Pillar sentiu o seu mundo ruir quando o médico aproximou-se e contou que Víctor não havia resistido. Ele sabia da gravidade da sua doença, e negou qualquer possibilidade de possível tratamento, excepto os medicamentos para manter os sintomas sob controlo.
Pillar sentiu - se pior porque não conseguiu contar que estava novamente grávida.
- Mamãe! Eu não vou aguentar.
Como vou contar isso para as crianças?
- Sra. Menezes a nossa psicóloga está a sua disposição.
- Obrigada Dr. eu agradeço. Pillar sentiu-se tonta e desmaiou. Acordou algumas horas depois, e Isadora estava ao seu lado.
- Isa?!
- Oi amiga. Está tudo bem. Como te sentes?
- Cansada. O que houve?
- Você desmaiou. O médico disse que precisas de repouso e o bebé também.
Ao ver a cara da amiga Isadora sorriu.
- Eu já tinha notado amiga e a Vovó Suzana disse que sonhou com isso.
- Sério? Onde está o Víctor? Preciso de contar para ele e...
- Pillar. Ele não vai voltar.
Pillar lembrou-se então do que a fez desmaiar e não segurou as lágrimas.
- Sinto muito amiga... Sinto muito..
Susana a Avó de Pillar levou as crianças de volta para casa no dia seguinte à morte de Víctor.
Ela tentou disfarçar, mas Víctor Rafael soube que havia algo errado.
Quando chegaram em casa, notaram o clima estranho. Havia muito movimento e pessoas estranhas a circular.
- Vovó o que aconteceu?... - Ana Victória perguntou.
- Vamos ter com a mamãe está bem? Ela vai explicar para vocês.
Suzana soube que Pillar estava no jardim perto das roseiras que era o local favorito de Víctor.
- Mamãe, mamãe... - Os dois correram até ela.
- Meus bebés. Que saudade.
- Onde está o papai? E porque tem muita gente estranha lá dentro? Pillar soube que era a hora de falar com os filhos. A Psicóloga a tinha orientado quanto ao que devia dizer.
Sentaram-se na relva e Suzana afastou-se para dar a eles privacidade.
- Meus filhos... O Papai estava muito doente e foi ao hospital.
- Ele vai voltar?... - Victória perguntou.
- Não minha filha... - Pillar não controlou as lágrimas.
O Papai...
- Ele morreu!?... - Víctor Rafael levantou e olhou para ela. O papai morreu. Não. Eu não acredito. Nãoooooo.
O menino correu para dentro de casa e Pillar abraçou a filha que m*l conseguia conter as lágrimas e soluços.
Foram dias muito difíceis para todos. Pillar tinha quase um mês de gravidez, e não conseguia tocar no assunto devido à sua dor.
Lembrou-se da promessa feita à Víctor. Ela teria que ser forte e decidida para a cumprir e garantir o melhor futuro para os seus filhos.
Estava na hora de confrontar o seu passado e seria em breve.
Será que Pillar vai ter força suficiente para retornar e ainda cumprir a sua promessa?
A mãe de Vítor viu a dor de Pillar e das crianças.
Ela a chamou para conversar.
- Como estás querida?
- Ainda não consigo acreditar que ele foi embora para sempre Teresa. Foi difícil, mas nós finalmente decidimos tornar o nosso casamento real. E agora ele partiu sem saber o quanto era amado.
- É claro que ele sabia. Você foi uma parceira maravilhosa.
Estavas ao lado dele num momento difícil, o deixaste te amar e amar os teus filhos.
Ele sabia que era amado querida. Sabia mesmo.
- Obrigada por tudo Teresa.
Eu preciso de cumprir a minha promessa.
- Que promessa?
- Contar as crianças que o pai delas de verdade está vivo, e contar a ele que tem dois filhos.
- Após o anos, estás preparada para a tempestade que vais enfrentar?
- Não sei. Os meus filhos estão envolvidos nisso e a culpa é só minha. É difícil admitir, mas eu também feri demais o Conrado. E isso foi errado.
- Vou ser sincera Pillar.
A Andresa poderá até entender.
Mas o Vítor. Ele vai agir com raiva e rejeitar o verdadeiro Pai.
Achas isso certo?
- Claro que não. Eu me odeio por isso. Mas, eu tenho que contar e enfrentar o que vier.
Mesmo que seja o ódio e rejeição do Conrado.
- Você ainda o ama?
- Sim. Eu nunca deixei de amar o Conrado. O Vítor sabia disso.
- Eu sei. Antes de ires, terás uma reunião com o advogado.
Ele disse que tem que cumprir as instruções que o meu filho deixou.
- Tudo bem. Eu vou ligar para ele.
Pillar estava com medo.
Teria que começar a se preparar para a mudança.
Tinha que dar mais atenção aos filhos, e ainda teria a reunião com o advogado.
O que será que Vítor deixou orientado?
Teria que esperar para saber.
Ela foi até ao quarto das crianças e as encontrou a conversar.
O menino olhava para uma fotografia onde estavam todos, e começou a perceber que não tinham nenhuma semelhança física com Vítor.
- Olhe bem Andressa. Não somos parecidos em nada.
E eu sei que ele não era o nosso pai de verdade.
- O quê?! Como soubeste disso?
- Eu ouvi alguém dizendo.
O que vamos fazer?
- Falar com a mamãe e descobrir quem é o nosso pai.
Ao ouvir esta conversa das crianças, Pillar soube que o seu momento de se manter escondida estava no fim.
Ela foi ao quarto e deitou pensando no que faria para resolver a situação.