Capítulo 6-1

1465 Words
Sierra - - - - - Acordei de mais um sono tranquilo, 4 dias seguidos agora, desta vez com um braço musculoso envolto em volta do meu corpo. Não me incomodava tanto, e se me incomodasse, 'eu era um adulto que poderia escolher dormir no sofá', diz o Brandon. Mas eu não queria isso. Eu gostava de acordar em uma cama de verdade e realmente gostava de sentir que eu era desejada. Eu gostava de sentir o toque de outra pessoa, gostava de ter alguém com quem conversar. Ainda não sabia exatamente o que o Brandon queria de mim. Às vezes ele era totalmente platônico e indiferente em relação a mim, outras vezes sua masculinidade muito ereta tentando escapar de suas calças falava por si só. Já faz uma semana desde que o Brandon 'me marcou'. Meu pescoço se curou desde então, deixando duas marcas falsas de mordida. Depois de muita discussão com o meu lobo, acabei concordando que ele marcar-me era para o melhor, embora ele pudesse ter feito de outra forma, de maneira mais consensual. Ainda não confiávamos nele, no entanto. Para minha surpresa, a Luna Tammy mandou alguém entregar "minhas coisas", eles continuaram fingindo que eu era a filha deles, que eles amavam e cuidavam. Na verdade, isso estava dando certo para mim. Agora eu tenho um novo guarda-roupa. Eu não pude deixar de sorrir maliciosamente com aquele pensamento. "Por que você está tão feliz esta manhã?" Brandon resmungou de debaixo de seu travesseiro, um de seus olhos castanhos entreabertos para me encarar. "Ah, é nada, só apreciando ser filha de um Alfa de novo." Eu disse com uma pequena risada. "De novo?" Ele questionou, sentando-se. "Você não me disse que era filha de um Alfa." Seu tom mudou de sonolento para alerta em questão de segundos. Meu sorriso desapareceu. Todas as minhas memórias voltaram inundando minha mente. Minha Deusa, como eu sentia falta deles. "Isso não importa agora, eles se foram." Eu respondi. Pude sentir as lágrimas ameaçando cair. "Espere, você disse que era uma escrava...?" Ele questionou. "Eu era a filha do Alfa Andrew da alcateia Clear Water. Nossa alcateia foi atacada muitos anos atrás. Eu sou a única sobrevivente que eu saiba. Eu duvido muito que alguém mais tenha escapado. O Alfa Carl me encontrou e me colocou em um orfanato até que eu atingisse a maioridade. Eu me transformei naquela noite, mas nunca mais desde então. Ninguém acredita em mim quando eu digo isso. Enfim, porque eu não me transformei aos 16 anos como a maioria, eles me fizeram 'empregada' desde então, já que, segundo eles, eu não era capaz de mais nada." Eu admiti, me sentindo muito envergonhada. Eu nunca contei isso para ninguém, pelo menos não em anos, não para ninguém que se importasse. Eu brinquei com meu cabelo, evitando o olhar vazio do Brandon. "Lamento por sua perda." Ele respondeu, parecendo estar pensativo. "Por que não saímos e fazemos algo divertido hoje à noite? É sábado, afinal de contas. Eu não tenho treinamento de manhã e você nem sequer saiu de casa ainda. Vamos sair para animar um pouco." "É mesmo? Como o quê?" Eu me animei. "Há algo que você gostaria de fazer? Eu suponho que você não tenha tido muita escolha nos últimos anos", ele perguntou. "Hmm..." Pensei por um minuto. "Eu sei!" Exclamei. - - - - - Três horas depois... "Sabe, quando eu disse que você poderia escolher o que quisesse fazer, eu não pensei que morrer de hipotermia estaria no topo da sua lista." Ele tremeu. "Bebezão, você é um lobo, não é? O frio não deveria te incomodar tanto assim." Eu o olhei e continuei nadando. "Sim, mas é outubro, a água está congelante, lobo ou não." Ele estremeceu. "Eu estava pensando, talvez jantar, um filme, tomar uma cerveja ou algo assim. Acho que eu deveria ser mais específico e deixar a hipotermia fora da lista." "Minha mãe costumava dizer que a natureza tem propriedades curativas, e eu sempre amei a água." Fechei meus olhos e flutuei de costas, abraçando o frio. "É exatamente o que eu precisava." "Poderíamos ao menos ter nadado pelados, pelo menos seria uma vista melhor", ele zombou. "Não seja tarado", eu sorri de lado. "Ok, bom, já que já estou com as bolas azuis há muito tempo, estou encerrando. Você pode levar seu tempo, mas eu vou secar." Ele foi pegar uma toalha que deixamos na beira do rio. "Vou levar mais alguns minutos", chamei. Tirei um