Bruno estava sentado numa cadeira, cotovelos sobre as pernas e mãos apoiando a cabeça. Não tinha coragem de levantar o rosto e encarar o idoso impecavelmente vestido, que estava em pé diante dele. Fernando, o mordomo, correu para o internato o mais rápido que pôde assim que recebeu noticias do que aconteceu com Gustavo. Trabalhava para aquela família há tanto tempo, que tinha Gustavo como um neto. Ainda que o falecido patrão fosse grosseiro e arrogante, Fernando tinha carinho inclusive por ele, pois o viu nascer e crescer. Por mais que tivesse passado noites em claro ajudando a cuidar de Orlando Spanier durante a doença, sentia como se pudesse ter feito algo mais, como se devesse fazer algo mais. Fernando retirou um lenço do bolso do paletó e pôs-se a limpar os óculos. Era um meio de se