só aproveitei. Quando chegamos na contenção, os menores abriram passagem, mas nem disfarçaram o olhar. Tava todo mundo babando na loira, e eu já me liguei: impossível passar despercebida. Mostrei onde era a boca e ela estacionou na frente. Desci da moto e chamei: – Bora ali, doutora, vou te pagar o seu cachê. Ela desceu e veio comigo. Entramos na sala da boca, e os vapores não tiravam os olhos dela. Já fiquei puto com os olhares, mas deixei quieto. Abri a porta e percebi que não tinha ninguém ali. Meu irmão devia estar, mas sumiu. – Quanto eu te devo, gata ? – perguntei, encarando ela. Ela deu uma olhada em volta, meio surpresa, e respondeu: – Quinze mil. Só pro juiz foram nove pra te liberar. Eu fiz que sim com a cabeça. – Espera aí, doutora, já volto. Fui pro cofre, contei os 15 mil certinho e voltei pra sala. Ela tava sentada, mexendo no celular. Coloquei o malote na mesa, e ela guardou na bolsa sem nem conferir. – Obrigada. E tomara que você não precise mais dos meus serviços – disse, se levantando. Puxei um papo, né? – Não vai contar o dinheiro, não pô? Ela deu um sorriso de canto: – Acho que você é um cara de palavra, né? Eu ri, meio na malícia. – Pode confiar. Mas queria te conhecer melhor, o que você acha? Ela sorriu de novo, daquele jeito que deixa qualquer um louco. – Você é lindo e até que faz meu tipo, mas nunca vai rolar. Ela deu as costas pra sair, mas segurei o braço dela. Olhei nos olhos dela, bem sério. – Não vai ficar comigo porque eu sou bandido, é isso? Ela negou, cheia de atitude: – Não misturo as coisas. Você é meu cliente, e eu não fico com clientes. Agora me dá licença que eu tenho mais o que fazer. Soltei ela, meio contrariado, mas respeitei. Fiquei na porta vendo ela descer o morro, toda estilosa. O cheiro dela ainda ficou ali, no ar. Pensei comigo, essa mina ainda vai ser minha. Não quero nem saber, mais pelo menos um noite, ela vai passar comigo. O Zé, um cara que trampa pra gente já veio logo com gracinha: – Quem era a loira de moto? Gata pra c*****o. Olhei sério e respondi: – Tira o olho, que essa aí vai ser minha. É minha advogada, pô. Ele arregalou os olhos. – p***a, quero ir preso então! Que mulher, hein? Dei uma encarada e ele se tocou, parando com as zoeiras. Fui pra dentro, enchi um copo de whisky e fiquei na minha. O Luan chegou, me deu um abraço e soltou: – Aí, irmão, aprende agora, hein? Nada de voltar praquele buraco. – Já é, não volto mais. Só vou trampar aqui no morro. Perguntei pelo Gabriel, e ele riu: – Foi lá pro postinho atrás da Maya. Agora tá nessa. Ri também. – Vou lá no barraco. Preciso de uma ducha de verdade. Subi pra casa, cumprimentei os moleques no caminho e fui direto pro meu quarto. Não queria esbarrar na minha irmã , a Lua, que só sabe encher o saco. No banheiro, tomei um banho digno. Só de lembrar aquele chuveiro da tranca me dava arrepio. Nunca mais quero passar por isso. Depois, botei uma roupa da hora, peguei minha arma e o rádio, e saí. A fome tava braba, então fui na padoca. A mina que trampa lá veio cheia de sorrisinho. Já sei o histórico dela, mas hoje eu tava de boa. Comi um x-salada, tomei uma breja, paguei e voltei pro rolê. Peguei a moto e desci pra boca. Tava na cara que o Gabriel ia me zoar quando aparecesse, mas era só risada mesmo. E na minha cabeça, só tinha uma coisa, aquela loira ainda vai ser minha. Cheguei na boca e encintrei o Gabriel, na hora ele já veio me dar um abraço. – Já viu o coroa ? – ele pergunta assim que me vê. – Vi nada, ti me preparando pra ver ele – eu digo e ele n**a. – Tá na bronca contigo, Henrique. Tá na hora de tu ter mais responda mano, tá f**a de passar pano pra tu. Na moral, meu irmão . – Já é, eu vou ficar de boa, fica suave mano. Mais e aí eu preciso de um bagulho – eu digo e ele já me encara, erguendo a sobrancelha. – Qual foi ? – ele pergunta. – Preciso do número da advogada, tu cosegue pra mim ? – Eu acho que tenho aqui de quando ela me ligou – ele diz procurando e me envia pelo watts, eu nem tinha aberto o celular ainda, mais já tinha umas quinhentas mensagem de p*****a querendo me ver. – Valeu aí Gabriel. – O que tu anda aprontando, Gabriel? – ele pergunta . – Nada não pô, só quero ver ela de novo. Mano a mina é gata demais, na moral. Quero nem saber, essa eu vou pegar nem que seja a última coisa que eu faça – Eu digo já pensando naquele corpo perfeito dela. – Vai se f***r Henrique. Tanto bagulho pra resolver e tu só pensa em bucetä mano. Tu não presta mesmo – Ele diz, negando com a cabeça e eu sorrio, me sentei na cadeira e já mandei uma mensagem pra aquela loira gata, mas a mandada visualizou e nem respondeu . Continua ....
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