O suposto coquetel estava marcado para a sexta-feira. Pillar não quis demonstrar, mas estava ansiosa pelo momento em que chegaria lá.
Após fazer algumas compras, chamou Isabella para a ajudar na escolha da melhor roupa.
Ela queria causar a melhor impressão possível aos novos sócios de Conrado.
- Fica calma Pillar. Vai dar tudo certo.
- O coquetel será amanhã e ainda nem sei o que usar amiga. A senhorita Helena me deu folga hoje para as compras. Não a posso decepcionar.
- É claro que não. Olha! Achei a roupa perfeita.

- Não sei amiga. Ela disse que será um evento formal.
- Patrícia Pillar. Você vai ficar linda. Marcaste com o cabeleireiro e maquiador?
- Sim. Eles vêm amanhã às 17 horas.
- Óptimo. Eu trouxe rosas perfumadas para o teu banho.
- Obrigada amiga. Te espero amanhã.
- Conta com isso. Até amanhã.
Pillar estava tão ansiosa que já nem conseguiu jantar. Disse aos pais que tinha trabalho para fazer e foi ao seu quarto.
Passou a noite toda a imaginar qual seria a reação de Conrado ao ver ela chegar no lugar de Helena.
* Não seja i****a Pillar. Ele não te vê desse jeito.... - Ela se recriminou.
Na manhã seguinte Marina estranhou a boa disposição da filha.
- Bom dia mamãe. Eu levantei mais cedo e ajudei a Lurdes com o pequeno - almoço.
- Que boa disposição filha.O que houve?
- Estou feliz mamãe. Só isso.
- Eu adoro te ver assim filha.
Mas tenha cuidado está bem?
- Do que a senhora está falando?
- Pillar minha filha! Eu vi como você ficou quando o teu chefe veio aqui. Eu olhei o teu pai do mesmo jeito à 20 anos. Ter você e o teu irmão só aumentou a nossa felicidade e o nosso amor.
- Estou errada mamãe? Eu não devia me apaixonar por um homem como ele?
- Claro que não meu amor. Se apaixonar é maravilhoso. Desde que haja correspondência.
Eu só não quero que ninguém parta o coração maravilhoso que você tem.
- Eu entendo mamãe. Prometo que vou me cuidar.
- Fico feliz querida. Vou chamar o teu pai.
Pillar passou o resto do seu dia bastante ocupada. Às 16 e meia Isadora chegou e meia- hora depois o maquiador e o cabeleireiro que Elena mandou para ela, e Pillar não teve escolha a não ser aceitar a oferta.
Após um banho, ela fez a maquiagem e um penteado maravilhoso.
Pillar vestiu a roupa escolhida e estava pronta. O carro chegou na hora certa. E ela estava preparada para a sua noite ao lado se Conrado.
- Boa sorte amiga. Vai dar tudo certo.
- Obrigada Isa. Eu te ligo mais tarde e conto como foi a noite.
Pillar saiu e entrou no carro. Foi levada até a um dos hotéis Valente e estava ansiosa para ver Conrado. A porta foi aberta e ela saiu.
- Obrigada Zé...- Ela sorriu ao motorista.
- Por nada senhorita. Eu ficarei a esperando. Ordens da senhora Helena.
- Tudo bem. Obrigada. Espero não demorar tanto.
Pillar entrou, e após entregar o seu convite foi levada até uma sala luxuosa onde estavam várias pessoas, incluindo fotógrafos e repórteres televisivos.
Conrado a viu e foi ter com ela.
- Pillar?! Boa noite. Nossa! Você está linda.
- Senhor Conrado. Boa noite. Obrigada. Espero não ter me atrasado.
- Claro que não. Chegaste na hora. Vem comigo por favor.
Conrado apresentou Pillar para várias pessoas, e ela começou a se sentir mais a vontade naquele meio que não era habitual para ela.
O jantar foi servido e após algumas taças de champanhe Pillar sentiu - se tonta, cansada e só queria ir para casa.
- Estás bem Pillar?
- Sim eu preciso de ir para casa agora. Por favor.
Não costumo beber nem mesmo champanhe e acabei exagerando.
Me dói a cabeça.
- Eu te levo até ao carro. Mas antes posso te fazer um pedido?
- Claro Senhor Conrado. Do que se trata?
- Vais comigo à festa dos meus pais? Por favor. Só tens que fingir que estamos juntos até domingo, depois acaba.
- A sério?!Quer que eu responda agora?
- Sim. Por favor. Eu prometo que não haverá cobranças.
