Voltei para casa com o desejo de ter uma noite tranquila. Ao entrar, encontrei Maria Antônia sentada na poltrona, virada de costas para a varanda. Aquela era a minha poltrona, que coloquei nessa posição porque me fazia sentir desconectado do mundo. Ao me aproximar, ela percebeu a minha sombra por trás e tentou se levantar. — Senta. — Disse com um tom firme, enquanto me acomodava na poltrona oposta, ficando de frente para ela. Os cabelos molhados, o pijama de flanela azul que tanto amava, tudo nela remetia à menina que eu deixei antes de ir para a Nigéria. Mas, ao mesmo tempo, ela havia mudado tanto… — Desculpa, Alexandre… — murmurou com a voz trêmula, abaixando o rosto. — Olha para mim, Maria. — Ordenei, e ela ergueu a cabeça, com os olhos já tomados pelas lágrimas. — Por que estás a c