Capítulo dois: Um encontro jamais esquecido.

1306 Words
Os meus país sempre alertaram em como não devia confiar em estranhos, mas aquele estranho foi o único que mostrou verdadeiro interesse em perceber o que o meu irmão tinha, então pensei; Porquê não? - Se não está exercendo, talvez não possa mesmo nos ajudar! - falo, agora um pouco mais calma e segura. - So estava tentando ajudar... - Fala se voltando para ir embora, eu sinto-me péssima. - O meu irmão precisa de ajuda... - falo, ele volta e para em frente ao Daren. - O que ele tem? - pergunta jogando o cigarro no chão o pisando. - Eu não sei... Depois do ataque ele deixou de falar. - Eu precisava de ajuda. - Ele vivenciou alguma situação traumática quando foram atacados? - pergunta o examinando, eu faço que sim acenando a cabeça- Vamos até a minha tenda para eu o examinar melhor. - eu não queria entrar na sua tenda, mas também não podia deixar o meu irmão sozinho. - Tu podes ficar na entrada se te sentires melhor assim. Fiquei controlando da entrada, ele examinar o meu irmão parecia cuidadoso. Fez algumas perguntas ao Daren, o pedindo que o respondesse gesticulando a cabeça para sim e não. Depois de quase meia hora eles saíram. Eu continuava parada na entrada. Pediu que o seguissemos até a um banco corrido próximo a uma árvore onde normalmente ficavam os deficientes físicos, àquela hora estavam todos no refeitório. Após nos sentarmos ele começou por explicar. - O seu irmão fisicamente encontra-se bem, o que eu acredito que ele tenha é Transtorno de Estresse Pós-traumático. - era primeira vez que eu ouvia fala sobre (TEPT), o Dr. Percebeu a confusão no meu rosto e continuou falando. - É possível que ele esteja revivendo o que vocês passaram, talvez uma situação específica que o tenha afetado de tal maneira que ele prefere não falar de todo à ter de se recordar. - Eu não entendia patavina do que ele estava a falar, na minha cabeça era imperativo que ele como médico devia ter a capacidade de ajudar de qualquer forma o meu irmão. Era para isso que estavam aqui, dar uma solução. - O Senhor está dizendo que ele não fala porque não quer? - Olhei para o Daren que tinha a sua atenção no jogo de pedrinhas (Kiela)*, colocando as pedras cada uma no seu lugar. - Não propriamente! Ele parece querer retrair as emoções, e falar... principalmente pra si, torna-se extremamente doloroso pra ele. Eu podia tentar aprofundar para fazer um melhor diagnóstico, mas essa não é minha especialidade. O Seu irmão precisa de um psicólogo, eu sou clínico geral. Infelizmente o psicólogo voluntário aqui é um dos médicos que eu mencionei no meu relatório como um predador s****l. Assim que ele perceber que vocês não têm ninguém irá aproveitar desse facto para a persuadir a deitar-se com ele em troca de ajudar o seu irmão. - Tudo que ele explicava pra mim, pareciam coisas de outro mundo. E pela minha compreensão, provavelmente o meu irmão não ia voltar a falar. Voltei a olhar para o Daren, ele era franzino, quando era bebe apanhou uma doença que na vila nenhum curandeiro sabia a sua proveniência, não era nem pra ele ter sobrevivido, mas a fé da minha mãe era tanta que ele melhorou mas a doença deixou sequelas. Nós sempre o tratamos com o maior tato e cuidado, devido a sensibidade da sua saúde. Eu faria qualquer coisa para o ajudar, mesmo que tivesse de me submeter as vontades do tal "psicólogo". - Onde eu posso encontrar esse tal de "psicológico"? - eu sequer sabia o que era ou mesmo como pronunciar o nome. Estava desesperada, era uma criança há semanas atrás e agora tinha de me tornar uma mulher. Não vi quando comecei a chorar. Limpei rápido as minhas lágrimas para que o Daren não me visse chorar. O homem branco olhava pra mim como se eu