Capítulo 8

1173 Words
Certo dia, o rei foi até a cabana de Marisa, não deixava de pensar nela um só momento e tinha necessidade de sempre estar por perto. Os dois estavam recuperados de suas lesões físicas, mas antes de chegar até ela, Dimitri resolveu usar toda a sua energia em uma caçada solitária na floresta e calculada para ter o resultado que ele previa. Após esgotar todas as energias, ele chegou à cabana quase se arrastando de tão exausto e fraco, o cachorro Feroz logo começou a latir anunciando a presença dele para Marisa. Ela estava na cabana colocando a lenha na lareira, mas correu para fora ao ouvir o chamado do cão e sabia que aqueles latidos significavam algum perigo. Viu o rei caído e apenas tentando colocar-se de pé, sem conseguir. Ela correu até ele e abaixou-se ficando de joelhos ao lado dele, achou que ele pudesse ter sido vítima de algum outro ataque ou estivesse ferido de morte. - Dimitri, o que aconteceu? - Marisa perguntou sentindo seu coração acelerado. - Me sinto muito fraco e sem energia, você precisa me ajudar Marisa e tem que ser agora. - Eu, mas como posso fazer isso alteza? - Ela perguntou inocentemente. - Assim! Ele puxou delicadamente o rosto dela para junto do seu, colando seus lábios em um beijo apaixonado. A cada segundo ele sentia seu corpo mais forte, não restavam dúvidas de que Marisa era uma fonte inesgotável de poder e estar perto dela o fazia muito bem. Ela ficou encantada com aquele gesto do rei, nunca havia beijado em toda a sua vida e sequer podia imaginar o quão linda e sublime era aquela sensação. Marisa afastou-se devagar do rosto dele, saiu correndo para a cabana e estava envergonhada. Dimitri foi atrás dela sorrindo, entrou naquele lugar e chamou por ela insistentemente. - Marisa, por que foge de mim desse jeito? Eu te fiz algum m*l? - Já está salvo, vossa alteza! - Fale comigo e olhe-me nos olhos então. - Ele exigiu a ela, Marisa voltou para a sala e o olhou. - Você me faz tão bem… Ele a abraçou forte alisando os longos cabelos de Marisa, os corações da ambos aceleraram. O plano de Dimitri ao consumir propositalmente sua energia para submeter Marisa à prova mais uma vez deu certo, mas não era só isso… ele queria tocá-la novamente buscando uma sensação que só o amor dava a ele mesmo que ainda não tivesse se dado conta do que sente por ela. À partir deste dia, Dimitri não precisava mais inventar desculpas para vê-la, sentia-se feliz ao estarem juntos. Certa manhã, ele a convidou para cavalgarem por perto do reino. Ela não achou o convite estranho, era seu marido e talvez a aproximação deles pudesse amolecer o coração do rei e fazê-lo levá-la para Florença de uma vez. - Venha comigo! - Ele estendeu a mão e ela montou no mesmo cavalo com ele, abraçando-o por trás e colando seu corpo nas costas dele. Cavalgaram para longe da cabana, as cores das flores e das árvores foram mudando conforme avançavam, o cheiro da relva se fortalecia e prazeroso. - Eu nunca havia vindo para esse lado do reino majestade, na verdade… eu quase nunca saio da cabana desde que me trouxeram para cá. Dimitri se sentiu tocado com as palavras dela, ele desceu do cavalo e ofereceu-se para ajudá-la. Ele a segurou pela cintura e o corpo dela deslizou lentamente ao tocar o dele. Marisa Ficamos nos olhando, o calor da respiração dele aquecia minha pele e nossos cheiros se misturavam. - Por que me trouxe aqui? - Perguntei olhando ao nosso redor, havia um lago de águas esverdeadas cuja cor eu nunca havia visto igual, nem nas folhas mais novas. - Não acha que esse lugar é lindo? - Sim, majestade, ele é! - Não precisa me chamar de majestade, você é minha rainha. - Está bem, Dimitri. - O olhar dele sobre o meu rosto o tempo todo me deixava constrangida, mas de uma forma boa e que me deixava feliz. - Como vocês chamam esse lugar? - Lago dos sonhos, meu pai sempre dizia que os nossos ancestrais vinham até aqui para fazer desejos. Olhavam para essa água bela e clara e faziam seus pedidos. - Eles se realizavam de verdade? - Perguntei molhando as mãos naquela água fria. - Isso eu não sei, mas eu gostaria de descobrir. Não sei o que um rei como ele, que já tem tudo o que qualquer pessoa pode querer, poderia ainda desejar. Tudo parecia muito diferente entre nós desde aquele dia em que salvei a vida dele, caminhei mais para perto da margem e haviam alguns sapos por lá, abaixei-me e joguei algumas pedrinhas para longe, mas eu nunca soube como fazê-las quicarem na água antes de afundar. Dimitri sorriu com a minha tentativa tola, abaixou-se e pegou uma pedra, a lançou com força. Ele realmente sabia como fazer, apenas muito longe e após percorrer quicando sobre a superfície da água ela afundou e eu sorri olhando para ele. - Venha, eu vou te ensinar a fazer isso. - Acho que não consigo Dimitri! Você pode fazer tudo o que quiser nessa vida rainha. - Ele veio por trás de mim, senti sua respiração agitar meus cabelos conforme ele respirava fundo buscando pelo meu cheiro. Ele me guiou nos movimentos e eu lancei uma pedra, não quicou tanto quanto a dele, mas foi bem melhor do que minha última tentativa. - Você fez isso parecer muito fácil, alteza. Ele então seguiu olhando em minha direção e disse. - Nada pode ser mais lindo… - Eu também acho que esse lugar é incrível! - Eu não falei dele, Marisa, falei de você. - Ele se aproximou de mim, adentrou meus cabelos com suas duas mãos, levantando-os da minha nuca e puxando meu rosto para o seu. Nossas bocas pareciam querer tornar-se uma só, o toque suave de sua língua ao sugar delicadamente a minha e parecia levar minha alma com ele, Dimitri me fazia sentir que já não sou dona do meu corpo. O rei quase não me tocava, agora estamos mais unidos do que nunca… Dimitri levou-me de volta para a cabana, não falamos muito no caminho de volta, ele desceu do cavalo e ajudou-me a fazer o mesmo. - Eu gostei do passeio Dimitri, obrigada. - Dei a ele uma flor que havia trazido comigo do lago dos sonhos. Entrei na cabana e ouvi o som do cavalo dele indo embora. […] Dimitri voltou para o castelo, foi para seu quarto segurando aquela flor, lembrou-se do dia incrível que teve ao lado de sua rainha. - O que Marisa faria se soubesse qual desejo eu fiz à beira daquele lago? Ele cheirou a flor e lembrou-se do sabor do beijo daquela bela jovem que estava roubando seus pensamentos e desejos pouco a pouco. Deitou-se na cama, alisou seu lado vazio… era inevitável que seus pensamentos não fossem ao encontro do que poderia estar acontecendo entre eles.
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