Dormitório

2825 Words
Durante a noite a escola fez um comunicado na Tv ─ chamaram a impressa ─ como Isekai nunca fez algo do tipo acabou fazendo com que todos ficassem curiosos, então a quantidade de pessoas assistindo estava altíssima. Todos os professores e o diretor se encontravam presentes, mas devido ao incidente acharam melhor que Stronger não ficasse longe de seu filho.  Como precaução devido aos ataques constantes dos vilões. Desde o primeiro ataque o diretor já penso em implementar dormitórios para que os alunos ficassem seguros dentro da escola, afinal os professores morariam também em prédios próximos deixando o ambiente mais seguro para todos. E agora Mori sendo atacado fez com que ficasse ainda mais evidente a necessidade dos dormitórios. Eles não contaram o que havia acontecido a Haru, não queriam expor o garoto muito menos dar motivo para mais vilões ficarem interessado nele. Haru estava um pouco incomodado com aquilo, ele não queria envolver seus amigos de forma alguma com seu problema atual se dependesse de si ele ficaria em outro local protegido junto com sua mãe. Só que havia um lado bom em tudo isso, morando juntos ele poderia descobrir se havia alguém da sala que gostava dele. No dia seguinte todos os alunos já estavam com suas malas prontas e haviam combinado um ponto de encontro para cada sala para que um professor, no caso o responsável da sala, os buscasse e levasse até o dormitório, para que não ocorresse nenhum tipo de ataque. Usaram um ônibus para ir até o campus que ficava dentro da escola com os prédios que seriam os dormitórios. A classe ficava com o dormitório mais próximo a escola, já que eles foram os mais afetados, sem contar o fato de que Mori poderia ser um novo alvo. Ao adentrar o local, logo puderam ver o quanto era espaçoso. A sala possuía um sofá largo em forma de L com algumas poltronas espalhadas e uma mesa de vidro no centro. A sala de jantar era junto da cozinha que possuía um semblante aberto, era grande e completa. Havia duas mesas com oito lugares lado a lado além das banquetas que estavam na parte da cozinha. Na cozinha havia três geladeiras para conseguir armazenar comida suficiente para toda uma dispensa enorme que ficava ao lado da cozinha, junto a uma lavanderia com inúmeras lavadoras, para que todos pudessem organizar suas roupas e não houvesse nenhum tipo de bagunça ou desordem. A casa possuía cinco andares tendo um elevador grande onde cabiam seis pessoas no mínimo, uma escada, e ao lado, uma enorme lareira. Cada andar possuía oito quartos e pelo problema de Haru, decidiram deixar até segunda ordem o último andar para o garoto, o que causara muita briga e reclamações. ─ Mori pode ser um alvo ─ Takeshi falou sério fazendo todos ficarem quietos. ─ Estamos deixando-o isolado para que o pior não aconteça. ─ Mas assim ele fica sozinho se houver um ataque! Isso é injusto. Não poderíamos ajudar estando em um andar abaixo do dele, como poderíamos estando ao lado do quarto dele ─ comentou Aika incomodada. ─ Eu não me importo de ficar no mesmo andar que ele professor. ─ Eu também não ─ agora era Akari que se manifestava, logo foi até o lado da amiga. ─ Deixe pelo menos nós duas ficarmos com ele, será menos perigoso do que o deixar sozinho. ─ A responsabilidade será de vocês, eu dei minha sugestão e opinião, se preferem se arriscar darei meu apoio, mas não garanto sua segurança imediata. Todos os professores têm como objetivo proteger Mori de um ataque, mesmo que outros sejam envolvidos, ele ainda será nossa prioridade ─ disse vendo o olhar de todos sobre si. Todos ficaram indignados, afinal não era responsabilidade dos professores e do diretor proteger os alunos? Era o mesmo de dizer que todos se afastassem de Haru para que não se machucassem. Onde estava aquele discurso da noite passada aonde os alunos eram a prioridade e seriam protegidos? ─ Aceitamos ─ falaram as duas meninas. ─ Então será dividido assim: no primeiro andar fica a academia para que possam treinar e a área de banho onde ela é dividida para homens e mulheres. Espero que entrem em um acordo para que Mori utilize um dos dois em algum horário estipulado por vocês ─ encarando o garoto que ficou triste ao escutar aquilo. ─ O segundo andar é a lavanderia, não quero bagunçar naquele lugar e nada de quebrar os aparelhos, se não souber como usar pergunte alguém ─ disse vendo algumas pessoas olharem para o lado um pouco sem graça. ─ No terceiro andar ficaram os meninos.   ─ Professor, vamos ter horários para usar a lavanderia e a academia? ─ Kenji Yamazaki perguntou. Possui quatro braços, cabelos longos preso em um coque frouxo no tom branco, tem três olhos no tom vermelho. Alto tendo 2,5 metros de altura e bastante musculoso. Ele era forte, mas Mori era mais.   ─ Meu cabelo é grande, eu espero que não tenha limite de tempo para ficar dentro do chuveiro ─ Nami Aoki falou agora. Seu cabelo é longo em um tom laranja vibrante que chegavam até o chão, estava preso em um r**o de cavalo. Tinha olhos azuis que pareciam lembrar o mar. Seu poder era aumentar seu cabelo e controlá-lo seus fios de cabelo eram resistentes e fortes que podiam aguentar muito bem um homem adulto. ─ com muito treino ela poderia carregar no ar Stronger, mas ela ainda precisava de muito para aguentar tanto peso ─ Ela era um pouco magra, mas tendo músculos devido a força que tinha que fazer para se manter no lugar. ─ As 23h horas recomendo que nada seja usado pelo barulho, já para o início de funcionamento vocês que se decidam. Aoki devido a sua individualidade você pode ficar o tempo que for necessário para cuidar de seu cabelo já que ele é parte essencial de seu poder ─ vendo a menina abrir um sorriso e concordar. ─ As garotas ficam no quarto andar ─ disse por fim vendo todos concordarem com tudo, viu que alguns já estavam discutindo o horário de funcionamento da academia. Então se lembrou de algo importante. ─ Para sair vocês deveram pedir a mim uma autorização, mesmo com ela vocês terão um toque de recolher. As 20h todos devem já estar dentro do dormitório, caso não esteja receberam detenção. Aos finais de semana todos, menos Mori, poderão voltar para casa se desejarem... assim vocês podem passar o final de semana lá e na segunda voltarem para a escola. Bem, agora vou embora, boa noite a todos.   Ninguém disse nada referente ao toque de recolher, já esperavam algo do tipo já que agora estavam em tempo integral na escola, mas não achavam que teriam que pedir autorização para isso. Enquanto todos discutiam sobre o dormitório ─ principalmente horário de funcionamento de lavanderia e academia ─ Mori estava perdido em pensamentos, estava com medo e se sentindo um grande incomodo na vida de todos.    ─ Não fica assim ─ Aika se aproximou do amigo que estava cabisbaixo. ─ Achou mesmo que deixaríamos você sozinho em um andar, ainda mais depois de tudo o que aconteceu com você?   ─ Vamos te ajudar com tudo Mochan.   ─ Obrigada meninas, eu preciso de ajuda de vocês ─ disse chamando atenção das outras garotas que ainda não haviam subido. ─ Eu não tenho nenhuma roupa feminina, eu trouxe as minhas e nem todas ficam bem no meu novo corpo, mas eu não tenho dinheiro para comprar roupas novas.   ─ Não tem problema, eu já esperava por isso e comprei roupas para você ─ Saori Gotou falou com um grande sorriso. Era uma garota mulata de cabelos verdes e olhos amarelos, seu poder é transformar seus braços em lâmina que podiam chegar até 5 metros, ela controlava o tamanho. Tem 1,65 de altura e tem belas curvas já que gosta de dançar e praticar esporte. É rica e não se importa de comprar coisas para os amigos quando vê que eles estão precisando. ─ E não adianta falar que não quer ou que não precisava, você sabe que eu tenho dinheiro e fazer isso não me prejudicou em nada.   ─ Bem, eu nunca pensei que você faria isso por mim ─ disse chocado com aquilo. ─ Muito obrigado Gotou ─ abriu um sorriso pequeno vendo o quão feliz sua amiga tinha ficado com aquilo.   ─ Bem então daqui 3 horas, vamos ao seu quarto te ajudar com tudo ─ Saori comentou, já que ela precisava arrumar seu quarto primeiro.   ─ Espero que até lá eu tenha arrumado tudo no meu quarto ─ Mori deu uma risada curta vendo todas concordarem com ele, já que ninguém queria demorar muito na arrumação.   Então todas começaram a subir e irem aos seus receptivos quartos, o dormitório estava um pouco quieto já que todos estavam ocupados organizando suas coisas. Quando deu o horário combinado, as meninas foram ao quarto de Mori e viram como ele era um grande fanboy de heróis. O tanto de estatuetas e bonequinhos que ele tinha provavelmente fariam o garoto rico, muitas coisas ali eram de edições ilimitadas ou que pouquíssimas pessoas tinham acesso. Se perguntavam como ele tinha conseguido tudo aquilo Algumas meninas tinham separado algumas roupas mais largas, como moletons e blusas caso ele precisasse. Elas não sabiam que Gotou ia comprar as roupas ─ ela tinha esquecido de avisar as meninas ─ então todas acabaram não entregando ao menino, afinal viram a quantidade gritante que a amiga tinha comprado e acharam que tudo aquilo não caberia no guarda-roupa de Mori. ─ Mori como eu peguei base pelo seu uniforme de escola, acho que todas as roupas que comprei vão servir em você, mas caso alguma não caiba ou fique grande demais é só me avisar. Já em relação a roupa intima, eu espero que tudo que eu tenha comprado pra você seja do seu agrado! Só que caso não goste, pode ficar tranquilo que eu não vou ficar chateada.    ─ Vamos explicar também sobre seus hormônios, afinal você pode menstruar ─ Nami fez uma careta com aquilo, já imaginava como seria o sofrimento do amigo. ─ Conversamos antes de vir e decidimos que você pode tomar banho com a gente ─ Maki comentou com um sorriso pequeno. ─ Não queremos que você tome banho sozinho, isso pode ser perigoso e temos medo de que algum garoto entre enquanto você está saindo do box ou se trocando.   ─ Eu me pergunto, por qual motivo eles não implementaram um banheiro no quarto do Mori? ─ Aika comentou. ─ A menos que todo o prédio já estivesse pronto, se for assim então por qual motivo teria um quinto andar cheio de quartos vazios?   ─ Amiga, nem adianta fazer teorias da conspiração pois nunca vamos descobrir ─ Akari colocou a mão no ombro da amiga a confortando.   ─ Mas eu ainda sou um garoto ─ respondeu um tanto desconfortável. ─ Não vão se sentir incomodadas com minha presença lá?   ─ No momento você possui um corpo de uma garota. Sei que é chato, mas no momento estamos olhando para seu exterior e somos as únicas que podem lhe ajudar com certas coisas mais intimas. E ninguém aqui quer que algum daqueles tarados olhe seu corpo nu! ─ viu todas concordarem consigo, já que sabia como seria ainda mais perturbador caso aquilo acontecesse. Mori certamente ficaria ainda mais desconfortável.   ─ Eu me pergunto, por qual motivo eles não implementaram um banheiro no quarto do Mori? ─ Aika comentou. ─ A menos que todo o prédio já estivesse pronto, se for assim então por qual motivo teria um quinto andar cheio de quartos vazios?   ─ Amiga, nem adianta fazer teorias da conspiração pois nunca vamos descobrir ─ Akari colocou a mão no ombro da amiga a confortando.   ─ Bem, vamos deixar com que Mori arrume suas roupas novas ─ Eiko chamou atenção de todas. ─ Vamos preparar nossa janta, já está ficando tarde.   ─ Espero que tenha alimentos o suficiente para todos aqui ─ falou Saori pensativa. ─ Mori, eu sei que é difícil e tudo mais, mas sei lá, acho que deveria começar a usar as palavras no feminino, assim fica menos suspeito ─  Nami coçou o braço já que se sentia um pouco ignorante falando aquilo ao amigo. ─ Não é que eu queira que você aceite ser mulher e deixe de tentar achar um jeito de voltar a ser homem, mas só nossa turma e os professores sabem o que aconteceu, quanto menos gente souber menos você vai sofrer.   ─ Sem contar que você vai se apresentado como uma aluna nova que vai ficar por algum tempo por aqui. Se você falar no masculino as pessoas vão estranhar ─ Maki aproveitou para comentar também.    ─ Eu sei como as pessoas podem ser maldosas, eu já sofri muito bullying quando mais novo pela falta de um pai e não conseguir usar meu poder direito devido ao fato de ser muito forte. Porém é questão de tempo para todos da escola saibam a verdade. Isso é se os próprios professores já não tiverem falado sobre o ocorrido ─ soltou um suspirou e sua expressão ficou mais triste. ─ Mas tentarei falar o máximo possível no feminino... mesmo que isso me incomode. Só que se eu notar que todos da escola já sabem de tudo voltarei a falar normalmente.   As garotas foram até Haru e lhe abraçaram, já que viram que ele estava ainda um pouco triste e incomodado com tudo aquilo que estava acontecendo a sua volta. Despediram-se e o deixaram sozinho para que pudesse arrumar suas coisas. E não deixaram de dizer no final que caso ele precisasse de qualquer coisa era só ele mandar uma mensagem que elas viriam correndo. [..]   Haru arrumava suas novas roupas em seu guarda-roupa com um semblante triste. Praticamente havia desistido de voltar a sua verdadeira forma e era questão de tempo para que todos na escola o olhassem com nojo por ser um homem no corpo de uma mulher. Sem contar que as chances de achar alguém gay e que ainda tivesse atração por si eram quase nulas ─ nem sequer era nenhum menino atraente para chamar atenção de qualquer garota, imagine de garotos. Foi tirado de seus devaneios por um barulho, olhou na direção da janela fechada e caminhou até se aproximar e ver que não havia nada ali provavelmente o vento havia jogado algo. Quando se virou viu que havia um portal a sua frente, o mesmo que um dos vilões sempre usava para locomover mais inimigos. Um homem tigre enorme passou pelo portal mostrando um sorriso c***l repleto de dentes. Ele era um tigre preto de listras brancas extremamente forte que chegava a ser assustador. Estava usando uma regata branca e calças de moletons cinza largas para que não incomodassem seu corpo. Estava descalço e sua calda balançava como se estivesse pronto para uma caçada.   Haru sabia quem era aquele vilão. Sora Sakai era seu nome. Um vilão forte que já havia matado alguns heróis e que estava sendo procurado há muito tempo. Estava tremendo tendo ele a sua frente, não tinha chances de escapar, sem contar que não sabia como suas habilidades reagiriam àquele novo corpo. Então, antes que ele pudesse sair por completo do portal ele correu para direção da porta e conseguiu sair para o corredor, mas antes que pudesse dar um único passo, sentiu seu cabelo ser puxado de forma bruta. Mori pensou rápido, não tinha como agir naquele momento, não havia ninguém no seu andar. Então logo se lembrou da pessoa que possuía o ouvido mais sensível na sua turma; talvez pudesse escuta-lo caso gritasse. Puxou todo o fôlego que tinha e segurou ao máximo a vontade de gritar de dor quando Sakai ao levantar seu braço, o quebrou.   ─ SAKURAI! ─ gritou antes de ser brutalmente jogado para baixo, chegando ao térreo. Tendo todos os olhares sobre si, principalmente os das meninas, olhares desesperados, por absorverem seu estado atual. Havia sangue escorrendo em sua boca, um dos braços estava completamente quebrado e o resto do corpo dolorido por ter sido jogado de tão alto. Tendo ouvido o grito do amigo, logo avisara todos os meninos do andar. Mas aparentemente fora lento demais, já que vira Mori passar rapidamente pelo andar o quebrando e chegando ao térreo deixando os garotos sem reação. Todos os meninos ficaram desesperados ao ver um vilão logo atrás pulando de encontro ao colega que ainda se encontrava no chão. ─ Murata vá até a escola avise alguém, rápido! ─ gritou Jun logo correndo junto aos meninos para o andar de baixo. Takeo queria ajudar, mas ele precisava ser rápido para evitar o pior. Ele rapidamente pulou a janela de seu quarto e correu, o mais rápido possível usando sua individualidade, para a escola. Precisava achar um professor rápido antes que o pior acontecesse ao amigo.
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