estivesse maluca. - Você não pode fazer isso! - fala pra mim se levantando. - Eu não tenho mais ninguém, ele é o único que eu tenho! - falo apontando para o Daren que havia parado de jogar e ficou me fitando com os olhos marejados. Agachei-me onde estava ele sentado, falei pra ele em Ibo " A mana vai te ajudar, você vai voltar a falar, eu vou cuidar de ti meu irmãozinho" e o abracei. - Por favor não faça isso. Eu sei que talvez não acredites em mim, mas eu posso tentar ajudar-te... ajudar-vos. - fala olhando para o Daren. Parecia nervoso, começou a andar em círculos. - Me deixe ajudar-vos. - Porque o senhor faria isso? - Porque nós viemos aqui para ajudar-vos, e não tirar partido da situação para violentar mulheres! Eu não sei quantas mulheres foram, mas se ao menos conseguir ajudar uma... Faria toda diferença. Não queria acreditar, mas por uma estranha razão eu confiei no Dr. E graças a sua generosidade, o meu irmão e eu conseguimos vir aos EUA. O meu irmão voltou a falar após dois meses. O Dr. Que até hoje não sei o seu nome, marcou-me de uma forma muito positiva. Gostava de um dia ter a oportunidade de o agradecer por ter conseguido fazer a diferença que ele tanto almeijava. (…) Durante dois anos vivi em lares de acolhimento com o Daren, até completar 18 anos e ter de arranjar um emprego e uma casa pra morar. Os primeiros anos foram difíceis, mas para uma refugiada nada é tão difícil como perder quase toda a família, consegui dar a volta por cima. Trabalhei em bibliotecas, cafés, e lanchonetes. Quando fui para faculdade conheci a Maria Antónia Salvatore, era a minha primeira amiga de verdade, era excêntrica e rica. Quase nunca falava da família. Faziamos as duas Gestão de Empresas. Aos 24 anos graduei-me, acreditava que iria exercer em uma das grandes empresas em Dallas. Mas afinal o sector empresarial não era assim tão aberto para refugiados nacionalizados. Como era perfeccionista na organização das festas da faculdade a Maria Antónia pediu que organizasse a sua festa de noivado com o John, e foi quando tudo começou. A festa havia sido um sucesso, na semana seguinte uma amiga da Antônia ligou-me a contratar para organizar a festa de aniversário do marido, e na semana a seguir uma grã fina ligou-me a contratar para organizar a festa de aniversário da filha, e assim surgiu a Kamil Pllanning. Após 3 anos no ramo de planificação de festas, a que eu queria virar-me mesmo era a de festas de casamento. Estas eram as que mais davam visibilidade a minha actividade. O meu irmão vivia agora em Austin, estava a terminar a faculdade de direito e tinha pretensões de voltar a Nigéria para exercer lá. Apesar de ser a minha terra, eu não queria voltar porque significava lembrar-me de tudo que passamos. Com ajuda de uma colega há um ano, contratei um investigador privado na Nigéria para procurar a minha irmã. Tem vezes que eu sinto que talvez ela esteja viva. Actualmente vivo num apartamento em Fort Worth, na Klyde Warren Park. É pequeno e aconchegante, investi todas as minhas economias para o obter, juntamente com a garagem a qual transformei no escritório da Kamil Pllaning. Tinha atingido o estatuto o qual sempre almejei, estava com vinte e sete anos, tinha uma casa, um carro e uma pequena empresa. Sentia-me realizada financeiramente, o meu trabalho absorvia todas as minhas energias e não tinha tempo para "Dates". A Antónia ainda fez-se de cupido, mas não conseguia sair com ninguém, nem mesmo quando estavamos na faculdade. Ela tentava arranjar alguém pra mim de qualquer forma, e eu tinha um único foco "não tornar-me na refugiada que perdeu-se ao meio do caminho". O que trouxe-me até aqui, na última virgem aos 27 anos.
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