Capítulo 1 | A chegada
Sarina acompanhou com o olhar o saguão do luxuoso hotel completamente encantada. O lugar parecia ter saído de um sonho: um antigo castelo siciliano transformado em Hotel e Spa, com seu pórtico de entrada abobadado, suas torres gordas de pedra com praia privada e uma vista inacreditável para o Etna.e e as pessoas que a acompanhavam estavam ali a convite de sua melhor amiga, Valentina, que em breve seria a esposa de um rico empresário italiano: Fabrício Ricceli. O casamento estava marcado para dali a alguns dias. Os dois haviam se conhecido num dos muitos eventos que a amiga coordenava como diretora de uma bem conceituada rede de hotéis no Brasil e ela nem podia acreditar que sua amiga casaria com aquele "figurão" do ramo hoteleiro.
No começo do namoro, assim que a amiga chegou com essa "novidade", Rina ficou automaticamente desconfiada. Como sua avó costumava dizer:
_ Os homens só querem uma coisa, Figlia: comer a sobremesa antes da janta. Capisci, Sarina Maria? Os homens são tutti selvaggi, Figlia!
E, assim como sua " nona", ela seguia desconfiando sempre, mas até o momento e, contrariando todas as suas previsões de catástrofes, o "príncipe encantado" da amiga estava fazendo tudo certo. Tinha que dar seu braço a torcer, pensou enquanto admirava o lugar luxuoso. Parece que realmente, "não havia aparecido nenhum cadáver no armário". Como costumava dizer.
O que à primeira vista parecia ser só mais um papo furado entre tantos de caras que só queriam se dar bem, terminou se mostrando realidade e o cara era mesmo um desses figurões montado no dinheiro: tinha variados negócios importantes em várias partes do mundo e pareceu realmente interessado em Valentina; tanto que sempre ligava, enchia a amiga de mimos, viajava constantemente para vê-la no Brasil ou mandava buscá-la para se encontrar em ele onde ele estivesse.
_ Ele até mandava inclui-la nas viagens! – pensava admirada - Sempre estendia os convites a ela e para Calara, irmã de Valentina.
Parecia um verdadeiro conto de fadas e ela, mesmo desconfiada, ficava feliz pela amiga. Como seu alto cargo sempre envolvia compromissos internacionais, Valentina parecia pertencer a este mundo de luxo e glamour, ao contrário dela que se sentia uma verdadeira atração de circo quando era exigido dela se arrumar e parecer "chique".
Por um tempo ela se deixou levar pela empolgação de ter uma amiga vivendo um "sonho princesa", mas sua luzinha de alarme interior voltou a piscar assim que ele começou a insistir que Valentina deixasse o emprego.
_Amiga, nem pensar! - ela a aconselhava a não abrir mão de sua independência financeira nem se deslumbrar com presentes caros e juras de amor - Pare de loucura! – seguia dizendo, mesmo quando o cara ofereceu à própria Rina um emprego de "assistente" da amiga com um salário que fez seus olhos saltarem para que ela a acompanhasse nas diversas viagens e compromissos que "Fabrício o Fabuloso" tinha em sua concorrida agenda.
_Seria mais um favor que você me faria, caríssima – disse ele quando a convidou para ir a um badalado café da cidade com ele escondido da amiga para "preparar uma surpresa" para ela.
O homem fazia a linha sedutor profissional, sempre jogando charme e tentando levá-la par ao "time dele"; afinal o homem não era b***a e sabia que ela tinha o pé atrás com ele, ao contrário das outras amigas e da família de Valentina que achavam ele a oitava maravilha do mundo, daí o apelido que dera a ele de "Fabrício o Fabuloso".
_Pense que você nos estará fazendo um favor, caríssima! – pedia Com você viajando com ela, minha dulce Valentina não vai se sentir sozinha quando eu precisar me ausentar a negócios...
_Ela não vai precisar de mim. Você não tem parentes, lá?- quis saber sempre sondando e testando as coisas que ele dizia -Ela também pode trabalhar. É uma profissional muito competente. Será uma ótima aquisição para sua empresa.
