O Rei Alfa e Sua Segunda Chance

Capítulo 4-1

Edward

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Corri pela densa floresta como uma criança no Natal, procurando meu prêmio, minha bela e perfeita companheira, Hope. Ela era exatamente isso, minha esperança, minha alegria. Seu lobo era de uma linda cor loira e cheio de travessuras. Nós nos conhecemos no meu primeiro baile de caridade que organizei. Foi meu primeiro grande evento como o Rei Alfa do território norte. Isso foi há alguns anos. Assumi como Rei Alfa aos 18 anos, o Rei Alfa mais jovem até então. Meu pai havia sido morto em batalha, o que foi incrivelmente estranho. Ele era uma das criaturas sobrenaturais mais poderosas do planeta, um Licano, um Rei Alfa Licano de nascença. Um Licano era essencialmente um lobisomem em esteroides; maior, mais rápido, mais forte, sentidos melhores. A morte do meu pai nunca fez sentido para mim, mas eu precisava deixar isso para trás, por enquanto. Sua morte teve um impacto em mim e me obrigou a crescer mais rápido do que eu gostaria, deixando pouco tempo para lamentar.

A maioria dos reis passava seu título para seu herdeiro por volta dos 30 anos. Eu tinha 12 anos de aprendizado para compensar, muitas pessoas duvidavam da minha capacidade. Eu tive alguns lobisomens e Licanos tentando tomar meu título, desafiando-me para um duelo. O que tornava o luto ainda mais difícil. Eu sentia a mim mesmo ficando frio e duro. Mas Hope conseguiu me tirar do meu abismo de desespero e me dar um sopro de ar fresco. Ela era um ano mais nova do que eu, tínhamos 23 e 24 anos, nos aproximando do nosso terceiro aniversário marcante. Eu planejava surpreendê-la com uma noite fora. Ser Rei não me dava muito tempo livre, embora eu pudesse contar com meu irmão e Beta, Jackson. Ele tinha dois anos a menos que eu e também foi lançado sem cerimônia ao título de Beta, minha culpa. Era a única pessoa em quem eu confiava, além de ter sangue Alfa e ser meu irmão, fazia todo o sentido. Quando o título foi transferido para mim, tomei a decisão ousada de demitir toda a equipe do meu pai. Eu não podia correr nenhum risco se um dos homens do meu pai o tivesse traído. Eu não estava presente quando ele foi morto, mas algo não estava certo com isso.

"Onde está sua cabeça?" minha companheira perguntou, seu lobo se aproximando de mim e se roçando no meu.

"Apenas perdido em pensamentos. Desculpe, amor." Eu rosnei de volta para ela. Eu podia sentir seu lobo ronronando de prazer.

Continuamos nossa corrida, saltando sobre troncos e atravessando córregos frios. Eu não conseguia me livrar da sensação irritante na parte de trás da minha cabeça. Meu lobo estava igualmente agitado. A morte do meu pai estava pesando muito hoje.

"Hope, vamos voltar para casa", eu disse.

"Mas acabamos de sair, por favor, Edward, só mais um pouquinho, já faz muito tempo desde que nossos lobos tiveram a chance de correr juntos." ela implorou.

Ela estava certa. Já fazia muito tempo. "Apenas mais um tempinho, quero voltar para casa logo, tudo bem?"

Ela lambeu meu rosto em aprovação, fazendo eu e meu lobo Edmundo suspirar. Eu nunca conseguia dizer não para ela. Passamos mais meia hora perturbando a tranquilidade da floresta com nossa conversa e brincadeiras antes que minha inquietação vencesse e eu decidisse que era hora de voltar para casa.

"O tempo acabou, vamos voltar." eu persuadi.

"Você tem que me pegar primeiro" minha companheira disse enquanto virava rapidamente e corria na direção oposta. Ela sabia o quanto meu lobo amava a perseguição. Ela estava aprontando alguma coisa. Em qualquer outro dia eu teria ficado extasiado, mas não hoje.

"Hope, vamos embora, estou com uma sensação desagradável." eu a liguei, rapidamente mudando de direção para alcançá-la. Hope era rápida, mas eu era mais rápido. Amo a genética do Alfa.

"Estraga prazeres!" ela retrucou.

