Depois da chamada com Fefé, precisei me acalmar primeiro, antes de voltar a casa dos meus tios, não podia sair com o p*u duro feito um actor de filme pôrno. Antes de voltar para casa, tomei um banho gelado, para acalmar o meu amigo de baixo.
- Em quê tanto pensa biscoito da sorte? - Meu primo surge do quinto dos infernos só para me provocar, parece que o passa tempo favorito na vida dele desde que, cheguei é me provocar e criar apelidos vergonhosos. Dou a ele um olhar de tédio, não estou com paciência para as brincadeiras dele agora, estou pensando em como farei com que Fefé se apaixone por mim Dylan e pelo meu outro eu.
- Que olhar de psicopata esse, eu em, que maluco - ele comenta quando o dou o olhar de me deixe em paz não estou para piadas hoje.
- As psicopatologias são uma marca registrada na nossa família, pensei que já soubesse disso - provoco com um sorriso sugestivo nos lábios.
Meu primo é um i****a, que acha que só por se esconder por trás de uma máscara de play Boy mimado, vai conseguir escapar da verdadeira natureza dele, mas nós dois sabemos que não dá para fugir do sangue.
- Está maluco né? Marca registrada da sua família, psicopata de m***a - fala irritado e sai do meu quarto batendo a porta com força.
Meu primo não aceita nada que venha da nossa família paterna, pois, eles nos rejeitam, mas é idiotice da cabeça dele, pensar que está livre da loucura da nossa família, ninguém escala disso, todos temos um lado obscuro que tentamos esconder a todo custo, mas quanto mais você esconde, mais forte ele fica, o melhor mesmo é aceitar ele e tentar dominar ele.
- Querido posso entrar? Preciso falar com você - minha tia indaga do outro lado do quarto, de todos desta casa, ela é a única que respeita o meu espaço, ela nunca entra no meu quarto sem pedir licença.
- Sim mãe, pode entrar - pode parecer estranho eu chamar a minha tia de mãe, mas quando a minha mãe está em Moçambique ou quando todos estamos na Rússia, Khensane chama a minha mãe de mãe também.
- Então! - minha tia começa com um tom, que sei que ela quer me pedir algo que o meu primo e tio se recusaram a fazer - Pode me acompanhar num evento? Os urubus do seu tio e primo, não gostam de pessoas, só restou você para me salvar - minha mãe usa a melhor voz que tem para me convencer.
Ela não precisa de muito para me convencer a ir com, eu estava precisando mesmo de uma desculpa para me juntar a Fefé no tal Xitique.
- Claro mãe, eu estou muito entediado, eu acompanho você - retruco com o meu melhor sorriso angelical.
Minha tia agradece com um abraço e sai do meu quarto super feliz da vida.
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Já no xitique eu procuro por Fefé e sua família, eu procuro discretamente para que ninguém note o meu desespero, mas não dura muito até que eu a avisto num cantinho isolada. Como se ela tivesse ímans, meus olhos são atraídos até onde ela está, seu vestido verde com bolinhas brancas balança no ritmo do vento, de forma suave e calma, o sol banha seu rosto e o ilumine, como se todas as luzes estivessem voltadas para ela. Felícia é uma verdadeira obra de arte. Com passos lentos ando, até onde ela está.
- O que está fazendo aqui sozinha? Se Não gostou de ter vindo, pode Voltar para casa - sussurro de forma provocativa, esperando uma reacção hostil dela, talvez o masoquismo seja outra característica da minha família.
Ela se vira nos calcanhares, pronta para me dar uma resposta, da qual eu me arrependerei na vida, mas assim que nos olhamos, o semblante dela muda para surpreso e tímido. Eu adoro que as pessoas pensem que sou fofo.
- Ah! Dylan, o que está fazendo aqui? - ela indaga boquiaberta, sem conseguir parar de olhar para mim, parece que não sou o único enfeitiçado aqui.
- Uhm! Eu vim com a minha tia, Khen e tio Max não gostam de eventos públicos - sussurro calmamente, abaixo a cabeça, como se estivesse envergonhado, mas é puro truque.
- E você fez a gentileza de vir com a sua tia, você é um fofo - comenta e eu finjo ruborizar ainda mais que antes.
Fefé olha directamente para minhas bochechas, que devem estar num tom róseo igual aos meus lábios. Esse é um truque que aprendi quando mais novo, parece que as mulheres adoram isso.
- Eu não sou fofo, não se iluda - comento mudando o meu tom de voz, para o verdadeiro, mas nem tanto para que ela não descubra que eu sou o rei. A minha tentativa de parecer sério, só arranca um sorriso dela, o que deixa seus dentes desorganizados evidentes, eu achava ela fascinante, mas aquele sorriso desalinhado é a coisa mais linda que já vi.
- Uhm! O que você faz da vida? Eu só sei que és primo de Khensane e que você cuidou de mim no hospital - ele questiona, eu mudo de postura, presto atenção nela e me preparo para responder as perguntas dela - A propósito, abrigada por cuidar de mim naquele dia - agradece com um sorriso nos lábios.
- Oh! Não tem de quê, foi um prazer cuidar de você - devolvo com um sorriso meigo e gentil nos lábios. Você não faz ideia de como foi um prazer cuidar de você, minha rainha.
O ambiente na festa está calmo, as crianças brincam de um lado enquanto as senhoras assam frangos, das colunas tocam músicas típicas de convívios como este. Tocam músicas de Marlene, Liloca e Mister Bown. Eu me afasto um pouco de Fefé, por alguns segundos, para buscar algumas bebidas para nós dois.
- Pronto, uma coca para ti e uma fanta para mim - estendo a mão com o copo de Coca-Cola gelada até ela. Ela agradece com um sorriso nos lábios, voltamos a nos sentar.
- Então, o que você mais gostou em Moçambique desde que chegou aqui? - ela tenta puxar assunto. Desde que nos sentamos não trocamos muitas palavras, parecemos dois idiotas um olhando para do outro, para falar a verdade, eu me contento em só observar ela, existe melhor coisa que essa?
- Uhm! Não é a primeira vez que venho a Moçambique, então! Não tem muita novidade para mim - respondo e dou de ombros, como se não estivesse interessado.
- Como assim? Você já esteve aqui antes? - questiona com os olhos bem abertos e eu apenas aceno a cabeça concordando - Como é que não nos conhecemos antes? - dou de ombros novamente.
- O que teria feito se tivesse me conhecido antes? - a questão dela é interessante, o que ela teria feito se nós dois tivéssemos nos conhecido antes? Ela seria minha namorada antes?
- Ah! Minha mãe está me chamando, até a próxima - Ela foge de mim, para não responder a minha questão. Está mais do claro que, ela ficou mechida com a minha pergunta, adoro ver ela assim, isso é divertido e interessante, saber que não sou o único a se abalar.
Eu pensei que soubesse o que era estar apaixonado por alguém, mas acho que todo este tempo estive me enganando, eu conheço Fefé há poucas semanas, mas já consigo visualizar um futuro com ela, não precisei beijar ela para saber que estou apaixonado, não precisei a ver sem roupa para amar o corpo dela, eu simplismente pus olhos nela e soube na hora que era ela, as batidas do meu coração, entraram em conexão com cada respirar dela. Talvez isso não seja amor, talvez seja obsessão ou qualquer coisa pior, mas seja o que for, é puro e genuíno. Cada olhar triste por parte dela, me mata, cada lágrima dela é como se se estivessem enfiando mil facas em meu coração. Eu prefiro morrer á ser a causa da dor dela.