Capítulo 3

1029 Words
Os homens do reino de Florença estavam temendo o que o rei Dimitri poderia dizer sobre o atentado a vida de Marisa, que o reino poderia estar inseguro e eles falhando em sua missão de proteger o povo. Levaram-no até o lugar onde ela estava presa, aguardando que decidissem sobre a vida dela, era tudo o que podiam fazer, já que o pior quase já havia sido concretizado. Dimitri entrou na masmorra, altivo e disposto a tudo para descobrir a mando de quem aquela estranha trabalhava. Sabia que aquilo precisa ter um motivo forte para levar uma estranha a invadir suas dependências. - Diga-me, quem te mandou tirar a vida de Marisa? - Ele perguntou de maneira firme e direta, sem desfazer o contato visual com ela. - Ninguém vossa alteza! - Acha mesmo que poderei acreditar nisso? A mulher ficou ainda mais séria, não parecia temer o poder que ele tinha sobre a vida dela, ou estava segura demais em suas próprias convicções. - Vossa alteza tem o direito de duvidar, mas a verdade é que não há um mandante e eu vim aqui disposta a tudo. Desafortunadamente meu pai e meu marido morreram na batalha contra o maldito reino de Scarlatti, eu odeio Marisa e todos os vermes vindos daquele lugar… ela é uma princesa amaldiçoada e minha missão neste mundo é tirar a vida dela! Eu sei que vossa majestade não se importa com essa criatura, apenas a mantém longe daqui do palácio como se fosse uma pobre donzela qualquer, ninguém a trata como rainha e jamais lamentariam sua morte… estou certa? Ela sorriu debochando e ele se manteve neutro, a mulher deu um passo na direção dele esperando que o rei a deixasse terminar o que havia começado. Dimitri engoliu seco e deixou de olhar para ela naquele instante, apenas ordenou que abrissem a cela. Os guardas não entenderam sobre sua reação, não sabiam mais o que fazer e apesar de temer, eles precisaram perguntar ao rei. - O que faremos com ela, vossa alteza? - Enforquem-na ao amanhecer! - Ele respondeu sem sequer virar-se de volta para a mulher. O medo tomou conta dela, mas não iria clamar por sua vida. Sabia dos riscos que corria ao adentrar aquele reino para m***r a jovem e estava disposta a pagar por isso… foi acorrentada pelos pés e pescoço e assim, levada para a parte detrás do castelo onde os sacrifícios e condenações eram feitos. O carrasco apenas leu sua sentença, ela foi colocada no alto de uma espécie de torre de onde era forçada a saltar com a forca em seu pescoço. Ela olhou para o céu pela última vez e apenas pulou para a morte. […] Na cabana onde Marisa estava, tudo permanecia em silêncio. Ela seguia em seu quarto sozinha e pensando em todos os perigos aos quais tem estado submetida nos últimos tempos, sentiu falta do pai, apesar de nunca ter recebido o amor que gostaria dele. Na verdade, ela sentia um vazio por dentro que nada parecia conseguir curar. Marisa Acordei naquela cama, entediada e sem nada de interessante para fazer ou com quem conversar. Aquele lugar estava me deprimindo pouco a pouco. Mas parei e me lembrei de como era a minha vida no castelo de Scarlatti, uma eterna procura por um lugar que fosse meu. Pelo menos aqui, eu recebia uma visita… Calvin sempre foi o melhor amigo de Dimitri na infância e ambos têm a mesma idade, agora meu melhor amigo também e ele sempre que pode me faz companhia, desde que cheguei aqui. Assim que ouvi um cavalo se aproximar, eu saia que era ele, sempre ele! Ouvi a porta ser aberta e ele entrou com um imenso sorriso, o astral dele me contagiava e certamente me ajudou a permanecer aqui neste lugar. Os pássaros cantavam e lá fora certamente havia um lindo dia que esperava por mim, mas sem poder sair dessa cama é um tédio. - Que bom que você chegou, Calvin, eu estava me sentindo muito sozinha. Entre! Percebi que ele relutou aceitar o meu convite. - Anda, vem! - Mas, você está na casa Marisa. - O que tem demais, somos amigos e você veio me ver como sempre. Fiz um esforço sentei-me na cama e ele ao meu lado, após eu insistir muito para que entrasse, não sei por que ele ficou com esse receio todo. - Você está mesmo bem Marisa? Eu fiquei assustado ao saber do que havia acontecido, aquela mulher estranha quase conseguiu o que queria. - Estou, sim, milagrosamente, eu sobrevivi… pelo menos, o meu corpo está curado! Ele me olhou próximo de onde eu havia recebido o golpe que quase me matou e depois nos meus olhos, tenho certeza de que viu dentro deles, toda a imensa solidão e o desprezo que tenho carregado nessa vida. Não gosto que as pessoas sintam pena de mim, mas Calvin me conhece tão bem que eu não poderia esconder isso, mesmo que eu quisesse. - Como sempre sozinha, não sei por que Dimitri se recusa a te levar para o reino! Eu neguei com a cabeça. - Acho que ele sente vergonha de que eu seja sua rainha, talvez tenha se arrependido de ter me escolhido para se casar. - Eu não gosto de te ver assim sempre triste Marisa, penso o tempo todo em você aqui sozinha neste lugar. - Suspiro de angústia - Por isso, eu trouxe alguns presentes. Ele conseguiu me arrancar um leve sorriso, fiquei logo curiosa para o que poderia ser. - Então me diz, o que é isso em suas mãos? - Perguntei tentando ver o que era, mas ele queria fazer uma surpresa ou adiar um pouco mais, me torturando de curiosidade. - Apenas cartas que eu trouxe para jogarmos juntos, topa? - Claro! - Eu nem me lembro quando havia sido a última vez que havia jogado cartas, acho que minha mãe ainda era viva. Ele embaralhou as cartas, espalhou sobre a cama e nós dois passamos muito tempo brincando e conversando, ele sempre me distraía quando eu estava sozinha. Eu o vejo como o irmão que eu gostaria de ter tido!
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