Léia Elisabeth
Depois de uma tarde proveitosa junto a minha irmã, suas cunhadas e sogra, esperei por Pedro que nem deu sinal de vida, descobrir a nossa adega nesta gigantesca mansão, peguei duas dos melhores vinhos que achei, sair já bebendo em uma linda taça que encontrei na adega, me senti tão sozinha e abandonada, mais uma vez ele me mostra que não sou importante para ele, bebi e nem lembro que horas ele chegou, só lembro dele falando algo comigo antes de sair essa manhã.
- Ai minha cabeça, que p***a! _ digo assim que abrir os olhos e sentir a minha cabeça latejar de dor.
- Bom dia, tome esse remédio e esse cházinho, vão te fazer bem. _ diz Neuza aparecendo ao meu lado.
- Bom dia, Neusa, não me deixe chegar perto daquela adega nunca mais. _ digo tomando o remédio, sinto o cheiro de maça com canela e mel.
- Sei, se você for dessas mulheres que bebem toda vez que briga com marido, verei muitos porres rsrsr. _ diz ela rindo.
- Neuza por favor, tenha dó de mim, eu estou m*l como pode fazer piadas. Onde está aquele insensível do meu marido, abandonou-me de novo? _ digo me enfiando n novamente debaixo do edredom.
- Deixa disso mulher, levanta-se daí e conquiste aquele homem, onde está aquela mulher cheia de atitude que enfrentava Leslie? _ diz ela me animando.
- Como vou conquistar ele, se ele só me olha como um corpo para aliviar as suas necessidades. _ digo magoada.
- Ele não te olha assim, menina, assim ela olhava para as putas do bordel, ele gosta demais de você e se preocupa, mas sei que tem algo que o impede de reconhecer isso. _ diz ela fazendo carinho na minha cabeça.
- Já sei, Neusa, vou fazer aquela lasanha que a minha sogra fez e ele amou, eu não tenho ideia da receita, mas tenho certeza de que você sabe. _ digo me sentando rapidamente, ainda sentindo um pouco a cabeça doer, mas ignoro.
- Assim que gosto, a minha mãe sempre disse que homem, a gente fisga de duas maneiras, na cama e na cozinha.
- Bom saber, Neusa, vamos lá, não posso esquecer o brigadeiro, que tanto aquela lambisgoia ruiva esfregava na minha cara que sabia fazer para o “malvadão”. _ digo me levantando, logo imitando a voz da cenourinha.
- Pensei que vocês tinham virado amigas. _ diz ela levantando as sobrancelhas estranhando o meu tom.
- Amigas? Não apenas nos toleramos, afinal o foco dela obrigatoriamente teve que ir para outro homem, me atualize das novidades, Neuza, ela já se casou? _ digo enquanto escovo os dentes.
- Ainda não, ela pediu que o casamento fosse depois do de Breno, para dar tempo de preparar um grande casamento. _ diz Neuza.
- Se ela pensa que Breno vai demorar a casar, se enganou feio, pelo pouco que entendi Janine é um amor antigo de Breno, ele já está ansioso para que esse casamento aconteça logo. _ digo rindo.
- Você não vale nada, doida que Leslie se case logo, mas nunca vi Breno sorrir tanto como nos últimos dias.. _ diz ela com um sorriso no rosto.
- Claro, Neusa, imagina só se o mafioso dela morre, ela vai voltar a ficar no pé de Pedro novamente, o meu malvadão para lá, o meu malvadão para cá, aí eu te digo que arranco os olhos dela. _ digo fazendo uma posição de lutadora de karatê. Vou para o banho e Neusa se despede dizendo que me espera lá em baixo para o almoço.
- Boa tarde, senhora. _ diz Joyce assim que me sento a mesa, está triste e já sei o porquê.
- Boa tarde, Joyce, está assim, por causa de Edgar? _ Perguntei curiosa, adora uma fofoca e de primeira mão melhor ainda.
- Mais ou menos senhora, ele me disse que não quer se casar agora, como eu sou nova posso muito bem esperar por ele e só pode me fazer uma segunda esposa, porque a primeira é o pai dele que escolherá, também tem um soldado que falou com a minha mãe que quer casar comigo e ontem ele saiu com os Carlos para o bordel, estou com dúvida. _ diz ela servindo o meu café, enquanto eu como o meu mamão.
- Você acredita que ele voltará e se casará com você como ele diz? Você viu como ele quando ver uma mulher, viu quando ele se portou quando viu as minhas amigas, quer mesmo arriscar o seu futuro nas mãos dele? Pense bem garota. _ digo e ela fica ainda mais cabisbaixa.
- Vou pensar direito, dona Léia, o seu Edgar é um homem feito, tem formação e riqueza se quisesse mesmo ficar comigo ficaria. _ diz enxugando o rosto que lágrimas insistem em cair.
- Não quero te influenciar, só estou te falando da perspectiva que eu vejo a sua situação, mas quem deve decidir é você. _ digo tomando mais um gole do eu café, mas quem sabe ela se toca de que Edgar só quer brincar com ela.
- Muito obrigada, senhora, é a única pessoa com a mesma idade que eu, que posso conversar. _ diz sincera.
- Joyce, venha me ajudar, deixe a patroa em paz, menina. _ diz a mãe dela aparecendo, chamando-a, ela pede licença e se vai.
- Bons conselhos esses que deu a ela, essa menina acredita muito fácil no que os homens dizem, acredito que por sermos velhas ela não nos ouça, mas quem sabe ela ouça você. _ diz Neusa se sentando ao meu lado.
- Às vezes cometemos muitas tolices, por falta de bons conselhos, Neusa, sou a prova viva disso, talvez se tivesse alguém que pensasse um pouco diferente de mim e da minha mãe me aconselhando, não teria errado tanto. _ digo pensativa.
- Foi por causa desse seu erro que você se casou com Pedro? E ele se ressente por isso? _perguntei curiosa, mas nunca que vou sair contando o meu mau passo por aí, nem mesmo a ela que gosto muito.
- Sim, justamente por causa disso, nem sei se um dia ele vai me perdoar... vamos para cozinha, quem sabe acerto hoje. _ digo mudando de assunto, colocando um sorriso no rosto.