Em sua casa, senhor!

1055 Words
Mariel permaneceu ao meu lado enquanto a enfermeira fazia um curativo em meus arranhões, é estranho, já morri mas ainda sangro aqui? Esse mundo é difícil de compreender. - Pronto! Ela deslocou o braço, precisará usar tipoia por um tempo, creio que duas semanas. - a enfermeira sorri. - É normal acontecer isso, então não fique triste! Com licença Mariel. - ela sai andando. - Fico feliz que esteja bem! Pratique aterrissagem sem as asas em casa, lembre-se: respirar fundo, preparar os joelhos e mirar aonde deseja descer. - Mariel sorri me entregando um copo de água. - Por quê sangrei? - pergunto curiosa. - Somos como os humanos...só não morremos, mas sentir dor, sangrar e até mesmo amar, somos capazes. - ela se senta ao meu lado. - Você é incrível Mariel...- sorrio. - E muito bela! É a primeira vez que vi uma morena ruiva, se estivesse em Milão com certeza seria uma atriz famosa!  - Sua boba! - ela me soca de leve sorrindo. - Preciso voltar para o treinamento, consegue ir embora sozinha?  - Na verdade não... - Vou pedir ao Mael, ele te deixará em casa.  - Certo, vou aguardar. - sorrio. *MINUTOS DEPOIS* Estava no carro de Mael, ele permanecia calado enquanto dirigia no banco da frente. - Desculpe...- digo em voz baixa. - Você precisou largar o treino para me trazer...prometo que na próxima não serei um estorvo. - sorrio cabisbaixa. - Tudo bem! Não gosto de treinar mesmo. - ele sorri. - Vou para outro lugar, depois de te deixar em casa. - Encontrar a namoradinha? - pergunto. - Não, não namoro faz anos, minhas obrigações não permitem. - ele sorri. - Mael...teria quantos anos no mundo humano? - Aqui eu tenho 240 anos, então seria 24.  - Igual à mim! - sorrio. - Chegamos... - Ah, sim...obrigada. - desço do carro e ele abre o vidro me encarando. - Qualquer coisa me liga,  hoje de manhã deixei meu número ao lado do telefone. - Certo...- ele acelera o carro. Como se eu fosse ficar aqui! Tenho que encontrar o lugar aonde ele fica! Caminho pelas ruas procurando algum prédio que chame muita atenção, passo por um parque coberto de pessoas no gramado, algumas tomavam sol, outras caminhavam e casais passeavam juntos, é idêntico à Itália...que saudade de casa...preciso encontrar Deus logo! Vejo uma mulher sentada em um banco sozinha, me aproximo devagar. - Olá moça...poderia me dizer aonde fica o prédio de Deus? - sorrio. - Por quê está procurando pelo senhor? - Bom...eu...sou prima da Mariel! Soube que ela estaria na casa do senhor...- digo. - Bom, é aquele dourado! - ela aponta o dedo. - É o prédio mais simples e pequeno da cidade, o senhor gosta de tranquilidade e não de luxo.  - Obrigada! - me curvo e saio correndo até o prédio. Quando chego na entrada vejo dois anjos de armadura, ambos estavam viajando o local, para entrar lá...sem armadura e com a tipoia?! Seria impossível...mas não custa tentar!  - Wing zip! - digo e elas aparecem novamente. Caminho firme até à porta e quando tento entrar eles me barram.  - Podemos saber quem é você? - um deles perguntam. - Sou Amy Galaretto, estou aqui com informações do planeta Terra, para nosso senhor. - digo sorrindo. - Entregue ao seu superior! - um deles responde no mesmo instante.  - Mariel estava ocupada, por isso eu vim! - digo. - Lamento, não deixaremos você entrar!  - Mas eu vou! - digo empurrando um deles e correndo para dentro do prédio, estava pronta para entrar no elevador, mas um deles me agarram por trás. - ME DEIXEM ENTRAR! EU PRECISO FALAR COM ELE! - grito chorando. - ELE PRECISA DEVOLVER MINHA VIDA! ME DEIXEM ENTRAR. - me debato fazendo um escândalo. - Está na casa do senhor! Permaneça em silêncio! - o anjo diz me arrastando para fora. - Ludeciel! - um homem com cabelos castanhos longos, com a barba feita e uma toga branca aparece em minha frente. - Perdoe-nos pelo escândalo senhor! - o anjo me solta e se curva me puxando junto. - Se curve perante ao filho de Deus! - ele cochicha em meu ouvido. - Essa moça deseja falar com vosso pai? - ele pergunta surpreso. - Sim! Por favor! - me levanto encarando o mesmo. - Me acompanhe. - ele se vira entrando no elevador. - Mas Jesus...- o anjo diz rapidamente. - Obrigado por tudo, deixe o resto comigo Ludeciel! - ele sorri fechando à porta do elevador. - Então você é Jesus? - pergunto curiosa. - Sim irmã! - ele sorri de leve. - Chegamos! - ele bate na porta. - Vou para à sala ao lado, vosso senhor receberá você. - Mas como ele sabia que eu viria? - pergunto. - Ele sabe de tudo querida! Não pode esconder nada do seu criador! - ele entra na sala ao lado e fecha à porta. Falarei com ele! Pedirei de joelhos se for preciso! Mas voltarei para casa! Estou com tanta saudade de lá...papai,  mamãe e Marianne...todos os dias sinto falta de vocês.  - AMY?! - o elevador se abre e vejo Mariel em minha frente. - O quê pensa que está fazendo? Como entrou aqui? - ela diz furiosa. - Eu...eu não posso viver aqui! - digo cabisbaixa. - Não acredito...você foi longe demais! Quando Ludeciel me ligou dizendo que havia um anjo enviado por mim...então era você? - ela me encara furiosa e segura minha mão. - Vamos para casa!  - Não! - abaixo a cabeça chorando. - Me desculpe Mariel...mas não saio daqui enquanto não falar com Deus! - digo batendo forte na porta. - EU SEI QUE VOCÊ SABE QUEM EU SOU!  - Amy! - ela segura minha mão preocupada. De repente à porta se abre e um homem alto com a mesma toga branca, cabelos castanhos ondulados e olhos azuis me encara seriamente. - Amy Galaretto...estava lhe aguardando...- ele sorri. - Senhor! Me perdoe por isso...eu não sabia que ela viria. - Mariel diz cabisbaixa. - Tudo bem minha filha, me deixe conversar com a sós com ela, pode se retirar. - ele diz me convidando para entrar. - Você sabe o que eu quero, não sabe?! - pergunto séria. - Sim...você quer voltar à sua antiga vida de humana...
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