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544 Words
Isabela Eu ouvia tiros para todos os lados, eu não aguentava mais aqueles barulhos, e eles nunca cessavam, eu estava fora de casa, preocupada com a minha mãe e ela com certeza preocupada comigo. Parei em um beco já sem fôlego de tanto correr, tentei respirar fundo, mas minha respiração não regularizava de maneira nenhuma. Senti uma queimação no meu braço, apertei meus olhos. Bala perdida. Segurei ele com força tentando não olhar pro sangue, quando os tiros pararam e ouvi gritos de comemoração eu sabia que não precisava mais me preocupar ao sair daquele beco. Comecei a andar rapidamente tentando encontrar ao menos a direção da minha casa, mas minha vista embaçava cada vez mais. Quando eu já não tinha mais forças para me suportar em pé eu cai e então não vi mais nada. Sther Meu coração apertava cada vez que Bruno se metia em uma troca de tiros, eu tinha tanto medo de perder a única pessoa que me amava nesse mundo. Quando os tiros cessaram lá fora, abri a porta e vi uma menina caída ali em frente com o braço cheio de sangue e ela estava desacordada. Me assustei, mas a primeira coisa q fiz foi trazer ela pra dentro com um pouco de dificuldade, mas trouxe. A coloquei deitada no sofá e fui correndo pegar os curativos, limpei o braço dela,  eu tinha jeito com isso, pois eu sempre precisava "remendar" o Bruno.  Ainda bem que foi só de raspão, pq ela desmaiou pela bala no braço? Se fosse no coração não dizia nada, até pq ela estaria morta. Suspirei e terminei de enfaixar seu braço, ela continuava desacordada. Ouvi a porta se abrir e enxerguei Bruno, respirei fundo aliviada e ele correu ao meu encontro me abraçando.  - baixinha... agora ta tudo bem.- ele disse baixo e eu suspirei.  - cada vez o medo aumenta.  - se Deus quiser não vai rolar invasão tão cedo.- suspirei. - amém. - ele olhou sério pra garota no sofá.  - fazendo coleção de cadáver?- rolei os olhos e me aproximei dela. - ela nao esta morta, a bala foi de raspão mo braço.  - e ta desmaiada pq? Magina se tivesse sido no peito. - aff, respeita Bruno, ela nao parece ser daqui. - entao oq tava fazendo no meio de um tiroteio? - boa pergunta.  - quando ela vai acordar?- ele disse olhando pra ela. - nao sei... tomara que seja logo.- ele deu de ombros e subiu para o quarto. (...) A garota acordou e começou olhar em volta. - onde eu tô? - na minha casa... encontrei vc caída na minha porta. Sther.- eu disse sorrindo e ela me olhou confusa. - Isabela... desculpe incomodar, eu acabei desmaiando pq nao posso ver sangue.  - imaginei q fosse algo do tipo.  - obrigada pelo curativo. - sorri torto. - que nada... vc é daqui do Vidigal mesmo? - me mudei faz pouco tempo.  - ah... que bom... - eu preciso avisar minha mae que estou bem.- ela foi levantar e quase caiu, a segurei. - calma, senta aí, vc nao ta bem ainda.  - minha mae deve ta preocupada.  - mais tarde vc avisa ela, vou trazer uma água. - ela suspirou e assentiu, fui para a cozinha.
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