Capítulo 12

1059 Words
Pillar abriu os olhos com os primeiros raios de sol no seu rosto. Ao tentar levantar-se sentiu uma leve tontura e a sua cabeça estourava de dor. Olhou para o lado, mas estava sozinha no quarto. Com um pequeno esforço foi até ao banheiro. Após um banho e sentindo - se um pouco melhor, ela procurou um comprimido para a dor de cabeça mas não achou. Decidiu descer para pedir ajuda, mas ao passar pela sala onde esteve no dia anterior com Conrado, ela ouviu o som de vozes alteradas. Reconheceu a voz de Conrado e a outra era a de Helena. Curiosa, ela aproximou-se após ter ouvido o seu nome. - Virgem Conrado? E mesmo assim não evitaste que acontecesse? Como foste capaz? - Não sei Helena. Não sei mesmo. Agora a garota vai achar que somos um casal de verdade. - O que vais fazer? Fugir dela para sempre? - Não. Claro que não. Eu só tenho que pensar. - Pensar em quê? Que foste um canalha i****a e a usaste para satisfazer os teus caprichos? Que até o convite para o cocktail foi apenas um plano? Pillar colocou a mão na boca e sentiu as lágrimas molharem o seu rosto. Tinha sido tudo bem planeado. Conrado não gostava dela. Apenas mudou o seu plano para a convencer, e ela como uma i****a ainda se apaixonou por ele. - Pillar?! Você está bem?....- Marta perguntou quando ela conseguiu chegar até a cozinha. - Sim eu...Estou com muita dor de cabeça. Pode me dar alguma coisa por favor? - Um minuto querida. Vai ficar tudo bem...Toma isso. Sente - se! - Obrigada Marta. Posso perguntar uma coisa? - Claro meu bem. O que é? - Todos os convidados já foram embora? - Ainda não. Porquê querida? - Eu preciso de voltar para casa ainda hoje. Minha mãe precisa de mim. - Ela está bem? - Sim. Eu é que preciso ir. Por Favor! Que ninguém saiba. - Eu cuido disso para você. A mesa do café da manhã foi posta no jardim. Porque não vais comer alguma coisa? Vais te sentir melhor. - Eu prefiro comer no quarto. Pode ser? - Claro. Eu mando levar em seguida. Pillar agradeceu. Subiu e trancou a porta, não queria ver Conrado. Ele a tinha enganado descaradamente e pareceu sincero. Houve uma batida na porta e Pillar abriu deixando Alícia entrar com una bandeja. - Bom dia Pillar. A mamãe mandou trazer e avisar que a Senhora Roberta vai sair de helicóptero em uma hora. Ela aceitou levar você. - Estarei pronta Alícia. Obrigada. Posso te pedir um favor? - Claro. Qualquer coisa. -Não diga a ninguém que fui embora com a Sra. Roberta. E entrega este bilhete ao Conrado após uma hora. Podes fazer isso por favor? - Está bem. Eu farei isso. Vocês brigaram? - Não. Está tudo bem. Eu só preciso de voltar para casa. - Tudo bem. Bom apetite. Alícia saiu e Pillar trancou novamente a porta. Terminou de comer e fez a sua mala. Saindo com cuidado para não ser vista, ela foi ter com Roberta que a reconheceu da noite anterior. - Bom dia. Estás pronta Pillar? - Bom dia. Estou sim Senhora. Podemos ir. Pillar estava a segurar a sua dor, mas sentia - se destroçada. Conrado a via somente como uma garota, mas ela não era assim, e jurou que não o perdoaria com tanta facilidade. Ainda podia ouvir as palavras dele.. * A garota vai acreditar que a nossa relação é real.... Conrado a tinha subestimado, mas em breve descobriria que estava enganado. Pillar mostraria a ele a mulher que sempre foi, e que ele nem sequer se deu ao trabalho de tentar conhecer. Mas, um coração destroçado não era tudo que ela levava de Conrado. Se houvesse um reencontro, seria ele a derrubar as lágrimas. Será que mesmo sentindo-se tão magoada, Pillar ainda poderia amar Comrado? Ou iria fazer o possível para eliminar este sentimento? - Você está bem querida? - Sim. É que ontem eu bebi mais do que consigo aguentar e estou com dor de cabeça. - Ora querida. Eu sou uma mulher experiente e tenho uma filha da tua idade. Eu me refiro ao teu coração. O que o Conrado fez? - Ele o quebrou Senhora Roberta. Causou uma dor que até parece que estou a queimar por dentro. - Oh querida. Eu lamento imenso. Vocês parecem tão apaixonados. Eu vi ele olhando para você com tanto amor. - Eu não sei se.. - Escute Pillar! Você é jovem e muito inteligente. Mas, eu posso me enganar com muitas coisas. Mas ainda sou capaz de reconhecer o amor nos olhos de um homem. O Conrado ama você. - Então porque ele fez isso? Porque ele partiu o meu coração? - Porque os homens são todos idiotas. Podes acreditar que ele ainda vai perceber o tesouro que tu és. Só espero que não seja tarde demais. - Eu também Senhora Roberta. Eu também espero que não seja tarde demais. Pillar não falou mais. O seu regresso levantaria questões que ela não estava preparada para responder. Será que Roberta não se tinha enganado? Se Conrado sentia alguma coisa por ela, porque tinha sido tão frio e m*****o ao falar aquelas coisas para Elena? Não importava mais. Ouvir ele falar daquela maneira depois da noite que tiveram foi mais que o suficiente para magoar profundamente o coração de Pillar. Ela não queria olhar nem ouvir a voz de Conrado naquele momento. O seu amor ainda estava lá, mas no momento só conseguia ouvir ele repetindo aquela frase para Elena e parecendo muito sério ao fazer a afirmação. Ela pegou no celular e enviou uma mensagem. Tinha que sumir da vida dele. E se as palavras de Roberta estivessem mesmo certas, então Conrado teria que lutar por conta própria para a encontrar e merecer o perdão pelas palavras que usou. Se o seu arrependimento fosse sincero, então Pillar o perdoaria em nome do seu amor. Mas, ainda assim ele teria que lutar para a merecer. Pillar só queria sumir. Estava magoada e envergonhada. Mas, ao contrário do que também pensava, não estava sozinha. E o destino iria se encarreguar de mostrar a ela que por mais que se afastasse, o laço entre ela e Conrado agora teria ainda mais força para permanecer existente.
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