A presença de Conrado no seu jantar de aniversário deixou Pillar ainda mais encantada por ele. Após o desastre na garagem, ele foi se desculpar pessoalmente e ainda levou para ela um buquê enorme e chocolates de leite que ela adorava.
- Bom dia Pillar. Sonhando acordada Filha?
- Oi mamãe! Não vi a Senhora.
Estava apenas pensando.
- Eu percebi. Aquele homem é o teu patrão?
- Sim. Ele veio se desculpar.
- A sério?! E porquê?
- Não tem mais importância mamãe. Foi apenas um m*l entendido. Sendo um homem justo, ele percebeu o erro e por isso veio ter comigo.
- Tudo bem. O que vais fazer hoje? É domingo e podes sair.
- Não sei Mamãe. Os exames estão a chegar. Hoje vou descansar pois terei uma semana agitada.
- Tudo bem querida. Mas vem comer alguma coisa está bem?
- Está bem mamãe. Eu já vou.
Pillar levantou-se e foi sentar à mesa com os seus pais e seu irmão. Ainda pensava em Conrado e decidiu dar a ele uma nova oportunidade.
Por outro lado, Conrado se preparava para seguir com o seu plano. Ele ganharia a confiança de Pillar, e depois a convenceria a lhe ajudar.
Ele estava a beira da sua piscina, quando o seu celular tocou e viu o nome da mãe no visor.
- Oi Mamãe.
- Olá querido. Você está bem?
- Estou sim mamãe. Como está a organização da festa?
- Está tudo a ir muito bem filho. Posso contar mesmo com a tua presença?
- Claro que sim mamãe. Eu fiz uma promessa.
- Eu sei querido. Estou ansiosa para conhecer a tua namorada.
Eu já preparei tudo para instalar vocês.
- Obrigado Mamãe. Eu vou apresentar ela a senhora.
Também está ansiosa para conhecer vocês. Mas lembre - se que estamos começando Mamãe. Por favor não fale de casamento ou filhos. A Senhora sabe que não gosto de me precipitar.
- Está bem querido. Eu serei bem cuidadosa com as minhas palavras. Tenho que ir agora. Bjos filho.
- Até mais mamãe.
Conrado desligou e respirou fundo. A mãe o pressionava e ele teria que agir rápido.
Afinal, o dia da festa se aproximava e ele ainda não tinha conseguido nada com Pillar. Ela o tinha perdoado, mas também o evitava.
Estava na hora do seu plano B.
Mas será que também daria certo desta vez?
Conrado sentia - se preso. Por um lado havia a pressão de sua mãe, e por outro lembrava - de do conselho dos irmãos.
O que devia fazer? Desistir do seu plano e revelar a verdade para a mãe?
Os assuntos do coração não deviam ser apressados. Mas, ele sentia que não tinha mais escolha.
Sentia que devia encerrar o assunto. Pediria a ajuda de Pillar apenas por um final de semana. Depois poderiam simular o término da relação e tudo ficaria bem. Ou pelo menos ele assim esperava.
Mas, algumas coisas não podem ser controladas pela vontade.
Conrado estava prestes a aprender uma lição bastante dura, e as consequências de cada uma das suas acções chegariam para fazer cobranças.
Será que ele teria coragem e caráter para pagar e assumir cada uma delas?
O que faria se por acaso acabasse por magoar Pillar mesmo que não fosse de propósito?
As dúvidas invadiam a mente de Conrado. Ele as mandava para longe. Ignorava todos os sinais de aviso que a sua mente lhe enviava. Ignorava até a possibilidade dos seus irmãos estarem certos. Eles demonstraram no início que estavam contra a ideia, mas Conrado não os ouviu.
Ainda pensava nisso quando viu Elena caminhar na sua direção.
Além de sócia, Elena também era sua amiga e conselheira.
- Bom dia Conrado.
Bom dia Elena. Achei que não vinhas mais.
- Tive que fazer algumas coisas antes. Está tudo bem? Você me parece preocupado com alguma coisa.
- Você está certa. Eu estou preso numa situação e não sei o que fazer para a resolver sem que ninguém se magoe.
- Sabes bem que podes confiar em mim. Me conta.
O que está acontecendo?
