Lembranças de uma noite sombria

1475 Words
Pedro Morales 15 anos antes - O que faz aqui? _ perguntei ao desgraçado do Martin que descia as escadas com um sorriso malicioso no rosto, assim que cheguei em casa tive o desprazer de o encontrar. - O que você acha que eu faria lá em cima no quarto daquela c****a? Estava fodendo aquela v***a gostosa. _ respondeu sarcástico. - Desgraçado, miserável, ela é a viúva do seu conselheiro. _ digo indo para cima dele, cheio de ódio, tento lhe dar um soco, mas ele me derruba e coloca os pés no peito, me mantendo imobilizado, rindo. - Por isso mesmo, garoto, estou mantendo a família do meu amigo amparada, principalmente a viúva. _ diz dando uma gargalhada, vejo a minha mãe aparecer no alto da escada com o nariz sangrando e alguns machucados, chorando. - Não seja por isso estamos indo embora. _ digo enraivecido, tentando me desvencilhar do seu pé. - Você é filho da máfia garoto, tem o meu sangue, só sai morto, tenho planos para você, aquela v***a pode ir para o raio que a parta, eu não ligo, mas você ficara ao lado de Hernandez quando for a hora, por enquanto será fiel a mim, não perdi todo esse tempo lhe ensinando à toa. _ diz ele pressionando o meu peito me tirando o ar dos pulmões, revelando o que já desconfiava há algum tempo, apesar de eu ser n***o, alguns dizem que eu e Hernandez somos muito parecidos até temos a mesma idade. - Então ela vai, libere-a de tudo isso. _ digo enquanto recupero o fôlego quando ele tira os pés do meu peito. - Sabe que as coisas não funcionam assim, garoto, ajoelhe-se e jure lealdade a mim e máfia, então veremos a situação de Gabriela. _ diz todo autoritário, deixando claro a sua satisfação quando fiz o que me foi ordenado. - Filho, me perdoa, eu e o seu pai juramos manter tudo em segredo, ninguém poderia ir contra Martin na época, lembre-se do quanto Antônio te amava muito. _ diz a minha mãe chorando ao se abaixar ao meu lado, depois de Martín sair. - Eu já desconfiava, mãe, em nada me assemelho fisicamente com o meu pai, muitos soldados apontam semelhanças físicas entre mim e Hernandez, mas para mim nada muda continuo a ser filho de Antônio Morales, o melhor pai que pude ter. _ digo confortando - Nunca esqueça de tudo que ele te ensinou e será um homem honrado assim como ele era... depois do que aconteceu, eu contei-lhe acreditando que ele cancelaria o casamento e me deixaria sofrer as humilhações que a máfia reserva para uma mulher “impura”, mas apesar do nosso casamento ser mais um contrato entre mafiosos, ele se apaixonou por mim assim que me viu, o amor de Antônio me salvou de várias maneiras. _ diz ela saudosa, abraçada a mim, me fazendo carinho. - Como ele pode trabalhar para o Martin depois de tudo? _ digo pensativo. - Pelo mesmo motivo que você prestou juramento a máfia, amor a nós, ele foi treinado para ser conselheiro leal de Martin, mas esse desgraçado sempre foi c***l e por vezes humilhava o Antônio, ainda acredito que ele de alguma forma foi o causador da morte do seu pai. - Mãe... - Foi logo depois da festa de comemoração do seu aniversário de 10 anos, já estávamos nos recolhendo, Martin veio com alguns homens aqui, eles discutiram algo e logo sairão, ao passar por mim, aquele desgraçado disse “logo nos veremos, cadelinha” me olhando com luxúria mesmo estando grávida e o seu pai não viu, aquele foi a última vez que o seu pai me abraçou, pois não voltou mais para casa. Naquele dia a minha mãe tudo, me contou que desde a morte do meu pai vem sofrendo com os abusos e espancamentos de Martin, que com o tempo foi diminuindo as suas aparições, mas ele não deixou que fossemos embora, a minha mãe queria voltar para o Brasil, seu país de origem, minha avó casou-se com um mafioso mexicano que as trouxe para cá, onde ela cresceu e casou-se, uma mulher n***a, alta, linda como o pecado, sempre ouvir se referirem a minha mãe desse jeito, realmente ela é linda. Depois do juramento que fiz, Martin a casou com um soldado e a mandou para Nova Iorque, desde então vivo na propriedade que recebi de herança do meu