Os nobres haviam se reunido para conversar sobre a atual situação do reino e Dimitri.
- Tudo está desmoronando por causa dela, vossa majestade está perdida de amores pela rainha e com isso, esqueceu-se de sua maior missão.
- E todos nós estamos pagando um alto preço pela escolha dele.
- Faremos uma petição para que ele se case novamente, Marisa não serve para ele. Pelo que todos assinem este pergaminho e apresentaremos a ele a nossa decisão esta tarde.
Todos concordaram e assinaram, Dimitri e Marisa saíram para dar um passeio a cavalo nas redondezas do castelo. O clima entre eles era de total sintonia, trocaram muitos beijos e falaram apenas sobre seus sentimentos e nada poderia estar melhor em seu relacionamento.
- Por que está tão calado?
- Apenas para admirar sua beleza ao nascer do sol. - Marisa sorriu com o galanteio do rei, fez seu cavalo correr mais e ele fez o mesmo alcançando-os.
- Sente falta de Scarlatti e da sua vida de antes?
- Apenas em parte Dimitri, mas lá eu vivia quase sempre oprimida e aprisionada. Florença me traz melhores recordações e com todo o respeito ao seu povo, sinto-me em casa agora.
- Esse é seu povo agora, você é a minha rainha… minha escolhida para governar!
Marisa
Quando ele me fala sobre o futuro, meu coração se aquece. Eu não sabia o que era amor, sinto muito que minha mãe possa ter passado pela vida sem ter conhecido um sentimento como esse.
[…]
Os dois sorriram e cavalgaram por toda a manhã, apenas por perto dos campos e flores que não haviam sido atingidas pela magia dos Chacais. O rio ainda parecia estar obscuro, olhar para ele era como recordar de que a paz ainda não foi conquistada e há decisões a tomar para que isso possa acontecer.
- Vamos voltar para o castelo?
- Sim.
Ele a ajudou a montar o cavalo dela e montou o seu, os dois apostaram uma corrida de volta para casa.
- Se eu vencer, quero um beijo e tem que ser o mais doce de todos!
- E se eu te vencer Dimitri?
- Aí então poderá me pedir o que quiser.
Marisa sorriu.
- O que vai me pedir? - Ele insistiu curioso.
- Direi apenas quando eu vencer.
Ele sorriu e fez seu cavalo correr muito, estava tão curioso para saber o que ela pediria a ele, que permitiu que ela vencesse nos últimos metros.
- O que vai ser Marisa?
- Um beijo seu, o mais doce deles!
Dimitri parou o cavalo em frente ao castelo, aproximou-se dela para cumprir sua doce penitência pela derrota, mas um dos súditos já esperava por ele ansiosamente e acabou com o clima de romance naquele momento.
- Perdoe-me interromper alteza, mas os nobres desejam uma reunião de emergência e já o esperam na sala de reuniões. Todos eles estão aqui!
O rei olhou para a rainha, se já estavam ali tão cedo, é por que era algo muito sério.
- Eu irei falar com eles, prometi tranquilizá-los e agora chegou o momento de fazer isso. - Ele beijou a mão dela.
- Sim, amor, vá! - Dimitri subiu para a sala de reuniões, Marisa ficou com uma angústia dentro do coração, mas não sabia dizer o que era.
Ele entrou na sala, todos ficaram de pé e depois que ele se sentou, eles fizeram o mesmo.
- Sei que estão descontentes com os caminhos desta batalha, mas sei que podemos vencer se permanecermos juntos. - Dimitri sabia que aquela reunião tinha tudo a ver com as batalhas e o medo de que a magia deles não fosse o bastante para vencer.
- Sim, vossa alteza, mas estamos todos aqui para apresentar uma exigência que é legítima e que nosso posto de nobres nos outorga.
- E o que seria essa exigência? - Dimitri estava ansioso para saber por que estavam todos ali olhando-se estranhamente.
Um dos nobres levantou-se com um pergaminho em mãos, nenhuma deles estava contente com as decisões de Dimitri sobre a guerra e sempre o compararam ao antigo rei… seu pai.
- Queremos que Florença tenha uma nova rainha, já está casado com Marisa a quatro anos e ela nunca lhe deu um herdeiro e isso a torna inadequada e até pode estar amaldiçoada trazendo todo o m*l para o nosso meio e isso está nos fazendo perder vidas e todas as desgraças que a acompanham!
- Amaldiçoada? - Dimitri m*l podia acreditar no que estava ouvindo, como podiam atribuir a ela uma batalha de disputa por poder que se estendia tantos anos?
- Neste pergaminho há uma petição assinada por todos os nobres para desposar a filha de Demetrius, com a ajuda do reino de Castellia, podemos ter alguma vantagem na batalha que estamos atualmente enfrentando. Só assim poderemos nos preparar para a guerra com menores preocupações.
- Eu não posso fazer isso! - Em sua fala, o não posso poderia ser facilmente entendido como um: não quero fazer isso e os nobres se irritaram com ele.
Achavam que era seu dever estarem ali para abrir os olhos do rei e que sua solução era a mais apropriada para os tempos de batalha em que estavam, afinal o que seria de um reino que não possui sequer uma rainha fértil para dar continuidade a sua existência?
Dimitri
Não posso me casar com outra mulher, Marisa ficaria arrasada e duvidaria de todo o sentimento que tenho por ela e eu não posso amar outra que não seja doce como ela, depois de todo o amor que temos construído dia após dia.
Mas também não posso me desfazer dos nobres, isso seria loucura… a guerra está a cada dia mais árdua e se eu perder o apoio deles, aí, sim, Florença estará acabada para todo o sempre. Meu pai de onde estiver veria o próprio herdeiro colocar tudo o que ele construiu por toda a vida sendo conquistado por outro, um monstro como Octávio, não posso permitir isso jamais.
- Prometo a todos vocês que pensarei na proposta. - Foi tudo o que pude dizer naquele momento para não me indispor com eles e acalmar os ânimos.