Pillar ignorou a voz da razão e aceitou a proposta de Conrado. m*l sabia ela que estava apenas a ser enganada e usada de forma egoísta.
Este seria um erro que cobraria caro a ela.
Mas, ela estava apaixonada, e esqueceu-se até do que tinha dito a sua mãe antes de sair de casa.
Pillar iria descobrir que tomar decisões por impulso, era algo que nunca acabava nada bem.
Conrado a levou primeiro ao bar onde após dois copos de água ela sentiu - se bem melhor.
- Anda! Tens que ir para casa.
Eu levarei você.
- A Senhora Elena mandou o motorista.
- Eu sei. Ele me vai trazer de volta. Você não está bêbada Pillar, mas vais acordar enjoada amanhã e com uma forte dor de cabeça.
- Eu já imagino. Serei mais cuidadosa mesmo com o champanhe. O carro andou com as janelas abertas e Pillar começou a sentir-se bem melhor.
Não podia entrar em casa trocando os pés.
Todos dormiam quando ela chegou.
- Espere Pillar! Tens a certeza que não vais mudar de ideia?
- Tenho sim Conrado. Eu costumo cumprir com as minhas promessas. Eu vou com você.
- Está certo. Obrigado. Falamos melhor amanhã está bem?
Temos que acertar alguns detalhes. Espere á minha mensagem de manhã.
- Está bem. Boa noite Conrado.
Pillar entrou sem fazer barulho.
Tirou a roupa e de pijama jogou - se na cama. Estava a sonhar acordada ainda no seu mundo de conto de fadas.
Sem pensar na razão pela qual aceitou a proposta de Conrado, Pillar dormiu esperando apenas a chegada do dia seguinte.
Eram seis horas quando o som do celular a despertou.
Pillar abriu os olhos bem devagar e ao tentar sentar na cama teve uma leve tontura.
Pegou uma aspirina e tomou rapidamente. Alguém bateu na porta e sua mãe entrou.
- Bom dia Pillar.
- Bom dia Mamãe. Está tudo bem?
- Sim. Tivemos notícias do teu irmão. Ele virá no próximo final de semana para conhecermos a namorada e a família dela. Farei um jantar especial para a ocasião.
- Isso é ótimo Mamãe. Ele está tão feliz que nem mesmo o nome dela nos disse. Estou bem curiosa para a conhecer.
Mas, podemos adiar o jantar para domingo?
- Porquê?
- Eu vou á uma festa. Desta vez será dos pais do Senhor Conrado.
E eles estão morando fora da cidade.
- Não te podes ausentar filha?
- Infelizmente não Mamãe.
Eu já estou com o nome na lista, e vários funcionários lá vão estar.
- Tudo bem. Vamos dar um jeito de justificar a tua ausência, mas não será possível adiar.
Eles chegam na sexta-feira e o jantar farei no sábado. Quando você vai?
- Também na sexta-feira, e retornaremos no Domingo.
- Nossa! Não vai ser a mesma coisa sem você aqui filha.
- Eu sei Mamãe. E lamento por isso. Mas, eu realmente não esperava por isso.
- Tudo bem. Nós entendemos.
És adulta e tens a tua vida.
Terás oportunidade para conhecer a tua cunhada. E o Adrián vai ter que entender.
- Eu vou ligar e conversar com ele.
Quando Marina saiu, Pillar viu a mensagem de Conrado no celular. Ele tinha enviado um endereço e ficaria lá á espera dele para falarem sobre a ida até á fazenda.
Na noite anterior ele falou com os irmãos novamente. Eles concordaram em ajudar, desde que fosse cumprida a parte do término, e o assunto fosse encerrado depois disso.
Após um banho, Pillar desceu para o pequeno almoço.
- Bom dia Papai.
- Bom dia querida.
Como foi a tua noite?
- Bem divertida apesar de ter sido formal. Os investidores ficaram satisfeitos, e logo teremos muitas novidades por aqui.
- Um novo projecto?
- Sim. Mas não posso dizer mais nada sobre isso.
Desculpe Papai.
- Tudo bem. A ética no trabalho é importante. Mas, vindo da família Valente, eu sei que será algo benéfico para a nossa cidade.
- Isso eu posso afirmar que será mesmo Papai. Bem! Vou ligar para a Isadora e sair em seguida.
Até logo Papai.
Vendo que a sua filha estava cada vez mais independente, os pais de Pillar preparavan- se para o momento em que ela iria embora para a sua própria casa.
Não faltava muito para isso, mas nem tudo seria como eles realmente imaginavam.
As mudanças que estavam prestes a ocorrer na vida de Pillar não seriam todas positivas.