pai. Hoje tem mais uma comemoração na casa do desgraçado, essa parece ser minha sina, estar à espreita sempre aguardando alguma ordem, pelo menos não tenho que trabalhar diretamente com desgraçado que por anos me torturou e quase mata a minha mãe, por ela, por minha família tive que jurar lealdade a essa máfia maldita, levar esse segredo que me atormenta até a morte. Ha anos vivo nos isolamos na minha propriedade, desde que fiz um acordo com o carniceiro mexicano, mas agora isso estar prestes a mudar e não estou acreditando. - Repete isso aí Hernandez, vocês só podem estar de brincadeira comigo. _ digo ainda sem acreditar. - Você tem sorte que hoje estou de bom humor, Pedro. Martin mandou você se casar com Léia Fontes, ah e agradeça ao Andrés, ele disse que você merecia um bônus por salvar ele e Esther, então Martin concordou. _ diz ele divertido, aí tem coisa. - Que p***a!!! O Andrés ficou maluco?... Aí como bônus ele me manda uma mulher que com certeza vai me encher o saco... O que essa infeliz, maluca aprontou para a mandarem para mim? _ perguntei revoltado, não esperava por isso, não quero saber de casamento agora. - Ela tentou nos enganar, Andrés também não estava interessado nela e sim na irmã dela, uniu o útil ao agradável, rsrs... A garota é bem bonita, Pedro, acredito que tenha visto a loira que saiu arrastada pelo segurança do Fontes essa noite, vai ter uma princesinha da máfia só para você f***r a hora que quiser, sem ninguém lhe encher o saco, chega de vadias, cara, chegou a hora de se tornar um homem casado kkkk. _ diz Hernandez jogando a bomba em cima de mim. - A v***a que o segurança comeu, aquela mimada... p***a o Andrés me paga!!! Eu que matei o cara, um o****o apaixonado, disse que morria feliz, pois teve a mulher que amou nos seus braços. _ digo antes de sair irritado para minha casa já sabendo que a merda vai feder muito para essa garota. - Se prepara o casamento é amanhã pela manhã, nos encontramos em frente à casa dos Fontes. _ gritou Hernandes antes que eu me afastasse o suficiente para não o ouvir. Fui para minha casa transtornando, não quero a p***a de uma mimadinha aqui, xeretando tudo, querendo mandar na minha vida, não preciso de mulher fixa para f***r, isso tem demais nos bordéis da máfia e elas pulam em cima de mim se eu deixar. - Bom dia, querido, como estar? _ diz Neuza, uma senhora que ajudou a minha mãe a me criar e ficou comigo quando a minha mãe se casou novamente. O Mauro é bom homem e cuida bem dela, gosto de vê-la feliz sempre que vou visitá-la. - Estou ferrado Neuza, o desgraçado mandou me casar com uma filhinha de papai, então por favor arrume um quarto para ela. _ digo ao sentar-me na mesa da sala de jantar, ainda pensando no que vai acontecer. - Que boa notícia, menino, a sua mãe vai ficar radiante, tanto que ela se preocupa com você aqui sozinho, vou preparar o quarto de vocês, afinal casal dorme juntos. _ diz ela me felicitando toda alegre. - Neuza, você sabe muito bem que isso não vai dar certo, as famílias da máfia não querem casar as suas princesinhas com o cara como eu, olha para mim, você sabe muito bem como pessoas feito ela pensa quando me veem, elas temem, sou um executor, cheio de cicatrizes, por isso arrume um quarto para ela, bem longe do meu. _ digo passando as mãos na minha barba que aparei hoje para esse casamento sem sentido. - Deixe de besteira, você é um rapaz lindo, um homem importante apesar do cargo que ocupa momentaneamente, vou arrumar o quarto de vocês, vou pedir flores, ela vai te amar, meu menino. _ diz ela retirando-se sem me dar oportunidades de reclamar, me levanto e saio indo em direção a casa da minha futura esposa, ainda é cedo, mas quero sondar como estão as coisas. Uma coisa a Neuza tem razão, quando eles souberam quem eu realmente sou, a coisa muda de figura, o dinheiro sempre corrompe as pessoas e a princesinha pode ser preconceituosa como for sabendo que o maridão aqui tem dinheiro o suficiente para bancar as vontades dela, a coisa muda de figura.
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