Gustavo levantou da cama devagar e esfregou os olhos, ainda com sono. Anos naquele internato e não havia feito nenhum amigo. Ele lembrava das fantásticas histórias contadas pelo pai a respeito daquele tenebroso lugar. Nas palavras do pai, era o paraíso, mas para Gustavo, era o inferno. Sem que precisasse dizer uma palavra, ele facilmente fazia inimigos. Não entendia o motivo de receber tanto ódio dos outros meninos. Aqueles que não o agrediam, verbal ou fisicamente, simplesmente agiam como se ele fosse invisível. Isso doía muito, Gustavo nunca se sentiu tão só desde a morte de sua mãe. O pai nunca o visitou, nem escreveu uma carta sequer. Tudo o que recebia era uma breve página enviada uma vez por mês pelo mordomo Fernando, por quem sempre tivera muito carinho e amizade. Ele também es