Pov. Ana
– Pra que você vai no shopping Ana?
– Não sei se você reparou Kate, mas a minha bolsa de ginástica está em pedaços, de tanto tempo que tenho ela!!
Uso essa bolsa desde que eu comecei a minha faculdade, e ela já passou por muita coisa, quase foi roubada, já pegou chuva, está cortada e definitivamente ela tem que ser trocada.
– E eu posso ir com você?
COMIGO definitivamente NÃO!!
– Não Kate, eu vou sozinha.
– E por que você não quer que eu vá?
Ela realmente está fazendo essa pergunta pra mim? Ela sabe o porquê que ela não vai ao shopping comigo.
– Kate, toda vez que você vai ao shopping comigo você quer compra tudo e eu acabo sempre carregando tudo pra você!!
Até hoje eu nunca vi uma pessoa ser tão consumista igual a ela, quando saímos pra comprar qualquer coisa, ela sempre quer levar o shopping inteiro, e eu fico como a sua carregadora particular.
– Ok, ok já entendi sem shopping pra mim – Ela diz com uma cara de cachorro sem dono.
– Talvez na próxima vez! – ela assente e eu saio a caminho do shopping.
Pov. Cristian
Ontem fui muito duro com minha mãe, toda vez que fico nervoso acabo dizendo coisas que não devo, mas depois que eu me acalmo repenso e vejo que a magoei.
Não me recordo que depois do meu acidente eu tenha ido ao shopping, pensando nisso uma lembrança surge, eu, minha mãe, meu pia, Elliot e Mia, viemos Ao shopping para ver o papai Noel, mais como eu tinha acabado de ser adotado eu estava muito fechado para esse tipo de festividades. Sou tirado dos meus pensamentos quando o elevador chega.
Empurro a minha cadeira até o elevador e aperto para descer, chegando ao andar as portas e não acredito no que vejo, é ela, Anastásia.
Pov. Ana
Quando chego ao shopping vou direto para o segundo andar, mas infelizmente não achei nenhuma loja de mochilas, quer dizer eu achei, mas nenhuma delas tinha o que eu queria.
Vou para onde tem os elevadores, vou ver se nos andares de baixo eu encontro o que quero, eu e mais três pessoas estava esperando o elevador chegar, quando chega que abre as portas eu não acredito no que vejo, é ele Cristian Grey.
As pessoas vão saindo do elevador mais eu não consigo entrar, já que eu estou aqui parecendo uma estátua olhando-o, e então ele olha pra mim.
– Anastásia, que surpresa! – ele diz surpreso.
Há não é mais senhorita Steele, é Anastásia agora! E o meu nome saindo de sua boca, sai como veludo.
– Cristian!
As pessoas que esperam o elevador entram o fitam o Cristian, mais obviamente por razões diferentes, não olham como achassem ele bonito. As pessoas contornavam a cadeira como se ela não estivesse ali, um comportamento típico, é como elas tivessem medo de ficar aleijados se estivessem perto demais. Vendo essas pessoas tratando Cristian assim me fez querer soca-los.
Comecei a observá-lo, mas não por ele ser um deficiente físico, e sim pela aura positiva e a força que ele tem, isso de certa forma me atrai.
O elevador parou no primeiro andar e as portas se abriram e as pessoas foram saindo, mas Cristian parecia apresado e avançou com a cadeira, mas o elevador parou alguns centímetros abaixo do piso criando uma elevação. Para uma pessoa capaz de andar não é problema algum, mas para uma pessoa deficiente sim.
Eu vi a determinação no olhos dele, mas a cadeira travou, seus músculos do queixo travaram e ele tentou mais uma vez, mas não deu certo. Olho para Cristian e ele parecia humilhado.
– Você quer ajuda? – pergunto
– NÃO – diz bravo
– Cristian, isso é só questão de equilíbrio. – digo a ele, já que eu ajudei muitas pessoas assim, por que na faculdade tem pessoas deficientes.
Cristian suspira derrotado, e acho que para ele é muito duro pedir o que ele me pediu!
– Será que você pode me ajudar Anastásia?
– Não – ele me olha surpreso para mim, mas eu realmente não vou! – Você é capaz de fazer isso sem a minha ajuda Cristian!
– O que?
– Eu disse que você é capaz de fazer isso Cristian!
– RS que merda – Ele diz irritado – Eu peço de ajuda e o que eu consigo é uma sargento! – diz ele sarcasticamente.
– Esse sarcasmo não vai levar você a lugar algum Cristian, você alguma vez já ergueu a cadeira para passar em tapetes altos?
– Claro!
– Bo, aqui é a mesma coisa só que um pouco mais alto. Veja se as rodas estão alinhadas, e então as erga com um impulso, assim você conseguira subir!
– Só isso? – Diz com sarcasmo.