_Você poderia fazer uma especialização na Itália. – ele seguia insistindo - Assim passaria junto com ela esse período de adaptação. Você sabe que posso colocar minha rede de contatos a sua disposição, cara mia. –
E ela recusou mais uma vez, como havia recusado todas as outras vezes que ele oferecia viagens e presentes para ela "acompanhar" a amiga.
Apesar de ser romântica incurável, ela, além de genuína neta de sua avó ( a rainha mãe da desconfiança, como dizia Valentina), também vivia alimentando teorias de conspiração e assistindo séries e filmes policiais tipo CSI ou Criminal Minds e sempre desconfiava de tudo. Já dizia sua avó:
_ Melhor não trocar o certo pelo duvidoso...
E as desconfianças dela pioraram ainda mais quando "o namorado perfeito" se oferecera para dar um apartamento de presente para a amiga Valentina.
_ Você pode tentar não ser tão desconfiada? Brício diz que é pra termos mais privacidade... - explicava - Além do mais os horários dele são tão loucos quanto os meus e nós terminamos incomodando vocês...
_Ah! Claro! Alguma vez eu ou a Clara reclamamos dele ou de qualquer namorado que você trouxe aqui, Tina?! - ela responde - Só acho que é muita coisa e muito rápido... Você já tem um apartamento na cidade...Para quê isso? Eu gosto dele, ele parece uma boa pessoa...Só...Não sei... - Ela protestou, protestou, mas no final o cara parecia tão boa gente, tão envolvido que ela se sentiu meio b***a de não estar feliz pela amiga e Valentina terminou aceitando o "presente" prometendo que só iria para o outro apartamento quando o namorado estivesse na cidade.
Rina só não contava que alguns meses depois daquilo, no aniversário do primeiro ano de namoro Fabricio chegasse com uma proposta de casamento dentro do seu caríssimo terno de marca e pior, que Valentina aceitasse! Agora, meses depois ela estava ali olhando boquiaberta para o saguão mais incrível que já tinha visto na vida.
_ Gente! Acho que só a recepção é do tamanho do nosso apartamento! - Clara exclamou.
Sariana vivia com Valentina e sua irmã Clara desde que entrara na faculdade e depois de formadas elas haviam conseguido comprar o imóvel graças a um financiamento e ao excelente emprego que a amiga possuía. Clara ainda estava na faculdade, fazia moda; esta, ao contrário da irmã que, o que tinha de linda também tinha de inteligente e focada, só vivia pensando em futilidades, posts e likes nas redes sociais e em se dar bem com algum playboy lindo e rico. No final das contas, quem havia "fisgado o peixão" foi a irmã mais velha e não ela, que é claro, se achava mais bonita e mais esperta que todas.
NOTA DA AUTORA
Um herdeiro da máfia e uma mocinha brasileira bem apimentada para dar trabalho (e muito amor) para ele! Ou seja, vai ter máfia, um boy delícia obsessivo, possesivo e descompensado.
STRANI AMORI começou apenas como uma única história inspirada na máfia, mas foi crescendo dentro de mim; tanto que agora já se tornou uma TRILOGIA: no livro 1 veremos a história de Santoro e Sarina, no livro 2 conheceremos melhor Gabriel, o jovem Consigliere de Santoro (quem será a eleita do Consigliere?) e no livro três a história de Vitório, o irmão caçula de Santoro que se apaixona na hora errada e pela pessoa errada...
A obra ainda não está 100% revisada, então se surgirem alguns pequenos erros; os mesmos não devem comprometer o sentido da história, de antemão peço desculpas.
© Esta é uma obra original minha, todos os personagens foram criados por mim com "todos os direitos reservados". Proibida toda e qualquer reprodução, alteração, adaptação, distribuição comercialização de parte ou todo conteúdo dessa obra sem autorização. Plágio é crime!
Espero que gostem e apreciem sem moderação!
Beijos Jana!
VAMOS AO PRÓXIMO CAPÍTULO...