Tiago parou a moto, tirou o capacete e inspirou o ar das docas. A brisa do mar invadiu suas narinas e fechou os olhos. Os suaves raios de sol do outono tocaram seu rosto. Sorriu ao se dar conta de que havia respirado profundamente e seus pulmões não tinham se irritado com a ação. Finalmente, depois de anos de infindáveis exames e exorbitantes contas de tratamentos... — O cargueiro ainda não aportou, estão atrasados! — Resmungou Reinaldo olhando com desdém os pequenos barcos de pesca. — Normal, Rei, viagens pelo mar são menos pontuais do que por terra. Nunca aconteceu comigo de chagarem na hora marcada. Uma vez, fiquei esperando mais de três ho- — Ah, tá, Tiago, você é o sabe-tudo! — Reinaldo o interrompeu rudemente. — Só estou tentando ajudar, ficar de histeria feito um moleque mimado