Conrado contou á ela e Elena entendeu o quanto seria mesmo complicado sair do aperto.
- Mas, eu não acho certo você usar alguém inocente para isso.
Conrado estas coisas sempre acabam muito m*l e têm consequências ainda piores.
- Eu sei. Mas, o plano não é casar.
É apenas apresentar ela para os meus pais. E depois podemos simular o término da relação para que tudo volte ao normal.
- Tudo bem. Até parece simples demais. Mas, quem você vai levar? Afinal, eles têm que acreditar na firmeza desta relação para que tudo seja bem convincente.
- Eu já tenho alguém em mente.
Mas ainda não a convenci a aceitar.
- E porque não?
- Fui precipitado e falei que faria o p*******o de qualquer valor.
Ela se ofendeu e me disse coisas que mais ninguém tem coragem de dizer. Me chamou até de mimado e arrogante.
- O quê? A sério?...- Elena ria dele sem acreditar.
- Sim. Eu não consegui nem me chatear. Estou mais decidido ainda a levar essa pessoa. Ela é honesta.
- Tudo bem amigo.
Faça como quiseres. Eu recebi o convite e lá estarei para ver de quem se trata. Mas por favor, tenha cuidado. Seja quem for, não brinques com os sentimentos desta mulher está bem?
- Claro que não o farei.
Mas, eu não sei mais o que fazer para a convencer.
- Seja real. Peça a ajuda dela, mas sem que seja necessário oferecer algo em troca. Caso contrário ela mesma poderia pedir-te, e isso não aconteceu.
- Como sempre estás certíssima.
Obrigado Elena. Bem! Vamos aproveitar o dia. Os rapazes vão chegar á qualquer momento.
O resto do dia foi passado entre conversas e muito churrasco.
Conrado convidou alguns de seus amigos. Os irmãos também lá estavam e todos puderam se divertir.
Por outro lado, Pillar cumpriu a sua palavra e ajudou o irmão a falar com os pais sobre a namorada e a intenção de se casar com ela.
- Filho! Eu estou orgulhosa do homem que estás a te tornar.
Mas, não te apresses está bem?
Vocês devem se formar primeiro e pensar em criar condições para o vosso lar.
- A Senhora tem razão Mamãe.
E tenho outra boa notícia.
Eu enviei alguns currículos, e fui chamado para estagiar numa boa firma de advogados. Eles são os melhores e com certeza vou ganhar muita experiência com eles.
- Isso é ótimo filho.
Será remunerado?
- Sim Papai. E vou juntar o dinheiro para dar entrada na nossa casa. O nosso plano é viver aqui onde tudo será mais fácil.
- E a família dela?
- Também está aqui. É por isso que pensamos nisso.
Não queremos estar longe e sozinhos.
- Parabéns mano. Você pode contar com o nosso apoio.
Serás o melhor advogado desta cidade.
- Obrigado Pillar. Eu não vou me apressar. Vou fazer tudo com calma, e dar a ela o casamento dos sonhos.
Conversaram mais um pouco fazendo diversos planos.
Adrián foi aconselhado pelos pais, que pensaram num presente especial de casamento para o seu filho.
Pillar seguia estudando para os seus exames e também preparava a sua defesa de tese.
O seu desejo ainda era tornar - se efetiva no hotel, e faria de tudo para conseguir de forma honesta.
Teresa não tinha dado sinais, mas numa conversa com Ana, Pillar soube que ela estava a trabalhar para um Grupo concorrente.
A semana de trabalho passou a correr. Pillar fez os exames e os seus resultados foram melhores do que o esperado.
Ela foi dispensada no dia da defesa e da festa de formatura.
Conrado lá estava por ser um dos colaboradores da Universidade.
Aliás, a família dele fazia questão de contribuir quando se tratava da educação.
- Parabéns amiga. Agora está tudo terminado no lado académico.
- Obrigada Isa. Eu estou bem aliviada. Espero ter a oportunidade de me tornar efetiva e cumprir com os meus planos.
- Não tenho dúvidas de que realmente vais conseguir.
- Obrigada. Vamos ter com todos?
Agora vamos fazer a fotografia para a Universidade.
Pillar estava formada.
Ela achou que tinham acabado os seus problemas, mas eles ainda nem tinham começado.