– Sim só isso – respondo da mesma forma.
Dou um sorriso para encoraja-lo, sei que ele precisa de ajuda, mas não na parte física e sim no emocional.
Seus braços são bem musculosos e empurram as rodas para frente se dificuldades, ao se aproximar ele jogou o corpo para trás, afim de tirar o peso da frente, e a cadeira se elevou um pouco assim descendo sobre o degrau e ele empurrou as rodas subindo o restante. Ele saiu do elevador e o segui, ele olha pra mim e pela primeira vez não vejo um gelo em seu olhar
– Obrigada! – Diz ele sincero
Bem é melhor eu ir procurar logo a minha bolsa.
– De nada – Digo e viro para ir, mas sinto um toque quente de sua mão na minha.
– Ei, você gostaria de me acompanhar? – Cristian Grey querendo que lhe fizesse companhia? Isso é inédito!!
– Claro
– E então Anastásia, o que veio fazer aqui?
– Vim comprar uma mochila.
– Mochila? – pergunta um pouco confuso.
– Sim, a minha não dura mais um dia, e você o que faz aqui?
– Vim comprar um presente para a minha mãe, mas não sei o que comprar. Será que você poderia me ajudar?
– Claro, porque não?
Seguindo o corredor, entramos em uma loja de CD's e DVD's, andando pela loja Cristian para e olha para alguns álbuns dos Beatles.
– Minha mãe adora esses caras.
– Então leva algum desses para ela. – e ele assente.
Quando saímos da loja damos de frente a praça de alimentação e minha barriga dá sinais de fome, Cristian segue a direção do meu olhar.
– Você vai comer alguma coisa?
– Sim, vou.
– Então vou te acompanhar.
Cristian é rico e não sei que tipo de comida ele come, mas eu nunca vou me desfazer do meu hambúrguer e batas fritas.
Chegamos em uma mesa Cristian apenas vira a sua cadeira e eu me sento.
– O que você vai querer comer Anastásia?
– Bom, eu vou querer comer Hambúrguer com batatas fritas e Coca cola.
– Ok, então eu vou pegar nossos pedidos. – diz prontamente e acho que ele está tentando ser útil e eu jamais vou tirar isso dele.
Girando a cadeira ele segue para o final de uma fila, eu o vi se espreguiçar na cadeira, e vejo que ele é muito musculoso e lindo *-*. Meu Deus o que eu estou pensando!!
Enquanto eu esperava fiquei observando ele fazer os nosso pedidos, assim que ficam prontos ele pega e traz a bandeja no colo. Estávamos comendo bem tranquilos até ele começar a fazer perguntas.
Pov. Cristian
Realmente a Ana é uma pessoa boa, gostei dela ainda mais quando ela não me impediu de comprar nossos lanches, e quando eu estava trazendo a bandeja qualquer pessoa teria me ajudado, mas Anastásia não, ela não me trata como se eu fosse um incapaz e eu gosto disso, pois depois do acidente venho sendo paparicado pela minha família á tempos. Mas Anastásia não faz isso, e isso para mim é como um lufar de ar fresco.
– Consegui! – lhe digo assim que que chego a mesa, e estou meio suado pelo esforço.
– Eu sabia que conseguiria – Anastásia diz.
– Você sabia mesmo não é?
– Claro, não duvido de sua capacidade – ela me conhece tão pouco tempo e já sabe que sou capaz de fazer as coisas por mim mesmo. – Por que achou que eu duvidaria?
– Por que as vezes até eu mesmo duvido – digo
– Não tem por que Cristian!
Comemos em silêncio até que pergunto para ela.
– Você irá se formar este ano?
– Sim, daqui a duas semanas.
– E que curso você está cursando?
– Literatura
– Então você gosta de livros?
– Sim, muito!
– E o que faz em seu tempo livre?
– Ei isso é uma entrevista? – ela me pergunta me fazendo rir – mas respondendo a sua pergunta, no meu tempo livre pratico luta livre.
– Que bacana, eu também praticava sabe, antes do acidente.
E então a lembrança daquele dia vem como uma trovoada em minha mente. O que eu estou fazendo aqui, conversando e rindo como um i****a?!
Pov. Ana
Cristian assim que se refere ao acidente muda de repente e seu olhar ficou frio como gelo que me assustou.
– Cristian o que houve? – pergunto a ele, tirando-o daquele transe.
– Eu preciso ir embora!
– Mas você nem acabou de comer – digo a ele sem entender o que deu nele.
– Apenas preciso ir.
Sem ao menos se despedir ele sai na sua cadeira de rodas entra no elevador sem falar mais nada e parte e me deixa aqui sem entender o que houve. Me sinto magoada, nunca na minha vida ninguém me tratou assim. Sinto uma imensa vontade de chorar e ne sei o porquê.