Eu conseguia ver apenas vagamente seu pelo loiro à minha frente, mas estava me aproximando rapidamente. Ela parou abruptamente à minha frente, e foi quando meu mundo desabou. Havia uma figura em pé na frente de Hope e, antes que eu soubesse, pude sentir seu medo, sua dor e então nosso vínculo de companheiros sendo rompido. Meu lobo recuou no meio da corrida, minha forma humana nua agora cambaleando pela floresta, ofegando por ar, sentindo como se uma lâmina de prata estivesse rasgando meu peito. Olhei através da minha dor e vi duas figuras paradas diante do corpo dela, uma claramente cheirava a um lobisomem, a outra eu não reconhecia. Seus rostos estavam cobertos e eles usavam longas túnicas negras com capuzes. Assim que chegaram, partiram, para onde eu não sabia, mas foi como se tivessem desaparecido no ar. Mas eles não eram minha maior preocupação no momento. Rastejei até minha companheira com a pouca força que tinha, o vínculo rompido cobrando seu preço.

"Hope!" eu gritei, recolhendo seu corpo inerte em meus braços. "Querida, por favor, fique bem, por favor, volte para mim!" Ela tinha um longo corte na garganta e o sangue estava jorrando. Em vão tentei estancar o sangramento e soltei um uivo de angústia. Quatro guerreiros imediatamente responderam, seguidos pelo estrondo de patas se aproximando. "Ajuda! Ela precisa de ajuda!" eu implorei. Estava cercado pelos meus guerreiros, seus rostos apenas confirmando meu pior medo. Hope se foi.

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3 dias depois

Eu estava sentado na antiga catedral, encarando o vitral com mais de 100 anos. Eu me pergunto como eles fizeram isso naquela época? Eu sei que é um saco tê-los limpos. Temos uma empresa especializada que vem e remove todos os painéis e os transporta para uma instalação de limpeza, apenas para trazê-los de volta e reinstalá-los. Que incômodo."Alfa?"

O vitral é bonito e tudo mais, mas a que custo? Tanto trabalho por vidro colorido. Vidro colorido antigo.

"Rei Edward?"

Ele nunca foi super confiável o tempo todo, já que era tão velho. Era preciso ter cuidado extra no inverno. Como diabos eles faziam naquela época?

"Irmão!"

Eu me soltei do meu transe para ver meu irmão, Beta Jackson, parado na minha frente com um olhar expectante. Olhei ao redor e vi uma multidão de olhos me olhando.

"Irmão, é hora", disse Jackson suavemente. Ele estava usando o mesmo terno preto da última vez. O mesmo terno que ele usou no funeral do nosso pai.

Dei a ele um aceno breve e me levantei, sentindo meus pés pesados como chumbo a cada passo que dava. Me aproximei do caixão da minha companheira, movendo uma mecha de seu cabelo loiro para trás de sua orelha pela última vez. Acariciei sua bochecha, tentando gravar seu rosto na memória antes de olhar para o padre e acenar. Ele se aproximou do caixão, disse algumas palavras que eu nunca vou lembrar, e o fechou. Jackson, William e Oliver, meu Gamma e Delta, respectivamente, e eu levantamos o caixão dela e começamos nossa jornada até a parte mais distante dos jardins, onde enterraríamos a Hope ao lado do meu pai, do meu avô e do meu bisavô. Mais palavras foram ditas enquanto ela era baixada em seu lugar de descanso final.

Sentei ali, me sentindo tão entorpecido, perguntando-me onde eu tinha errado. Passei os últimos 3 dias revisando cada detalhe mínimo. Nossas fronteiras estavam seguras, mais do que seguras, na verdade. Não havia nada nas câmeras de segurança indicando que alguém entrou, então isso foi um trabalho interno? Não, não podia ser. Eu peguei o cheiro do lobisomem, era inconfundível. Fui por cada m****o da nossa alcateia para verificar, fizemos cruzamentos de referências e tudo mais. O que isso me deixou? Mais perguntas sem resposta.

"Jackson", chamei, sabendo que ele estava em algum lugar distante para me dar privacidade, mas perto o suficiente para estar ao meu lado se precisasse.

"Sim, irmão?" ele perguntou enquanto se aproximava por trás.

"Quero que todas as alcateias do meu reino sejam trazidas aqui, jovens e velhas. Inclusive os renegados. Alguém deve saber de algo. Se recusarem, estarão desobedecendo ordens diretas do seu rei e serão condenados à morte." Minha voz estava calma e mortal.

"Irmão, existem milhares de alcateias em nosso reino, isso pode levar anos." Meu irmão tentou argumentar.

"Então vai levar anos. Quero que a primeira alcateia seja trazida amanhã. Certifique-se de que seja feito." Não pretendia abrir mão disso.

"Sim, Alfa." Meu irmão respondeu. Eu sabia que ele não concordava quando usava meu título quando estávamos só nós dois. Ele entenderia quando encontrasse sua companheira.