Escravizada pelo alfa

Capítulo 1

Suas mãos estão em seu cabelo, seus lábios em seu pescoço, enquanto seu corpo se move contra o dela. Ele a está tocando, tocando uma mulher que não sou eu. Ela está gemendo o nome dele e desfrutando muito mais do que deveria. Ele sabe que estou assistindo; ele sabe que estou sofrendo. Isso é exatamente o que ele quer; ele quer me ver sofrer. Ele quer me mostrar que ele pode fazer qualquer coisa para partir meu coração, e é exatamente o que ele tem feito desde o dia em que me sequestrou e me trouxe para este lugar horrível.

Sinto a lágrima rolar pelo meu rosto; não há nada que eu possa fazer. Estou amarrada a esta cadeira; não consigo sair, não importa o quanto eu queira.

Não quero ver isso; não quero vê-lo com ela. Empurro contra a cadeira, e ela faz um barulho agudo no chão de madeira.

Ele capturou meu olhar, e sinto minha frequência cardíaca aumentar.

Meu companheiro. Ele está olhando para mim com seus olhos profundos azul-oceanos, os olhos com os quais sonhei; eu os odeio. Eu o odeio. O odeio por me trazer para longe de casa; o odeio por me torturar, mas, acima de tudo, odeio o quanto eu ainda o quero depois de tudo que ele me fez... 

*Uma semana antes do dia atual*

Acordo de repente. Meu corpo está encharcado de suor, e meu coração está acelerado como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. Esta é a segunda vez nesta semana que tive o mesmo pesadelo. Não entendo o que está acontecendo comigo, mas continuo sentindo como se alguém estivesse me observando. Seriam os pesadelos a causa disso? O homem desses sonhos, ele é a única razão pela qual quero reviver esses pesadelos repetidamente.

Nunca vi seu rosto em nenhum desses sonhos, mas sempre vejo seus olhos azul-escuros, e isso é tudo que preciso saber que é ele. Esses olhos, de alguma forma, conseguiram me assombrar mesmo sabendo que o homem dos meus sonhos nem mesmo existe na vida real.

Eu poderia atribuir isso ao fato de estar estressada ultimamente com o desaparecimento de Isabella, cunhada de meu irmão. Meus irmãos e suas companheiras, juntamente com as matilhas, partiram sem mim.

Isso é o que acontece quando se tem uma família protetora; eles nunca te deixam se aproximar de algo que grita perigo.

É solitário aqui; sinto falta de meus irmãos e suas famílias. Queria que eles não fossem tão superprotetores. Ouvi minhas cunhadas reclamarem do comportamento protetor deles, mas imaginem como foi ter todos os três irmãos me tratando como se eu fosse uma criança. Por que eles não podiam ver que agora eu sou uma mulher adulta? Eu posso cuidar de mim mesma; não preciso da ajuda deles para isso.

Mas, apesar de todas as vezes em que falei com eles sobre isso, eles ainda me escondem em nosso palácio, longe de qualquer perigo, longe da diversão.

Jogo água no rosto e prendo meu cabelo comprido em um coque.

Encaro as olheiras ao redor dos meus olhos e sei que é tudo por causa desse sonho. Os sentimentos que sinto pelo estranho de olhos azuis são um pouco alarmantes para mim. Eu não o conheço, nunca o encontrei e, como eu disse, ele não existe. Então por que me sinto assim por causa de um sonho? Por que sinto que ele está me olhando agora mesmo?

Balanço a cabeça e saio do meu quarto. Preciso parar de deixar esses sonhos me afetarem tanto. Vejo meus pais na mesa de jantar e me junto a eles para o café da manhã.

"Você ainda está tendo problemas para dormir, Maya?" Minha mãe pergunta. "Seus olhos estão extremamente escuros. Devo pedir ao médico comprimidos para te ajudar?"

Balanço imediatamente a cabeça, "Estou bem, mãe. Acho que estou apenas preocupada com a Isabella. Espero que nossa família possa ajudá-la antes que algo de m*l aconteça a ela."

Meu pai concorda com a cabeça, "sabe que seus irmãos são mais do que capazes de fazer seus trabalhos. Ela ficará bem, pode ter certeza."

Concordo com a cabeça, "será que posso sair para correr na floresta hoje?" pergunto. "Estou cansada de ficar em casa o dia inteiro, Austin já se certificou de que eu não os seguisse. Não tenho nada para fazer. Não vou demorar; volto dentro de uma ou duas horas." suplico a eles.

Minha mãe olha preocupada para meu pai e, eventualmente, ambos balançam a cabeça depois de concluírem que uma simples corrida não me mataria.

