Capítulo quatro : Travis

1799 Words
Estava concentrado no telemóvel de tal forma que m*l erguia a cabeça, não compreendia como depois de tantos anos finalmente recebia uma mensagem da Maria Antónia (devo ser o único que ainda a trata pelo seu nome composto. Pare com isso!) Repreendi-me internamente. Ela era inalcançável pra mim, provavelmente a razão de todos os meus relacionamentos serem um total fiasco. Eu estava com 34 anos, e ela 28. Não havia assim tanta diferença de idades, porque não a fiz minha quando tive oportunidade? (Talvez porque terias perdido para sempre a amizade do seu melhor amigo?). Quando o Alexandre esteve um ano fora eu tive de a cuidar e afastar qualquer marmanjo que quisesse se aproveitar da sua inocência, nos tornamos próximos e no seu aniversário de 17 anos ela conseguiu roubar-me um beijo. O melhor beijo da minha vida, correspondi com a sua urgência, a encostei na parede e as minhas mãos começaram a percorrer os seus braços até chegar nos seus p****s durinhos eu quis fode-la naquele mesmo instante, quando ela gemeu pelo meu nome foi como levar um golpe (o que eu estava a fazer? Era a irmãzinha do meu melhor amigo que eu desejava). Eu não podia ter aceite o beijo, tinha 22 anos e ela era menor. Depois de todo o constrangimento ter passado e me recompor, chamei-lhe atenção " Maria Antónia, tu és como uma irmã pra mim!" Ela refutou-me dizendo "Eu não sou sua irmã, será que não percebes que eu estou apaixonada por ti? Esse tempo todo convivendo sem o meu irmão interromper as nossas conversas eu sinto que você também gosta de mim! O que nós acabamos de fazer Travis... Porque não podemos ficar juntos? Eu não a queria magoar, e acabei falando sem pensar nas consequências que aquelas palavras me trariam " Tu es uma pirralha Antónia! Eu não me interesso por garotas brancas, eu gosto de mulheres negras, por isso não fui em frente. E tu m*l saíste das fraldas!" Arrependi-me no segundo seguinte quando vi os seus olhos banhados em lágrimas e ela subiu correndo para o seu quarto. Eu havia estragado a sua festa de aniversário, tentei falar com ela nos dias seguintes e ela fez de tudo para evitar a ter contacto comigo. Eu sabia que ela gostava de mim quando ela era uma adolescente e eu já era um homem, depois daquele dia comecei a pensar muito nela. E eu dizia a ela e a todo mundo que ela era uma irmã que eu não tinha, mas a verdade é que eu acabei criando uma fantasia internamente com ela nos meus braços gemendo por mim. Parecia doentio da minha parte, até contar tudo à minha mãe. E ela dizer que sempre soube que eu e a Maria Antónia gostávamos muito um do outro e era normal, mas que era tarde pra mim porque ela agora estava casada e tinha uma família, um filho lindo... Filho esse que ia completar 4 anos. O motivo de ter recebido uma mensagem sua, era um convite electrónico para a festa de aniversário do Matteo. O que tornava a situação mais estranha, precisava de mais conteúdo sobre esse convite repentino, para ter ideias do que poderia fazer (se ia ou não até Dallas para o aniversário). Faziam muito tempo que não a via, acredito que a última vez que a vi e conseguimos conversar foi um pouco antes do seu casamento. Não foi o que eu esperava... Era fácil perceber que, apesar de ela ter deixado de falar comigo sempre preocupamos com o bem estar um do outro e até trocavamos postais nas datas comemorativas (era um hábito que criamos em crianças, os três. O Alexandre deixou de o fazer quando voltou da Nigéria. Mas eu e a Maria Antónia continuamos até hoje). Ela era uma mulher incrível, linda e alegre, tinha uma inteligência fora do normal. Depois do rompimento da nossa amizade, as qualidades que tinha, conseguiu transformar em defeitos ao usá-las para se superiorizar aos demais se tornando fútil e arrogante. Não gostava daquela sua versão, mas sabia que em parte era culpa minha. Ou talvez ela transformava-se apenas quando eu estivesse por perto... Nunca irei saber. Gostava que as coisas tivessem sido diferentes, se eu não tivesse me assustado, porque tudo que disse à ela foi por medo, medo dos nossos pais, medo de estragar tudo como sempre fiz e o mais terrível de todos, medo da reação do Alexandre. Eu não podia simplesmente estragar a nossa irmandade por puro prazer. Talvez ele seja a pessoa ideal para explicar-me o que é esse convite da Maria Antónia, sendo que ela havia me eliminado da lista de amigos próximos. Pode se dar o caso até de ele ser a razão de ter recebido o convite e eu esteja a fazer alarido por nada. Trabalhava num edifício de escritórios enormes, quinze andares de aço e vidro no centro de Austin. Era o responsável por metade das vendas das Indústrias de algodão a qual o meu pai o seu sócio Taylor Salvatore eram donos. Nem um, nem outro tencionava se aposentar tão cedo, eu parecia estar lá apenas de figura de estilo, porque eles eram teimosos demais para implementarem as idéias que eu sugeria em todas as reuniões do conselho. Portanto não sentiriam a minha falta pelo resto do dia. Saí do Décimo