Tudo doía. Desde o rosto, até as costelas, passando pelos braços e pela barriga. Eu abri os olhos e não estava no meu quarto. Estava em algum hospital. Respirei fundo e uma queimação intensa subiu pela minha garganta. Eu estava sozinha e tentei me mexer, mas não consegui. A dor era intensa e parecia que eu tinha quebrado alguma coisa. - Senhorita Vicente, fico feliz que acordou. - Uma enfermeira baixinha entrou no quarto, apertou alguns botões no aparelho do lado e começou a me examinar. - O que aconteceu? - A minha voz quase não existia, e a queimação na garganta ficou pior quando eu falei. - Você não se lembra de nada? - Ela perguntou com cautela. Eu lembrava de tudo, pelo menos até apagar. Confirmei com a cabeça para ela e ela me deu um sorriso triste. - É sempre um choque s