Sorrio animada, "obrigada!"

Não perco tempo trocando de roupa, colocando uma calça jeans e uma blusa cropped branca antes de pegar meus tênis de corrida.

Assim que meus pés tocam a floresta, respiro fundo. Isso é exatamente o que preciso para afastar os pensamentos do estranho da minha mente.

Fecho os olhos por alguns segundos antes de abri-los novamente e correr pela floresta. Minha loba está pronta para se libertar, até ela quer uma chance de se divertir. Mas algo nela parece um pouco estranho hoje. Algo a está incomodando e não consigo entender o que é.

E é aí que eu sinto, o sentimento que tenho todas as noites, como se alguém estivesse me observando. Desta vez parece que alguém está me seguindo. Será que é apenas coisa da minha cabeça?

Paro de correr e olho ao meu redor. Já estava adentrando a floresta. Mas ainda conhecia bem essa área, já estive aqui muitas vezes com meus irmãos. Austin e James têm me trazido aqui desde que éramos crianças. Há um rio a poucos minutos daqui e já consigo ouvi-lo daqui. Eu viro para a esquerda quando ouço um som. Definitivamente tem alguém aqui; não é apenas coisa da minha cabeça agora.

"Quem é você?" sussurro. Sinto como se minha vida estivesse em perigo, mesmo sem ver ninguém na minha frente; de alguma forma, eu sei que a pessoa está em algum lugar por perto ainda me observando. Ele está muito mais perto hoje, tão perto que meus sentidos estão bem alertas. "Eu sei que você está aqui", digo mais alto desta vez. "O que você quer de mim?"

Há um barulho de arrasto e sei que a pessoa está pronta para se revelar.

Ainda assim, não estou preparada para o homem que se mostra a seguir. Ele é lindo. O homem mais bonito que já coloquei os olhos, e isso é grande considerando que estive cercada de homens maravilhosos durante toda a minha vida.

E então vejo a única coisa que tem me assombrado há algum tempo... Aqueles olhos azul oceano. É a exata tonalidade do meu sonho. Não acho que já tenha visto uma cor de azul mais bonita do que essa.

Eu não poderia ter sonhado com ele antes de conhecê-lo, poderia? Isso seria absurdo.

Em segundos ele está na minha frente.

Como ele se moveu tão rapidamente? Senti que ele era um lobisomem, mas a velocidade incrível diz outra coisa.

Um híbrido?

Ele está tão perto que posso sentir o cheiro dele por toda parte. Ele tem essa aura que me faz querer abrir minhas pernas e dar a ele acesso à parte mais sensível de mim. Fico envergonhada pelos meus pensamentos impuros, mas não consigo deixar de estar perto dele.

"Você é linda,"

Minhas bochechas ficam vermelhas quando percebo que falei isso em voz alta. Ele ergue uma sobrancelha e inclina a cabeça para o lado.

"Seu nome é Maya, correto?" ele pergunta.

Até a voz dele é bonita. Faz minhas pernas fraquejarem, e tenho que me segurar na árvore atrás de mim para apoio.

Algo não está certo aqui, porém; estou perdendo algo importante, não estou? Não estou prestando atenção no ponto principal.

E de repente, eu sei o que é. Como ele sabe o meu nome? Eu não mencionei meu nome para ele antes e tenho certeza de que nunca o conheci antes na minha vida... Exceto nos meus sonhos, é claro.

"Eu conheço você de algum lugar?"

Ele me ignora e se inclina mais perto; ele está tão perto que sinto que vou desmaiar.

"Seu irmão é Austin?" ele rosna.

De alguma forma, sinto que isso não é um encontro surpresa. Isso parece planejado, armado. Ele é um dos inimigos do meu irmão?

Por que ainda não sinto medo? Meu corpo ainda está cheio de desejo. Eu posso querê-lo, mas não sou burra, dou um passo para trás apenas para ficar segura.

"C-como você conhece meu irmão?" gaguejo. Quase todo mundo no mundo sobrenatural sabia quem era meu irmão, mas ele não parecia ser um dos nossos aliados.

"Você está vindo comigo, Maya," ele anuncia de repente.

"Do que você está falando?"

Tento me afastar mais dele, mas não tenho tempo para me preparar pois ele segura minha cintura com uma mão e usa a outra para cobrir meu nariz com um pano. Meus olhos se arregalam e tento lutar contra ele, mas sei que é tarde demais. Meus olhos já estão se fechando e a última coisa que vejo é o olhar de triunfo nos olhos dele antes de tudo ficar completamente escuro.