segundo andar, onde se encontrava o meu escritório, tinha dado o meu dia de trabalho por encerrado. Dirigi-me até ao elevador, que levou-me em velocidade terminal até ao primeiro andar, saí assim que as portas se abriram dando para o átrio da entrada principal. Fiz um sinal à Nora que já se preparava para sair de trás da secretária de granito maciço, ela era jovem, havia substituído a Sra. Beatriz que já estava a trabalhar na empresa há vinte anos. A Nora era uma loira atraente, sempre bem arranjada, com um ar imaculado e era inteligente. - Não volto hoje, por favor se o meu pai procurar por mim diga que fui à uma reunião! - falo pra Nora - Sim Sr. Jonathan. Fui directo para o carro. Os limites da Cidade iam ficando pra trás enquanto conduzia calmamente em direcção ao meu apartamento. Vivia num condomínio de pequenos apartamentos luxuosos dúplex em Austin, possuía outro apartamento com as mesmas dimensões em Dallas (onde eu e o Alexandre promoviamos os nossos encontros sexuias) não é como se eu e ele fôssemos um casal, não! O nosso lance é sexo a três, eu e ele fodendo uma mesma mulher. Sempre foi assim, e acredito que nunca conseguiremos deixar esse vício. Já tinha chegado no estacionamento do condomínio, liguei o rádio e aumentei o volume, recostei-me no assento e fechei os meu olhos. Gostava da sensação maravilhosa que a música passava pra mim. Possuía um gosto peculiar pelas músicas da Björk, era a única coisa capaz de fazer-me relaxar. Após uma hora, sentia-me bem. Desliguei o carro e subi para o meu apartamento. Precisava conversar com o Alexandre, mas antes ia tomar um banho. Dezasseis horas e vinte minutos, era a minha quarta tentativa de falar com Alexandre. O telemóvel volta a dar na caixa postal, era irritante apesar de saber qual era a sua profissão. Volto a tentar e ao tereceiro bip ele atende. - Quem está morrendo? - se não fossemos amigos desde sempre não o suportaria. (Arrogante de merda). - Boa tarde pra você também Dr. Endicott. - Ouço pigarrear do outro lado. - Costumava a ser engraçado nos primeiros anos, hoje já não tem tanta graça Travis! - fala como se nada no mundo o abalasse. - Porque deixaste de ser divertido Alexandre! - Continuo o mesmo Alexandre de sempre... O que se passa? Porquê me ligaste tantas vezes? - Não podia ter te ligado sem motivo algum? - Pareces uma mulher reclamando atenção do marido, falamos mais cedo hoje... Não sei se te lembras. - está impaciente, tenho certeza que revirou os olhos. - Sim, lembro. Mas eu tinha um assunto importante a falar contigo, que agora não parece tão importante assim. - Se ligaste várias vezes é porque é importante. O que aconteceu? Não vou voltar a perguntar. - i*****l. - Recebi um convite da Maria Antónia para o aniversário do Matteo... - E o que isso tem de mais? - Tu não tens nada a ver com isso? - Não! - Ela não falou nada pra ti? - Mas qual é o seu problema? Tu e a Maria são como irmãos, é natural ela convidar-te para o aniversário do seu sobrinho! - definitivamente ele não está sabendo de nada, e pela irritação da sua voz terei de me explicar pra ele. - Sei, mas tu sabes que a nossa amizade não é como costumava ser. Desde que ela se casou... - Não foi desde o seu casamento, foi bem antes! Acredito que quando eu voltei da Nigéria vocês os dois andavam esquisitos. Ninguém se deu o trabalho de me explicar... Mas isso não vem ao caso, porque vocês mantiveram a tradição dos postais. Portanto, vocês podem fingir que não se importam um com o outro mas no fundo eu sei que ainda se amam. - Tu não sabes de nada Alexandre, talvez eu ame a Maria mas não a amo como você pensa. - Como tu e o seu pai não é? - Detesto ter de misturar assuntos, e pelo seu silêncio continua não sendo agradável pra ele. - Não há nada a explicar! Nós mudamos, crescemos e seguimos caminhos diferentes. - Então não há nada com o que se preocupar. Preciso trabalhar... - Tudo bem. Nos vemos na sexta-feira. - Venha mais cedo. - Porquê? - Não é só você que tem problemas! Eu também quero falar contigo. - Então? - Então falamos na sexta-feira, pessoalmente! Vou desligar agora. Incrível! Os anos passam e ele so piora. Nem mesmo a namorada o consegue mudar. O bom é que ele não mudou nada com as pessoas mais próximas (tirando o seu pai), e tem um enorme coração, quase não tem tempo algum pra ele por conta do voluntariado e da profissão. Acredito que os unicos momentos em que ele se diverte são quando estamos com alguma mulher na cama. Estava curioso com a conversa que ele queria ter. Esperava poder obter mais informações sobre a Maria Antónia, tinha saudades dela, de como éramos no passado (Travis o que se passa contigo? Deixe-a em paz! Ela está bem com a sua família. Você só precisa de uma boa noite de sexo... É isso!) Desta vez ia levar a Shantall (uma n***a bombada, com o corpo perfeito e lindíssima), ela é a dama de companhia que mais se entrega nas nossas loucuras. Acredito que tanto ele quanto eu estamos precisando de um momento assim.
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