momento para apreciar a paisagem novamente. Não se comparava à minha alcateia, nem de longe, mas era algo. O rio era raso nessa parte, as águas um pouco turvas ainda por causa da nossa entrada. Havia grandes pedras cinzas de cada lado da margem. Algumas árvores estavam por perto, tendo perdido a maior parte de sua vivacidade, sucumbindo à mudança de estação. O céu estava ficando cinza e nublado. Se eu tivesse que adivinhar, a chuva estaria chegando em breve. Saí da água para encontrar um Brandon emburrado sentado em uma das grandes pedras cinzas, lutando para se secar. "Obrigada", eu disse enquanto me sentava ao lado dele, encolhendo meus joelhos no peito e enrolando a toalha em volta de mim. "Da próxima vez eu escolho o que faremos." Ele tremia. "Quero dizer para tudo. Você me protegeu-" "Eu vou te interromper agora mesmo. Me deram ordens para fazer um trabalho. É só isso; um trabalho. Eu não sou uma pessoa boa e não sou seu amigo." Ele cortou. "Eu ofendi você de alguma forma?" Perguntei, perplexa. "Suas emoções estão me dando um chicote mental." "Eu preciso de uma cerveja", ele disse, levantando-se para sair. "Vamos." "i*****l", Sienna resmungou. "Me conte sobre isso." Revirei os olhos, mas acabei levantando e o seguindo de volta para casa. Foi uma caminhada tranquila de volta, ambos remoendo algo aparentemente. Nos vestimos rapidamente com roupas secas e saímos. Certifiquei-me de usar um cachecol para esconder meu pescoço. Ainda não era fã da minha nova marca falsa, mesmo que ela me mantivesse segura por enquanto. Dez minutos depois, chegamos a um barraco com letreiros de néon iluminando a frente do prédio. 'Neal's' estava escrito do lado, sua tinta branca descascando, revelando os blocos de tijolos vermelhos abaixo. Lembro vagamente de ter passado por este lugar uma ou duas vezes quando morava no orfanato. Tenho certeza de que estava sonhando acordada e me desviei, felizmente meu lobo me guiou de volta em segurança. "Aqui, divirta-se", Brandon disse, me entregando uma nota de vinte. "Para que é isso?" Perguntei. "Vá comprar uma bebida, relaxe um pouco. Eu te encontro depois", ele disse antes de desaparecer na multidão. "Guarde isso", ordenou meu lobo. "Ok mandão, eu nem ia gastar mesmo." Guardei o dinheiro no bolso da minha calça jeans e caminhei mais fundo no bar lotado. Eventualmente encontrei um assento vago no balcão e pedi uma água para um barman muito m*l-humorado. Comecei a observar as pessoas. Deus, elas eram interessantes. Vi vários homens tentarem se aproximar de algumas das lobas, alguns tiveram sucesso e praticamente saíram correndo do bar, enquanto outros foram rejeitados e partiram para o próximo corpo quente. Depois havia os festeiros, aqueles que passaram a noite inteira se jogando na pista de dança, alguns até estavam se esfregando uns nos outros. Voltei para o bar, tomando minha água e olhando para todas as garrafas meio vazias de bebidas caras que lotavam a parede de trás, perguntando-me se deveria procurar Brandon. "Do cara ali", disse o barman, deslizando uma bebida na minha direção. "Hã?" Olhei ao redor para ver para quem ele estava falando. "Você, garota da água. Aquele cara lá no canto te comprou uma bebida", ele disse enquanto limpava um copo com um formato sofisticado. "Por que ele faria isso?" Perguntei. "Oh, minha Deusa." Ele revirou os olhos e saiu. "Quando alguém te compra uma bebida, significa que eles gostam de você", disse uma loba sentada a dois bancos de distância. "Beba." Ela sorriu antes de virar seu copo de uma vez. "Alguém gosta de mim? Como eles poderiam se nem me conhecem?" Perguntei. "Não pense demais, querida, apenas beba. Saúde!" Ela disse, batendo seu copo no meu. "Umm, ok." Ergui o copo aos meus lábios e dei um gole tímido. O que quer que fosse, queimou ao descer, mas me deixou com uma sensação de calor por dentro depois. "Tome tudo, garota!" A loba encorajou, inclinando mais o copo, me fazendo beber mais. Sentia uma leve tontura quando terminei. Acho que ouvi o barman me chamar de 'pera leve', seja lá o que isso significasse. Felizmente, a sensação de tontura não duraria muito. O metabolismo dos lobisomens era o dobro do dos humanos, então era preciso mais para nos deixar bêbados ou chapados, pelo menos aprendi isso na escola.
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