CAPÍTULO 5

900 Words
— Isso é loucura! — Loucura vai ser você ter um filho e eu não saber. E enquanto eu não souber, eu não vou dormir à noite. Então é melhor você ficar quieto e tentar reconhecê-la. Os passos que eles deram foram contatos e pareciam infinitos. A cada centímetro mais perto, aquele neném parecia ainda mais com ele. Também tinha os olhos azuis, a cabeleira loira que tinha uns fios indecisos, não sabia bem para onde ia, assim como os dele. E para fechar com chave de ouro, a marca que Levi tinha nas bochechas. Ah, que ótimo, o garoto tinha exatamente a mesma marca. Levi olhou para a menina com ele. Ele se lembrava dela de algum lugar, mas agora, se era quando ele estava segurando o pescoço dela e… — Oi! — Paola cumprimentou animadamente. A mulher olhou para eles. Levi não sabia de onde se lembrava dela. Talvez seja só uma cliente da loja em que ele trabalha, talvez eles realmente tenham ido ao país das maravilhas juntos. E, bem, ela definitivamente era o que as pessoas chamariam de tipo. Não era nem um pouco f**a, tinha beleza de sobra. Seus olhos grandes, sua boca carnuda em seu rosto fino. Tudo combina perfeitamente bem nela. Ele não podia examinar bem o corpo dela porque ela estava sentada, mas nunca foi muito a cara dele olhar cada centímetro de tudo antes de ficar com alguém. Aquela garota só parecia alguém que ele faria isso. Ela era o tipo de mulher que ele iria atrás sem pensar duas vezes. — Posso ajudar em alguma coisa? Será que ele já ouviu essa voz. Tipo… — O seu bebê é a coisa mais linda do mundo! A mulher sorriu, ajeitando o bebê para que ficasse de frente para os dois. O neném mais fofo do mundo e extremante parecido com Levi. — Obrigada! O neném olhou para Paola e Levi, soltando um sorriso banguela quando ela fez uma gracinha. Ela parou e olhou para Levi, ele olhou para a mulher, a mulher olhou para ele. Levi precisava perguntar. Precisava saber. — Moça, isso vai parecer estranho, mas… você sabe se eu e você… — ele mexeu o dedo entre eles dois. — Sabe? A mulher agora parecia chocada. — É… — Eu já comi você? — Levi! — ele nunca levou uma cotovelada tão forte na costela. — Por favor, perdoe o meu filho, acho que ele esqueceu que eu lhe dei educação. As bochechas da mulher estavam tão vermelhas que não dava para saber se eram de ódio ou de vergonha. Pode ser que sejam os dois. — Não… você e eu nunca… você nunca me comeu. Eu me lembraria de tanta elegância. — Olha, eu estou nervoso, ok? Eu só… — Nervoso? Nervoso por quê? Eu nem conheço você! — É, pois é, você não me conhece mas o bebê que você tá segurando parece que foi parte de mim um dia. Sabe… antes de muita coisa acontecer. A mandíbula da mulher apertou, ela estava ficando com raiva. Suas bochechas ainda estavam vermelhas, mas agora ele tinha certeza que era de raiva. — Levi, fica quieto — talvez as coisas andassem agora que a sua mãe tomou a frente da coisa. — Olha, querida, peço desculpas por ele ser tão tapado que m*l sabe como te tratar, mas o que eu quero que você saiba é que o seu filho se parece demais com o meu filho aqui. Principalmente quando ele era um bebê. — ela mexeu na bolsa. — Aqui, eu tenho uma foto dele com essa idade mais ou menos. Ela, a moça bonita que com certeza não foi para o céu com Levi naquela noite, ficou de pé. Ajudaria bastante se ela não fosse tão bonita e atraente como é. — Olha — ela mostrou a foto, e nem Levi sabia que era tão parecido assim com um neném. — São parecidos demais pra não ter nenhum parentesco. E eu só tenho ele de filho, então… A mulher pareceu pensar antes de falar alguma coisa. E Levi podia ser útil se usasse a sua faculdade de contabilidade e fizesse uma conta básica. — Quantos meses ele têm? — ele perguntou, torcendo para que ela colaborasse. — Quase 7. — Quase 7… — as contas começaram. Ano passado, a festa em junho, a garota que ele m*l se lembrava… nove meses daria em março, até outubro daria 7 meses. — Final de março? O aniversário dele é no final de março? — Isso… Levi riu. Ele estava mais nervoso do que esperava. — Olha, eu sei que você não estava esperando, mas existem boas chances de eu ser o pai do seu filho. Levi encarou a mulher. A mulher o encarou de volta. Parecia que o mundo dos dois ia por água abaixo a qualquer instante. Porque as contas batem, mas porque parecia nada fazer sentido para ela? Nada estava fazendo sentido, ao mesmo tempo que tudo na cabeça dele começava a fazer. Mas… ele jurava que a garota da noite tinha cabelos claros. A parte dele que lembrava de alguma, pelo menos. E ainda assim, ela não parecia se lembrar de nada do que poderia ter acontecido. Aquele dia era um episódio de uma série de comédia e por incrível que parecesse para Levi, ele foi sorteado para ser o protagonista. E talvez ele seja pai.
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