Léia: a redenção

A viagem

Pedro Morales

Acredito que a gatinha manhosa não conseguirá por muito tempo manter a fachada de mulher perfeita e delicada, está irritada por tudo que lhe disse e com certeza porque não veio posando de rainha da Inglaterra sentada ao meu lado, por isso está escondida debaixo da coberta a viagem toda.

- Vocês brigaram? _ perguntou Neuza disfarçadamente para Charlotte não ouvir.

- Não estou aqui para aturar birra de mulher mimada, ela que cresça. _ digo olhando toda movimentação dentro do avião, não é porque estou de férias forçadas que vou relaxar, no nosso mundo é cobra engolindo cobra.

- Olha só Neuza, vem assistir Moana comigo. _ Charllote a chama animada.

- Essa menina, já assistiu esse filme tantas vezes que perdi a conta. _ diz Neuza levantando e sentando-se com a minha princesinha, só por ela e mamãe que suportei tanto sofrimento e vê a minha irmã tão animada, nunca levei Charlotte para casa da minha mãe, temos medo de que Martin descubra que a minha mãe não a perdeu naquele dia, ele odiaria descobrir ser enganado, a minha mãe quase morreu daquela surra que ele deu com ódio, ele dizia enquanto a batia dizendo que semente nenhuma de Antônio Morales andaria por essa terra enquanto ele tivesse vida.

- Para onde você vai, Léia? _ perguntei quando a vi levantar do seu assento, após horas de viagem, os seus olhos estão vermelhos, não sei se de chorar ou por dormir tanto tempo.

- Vou retocar a maquiagem, não quero desembarcar com o rosto todo amassado. _diz pegando a sua bolsa indo em direção ao banheiro, m*l sabe ela que fica mais linda ao natural do que com aquela merda no rosto.

- Sente-se aqui. _ digo quando ela volta toda arrumada e exalando o seu perfume, noto os soldados que vieram comigo admirados pela sua beleza estonteante.

- O que fiz agora? Estou quieta. _ diz na defensiva fazendo bico, sei que está irritada, mas não ligo, ela que se vire com as neuras dela.

- Trate de desfazer esse bico, trate de ficar logo de bom humor e não desconte a sua frustração em ninguém, não queira ver o meu pior, tenho sido muito bonzinho com você. _ digo baixo para que ninguém nos ouça

- Você está pegando no meu pé sem motivo, Pedro, eu não fiz nada. _ diz indignada contendo a sua voz para não chorar, num tom como se estivesse a ser injustiçada

- Tenho motivos de sobra para não confiar em você, agora deixe de drama que já vamos pousar. _ nos calamos e não demora muito o avião pousa, ajudei as mulheres a descer as mulheres a descerem do avião e Léia se cola em mim como o se eu fosse o seu bote salva vida, vejo a mulher mais linda da minha vida com as mãos na boca, chorando emocionada, só avisei a meu padrasto mais ou menos uma hora atrás e com certeza ele quis surpreendê-la.

- Mamãe, a senhora veio! _ Charlotte sai correndo ao seu encontro assim que a vê parada, o seu sorriso se abre revelando a felicidade ao ver os seus filhos. Já faz mais de dois anos que ela não vai à minha casa.

- Oh, minha pequena princesa, está tão linda e pelo visto mais pesada também. _ diz sorrindo, ela me ver de mãos dadas a Léia e franzi a testa com certeza estranhando a situação.

- Como vai, meu meninão? _ diz largando Charlotte e vindo me abraçar.

- Já não sou um menino há muito tempo, dona Gabriela. _ digo a tirando –a do chão prendendo nos meus braços, - Larga a minha mulher, rapaz, desse jeito vou ter que lavar a minha honra com sangue. _ diz o meu padrasto, nos encaramos como se fossemos brigar e logo depois rimos apertando a mão, ele é um bom homem para minha mãe, isso para mim é o que basta.

- Hora deixem de drama, vocês dois rsrs, mafiosos. _ diz mamãe divertida revirando os olhos.

- Para mim, vai ser sempre o meu meninão, mesmo que me carregue desde que tinha 15 anos. _ diz ela alisando a minha barba, parando na cicatriz, toda vez que ela a ver, fica triste, pois sabe que foi numa briga com Martin a resultou, ele bateu com no meu rosto com tocha de uma fogueira numa missão louca que ele organizou.

- Minha rainha, a senhora está cada vez mais linda, deixa eu te apresentar a minha esposa, Léia Fontes Morales. _ digo trazendo-a mais para perto, que abre um lindo sorriso que cativa a minha mãe dando logo um abraço.

- Uma bela mulher, muito prazer, espero que sejamos amigas e acima de tudo família, minha querida. _ diz a minha mãe após o abraço, indo abraçar Neuza que também está toda emocionada, dizendo algo que não consigo escutar.

- O nosso menino está bem, Gabriela, não se preocupe. _ responde Neuza num suave.

- Agora vamos, em casa vocês trocam figurinhas. _ diz animado, vamos para o carro em silêncio que só é interrompido pela felicidade de Charlotte em conhecer um lugar novo.

- Está tudo bem por lá, Pedro, alguma ameaça? _ perguntou Mauro sério, pelo jeito está preocupado com algo.

- Está tudo bem, nos momentos sem ameaças declaradas, se precisar de algo já sabe que pode contar comigo. _ respondi sem despreocupado, o meu padrasto não está na linha de frente da máfia, nem tem vícios, então acredito que não tenha nada grave acontecendo.

- Conversaremos depois, temos tempo, não se preocupe, curta a sua lua de mel a vontade. _ respondeu aliviado e vejo o mesmo alívio no semblante da minha mãe, me deixando com dúvidas se tudo está realmente bem.

- Olha lá, Charlotte, ali é o Central Park, depois podemos todos vir fazer um piquenique no fim da tarde, acredito que você vai gostar. _diz Léia ao meu lado sorridente, olhando as ruas.

- Vocês vão amar, Leslie aprendeu confeitaria está a fazer cada doces maravilhosos, podemos todos tirar um dia para aproveitar o pôr do sol, nos deliciando com os seus quitutes. _ respondeu a minha mãe carinhosamente.

- Eu vou amar, sair e passear, virarão o meu lema favorito. _ respondeu Charlotte na maior felicidade.

- Não se empolgue muito, garota, não se esqueça das suas restrições. _ digo e logo ele entristece.

- Pedro, não diga isso, aqui ela pode aproveitar bastante, ninguém irá desconfiar. _ diz a minha mãe irritada, me repreendendo com um olhar severo de leoa defendendo a sua cria.

- Tudo bem, estão liberadas para conhecer a cidade, mas sem chamar muito atenção dos soldados. _ digo para ela e Léia que também sorri, acredito que pensou que iria ficar presa, esse era meu plano para ela, Charlotte a livrou de muitas coisas.