>>Prólogo<<

1174 Words
"O amor é paciente, é Bondoso, O amor tudo desculpa, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, tudo suporta, O amor jamais acabará"! (I Coríntios 13:4) "A história é feita por aqueles que quebram as regras" ♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤♤ Quando eu tinha apenas dez anos, mamãe nos levou para um passeio num parque lindo. Lá era repleto de flores, tinha um chafariz, haviam pássaros por todos os lados e um lindo orquidário. Sempre amei as flores e os seus perfumes. Era a primeira vez que víamos até aqui e eu simplesmente adorei. Meu encantamento era evidente no brilho dos meus olhos e principalmente no meu sorriso. Não saiamos muito de casa, por ventura hoje mamãe conseguiu fazer essa grande surpresa, sem que nosso pai soubesse, é claro! Meu irmão e eu vivíamos presos naquela gigantesca mansão, repleta de seguranças, empregados e muros altíssimos, que nos impediam as vezes até de ver e ouvir o canto dos pássaros. Resumindo, éramos prisioneiros numa linda mansão extremamente luxuosa. Se eu sabia o motivo de vivermos assim? A resposta era sempre a mesma: os D'Angelis. Meu pai odiava essa família, mas nunca soube o real motivo e para ser sincera nesse momento era o que menos me interessava. Estava encantada vendo os pássaros coloridos pousando por entre os galhos, quando sinto um toque suave pousar nos meus ombros e uma voz doce no meu ouvido. Era mamãe, a minha melhor e única amiga. Que sempre carregava uma tristeza no olhar, mesmo que tentasse disfarçar para não nos entristecer, eu sabia que ela guardava segredos, mas por hora eu ainda não tinha idade e muito menos direitos de exigir explicações da minha própria mãe. Por isso eu preferia manter-me afastada dessas coisas de adultos e aproveitar todo o carinho que ela me oferecia — Está gostando querida? — mamãe fala carinhosa — Sim mamãe! Esse lugar é perfeito. Muito obrigada por nos trazer aqui. — falo a abraçando e Pietro se aproxima com suas ironias — Você é uma bobona mesmo. Sempre gostando desses passeios de menininhas. — ele fala mostrando a língua — Deixe sua irmã em paz Pietro. — nossa mãe tenta faze-lo parar, mas ele como sempre não respeita ninguém, além do nosso pai — Onde está o papai? Eu preferia estar ao lado dele. Com certeza está se divertindo muito mais do que nós. — ele fala cruzando os braços fazendo birra, m*l sabe ele que nosso pai pouco se importa conosco Para ele uma dúzia de garrafas de vinho tinto e charutos valem muito mais do que toda sua família. — Chega de tantas bobagens Pietro. Seu pai está trabalhando meu filho e não se divertindo. Venha! E vamos conhecer o orquidário. Naquele momento meu irmão problemático saiu correndo pelo jardim e nossa mãe foi atrás dele como sempre. Eu fui até o orquidário, pois era tudo o que me restava fazer naquele momento. Entrei e... Nossa! Que lugar maravilhoso! Haviam orquídeas de diversas cores e formatos. Fui olhando cada uma. Até que esbarrei num menino que parecia ter quase a mesma idade que a minha. — Desculpe! Sou uma desastrada mesmo. Deve ser a falta de costume sair de casa que me deixa assim. — falo virando meu rosto e sinto um toque suave nos meus braços Levanto meu olhar e me deparo com um lindo par de olhos azuis, tão cristalinos como o céu que reflete nas águas do mar. Involuntariamente sorrio ao ver meu rosto refletido naqueles olhos e em fração de segundos sinto meu rosto corar, pela maneira como ele me olhava. — Eu quem estava distraído. Sinto muito. Te machuquei? — sua voz soa doce e nossos olhares se cruzam — Não. Imagina. Estou bem. — respondo desviando o meu olhar e voltando a observar as orquídeas — É curioso. — falo passando as pontas dos dedos nas suaves e delicadas folhas de uma linda orquídea Cattleya Walkeriana ou 'Feiticeira', uma espécie excepcional de orquídea brasileira — O que é curioso? — o menino pergunta seguindo meus passos — Um menino gostar de orquídeas. — falo — São as flores prediletas da minha mamma. E tudo o que agrada a minha mãe também me agrada. — ele fala de uma maneira carinhosa sobre a mãe e isso me deixa encantada — Como eu queria que o meu irmão fosse um pouquinho assim como você. — falo um pouco triste — Ele não gosta de flores? Ou de agradar a sua mamma? — Na verdade ele não gosta de nada. Tudo o que ele mais gosta é ficar grudado no nosso pai que nem sequer dá bola pra ele. — falo com um pesar na voz — E você, tem irmãos? — Tenho dois irmãos mais velhos do que eu. E você? — Só tenho esse mala ali olha como irmão. — apontei o dedo mostrando o Pietro correndo pelo parque. — Aquela atrás dele é tua mamma? — ele pergunta — Sim. E você, está sozinho? — Não. Estou com a minha mamma também. Mas, ela deve ter ido comprar alguma coisa. Ela sempre gosta de levar alguma recordação dos lugares por onde passamos pela primeira vez. — ele fala e sorrio — Nossa que coincidência, também estamos aqui pela primeira vez. Eu me chamo Eliza e você? — Me chamo Arthur. — estiquei a mão para cumprimenta-lo, mas ele foi surpreendido com um puxão no braço. Olhamos juntos e pelo visto era a mamma dele, que não gostou nada de nos ver juntos. — Não quero você junto dessa menina Arthur. Se seu pai souber disso irá se irritar muito conosco meu filho e nunca mais permitirá que saiamos sozinhos novamente. — a senhora fala nervosa olhando no fundo dos olhos de Arthur, que baixa a cabeça envergonhado por eu estar presente naquele momento — Mas mamma... nós não... — Arthur tenta dizer algo, porém sem sucesso — Mas nada! Venha comigo, agora. — a senhora segura forte no braço do filho e quando estava prestes a sair do orquidário minha mãe chega se colocando ao meu lado tentando entender a situação. — O que está havendo Eliza? Essa senhora te fez alguma coisa? — minha mãe fala e olha sério para a mãe de Arthur — Não mamãe. Mas,... — tento falar, mas assim como Arthur, também sou impedida — Então venha filha. Por favor não faça mais perguntas e muito menos conte nada disso para o seu pai. E esqueça esse menino. — minha mãe fala segurando na minha mãe e saindo do orquidário apressadamente — Mas, por que mamãe? — pergunto com lagrimas nos olhos — Apenas prometa que não irá tocar nesse assunto. Tudo bem? — minha mãe fala firme olhando em meus olhos e saímos dali as pressas — Sim mamãe, eu prometo! Olhei para o Arthur e nos despedimos com um leve aceno. Depois daquele dia nunca mais o vi novamente e até hoje não compreendo o motivo de tudo aquilo ter acontecido. Afinal de contas éramos apenas duas crianças inocentes que poderiam ser grandes amigos. (...)
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD