Meu nervosismo era grande, como nunca senti na minha vida. Sempre fui uma menina direita, pensei num futuro honesto mesmo sabendo que as condições que vivia não iriam me levar a lugar nenhum. Mas sonhar não custa nada então eu sempre tentei manter em mente que um dia eu iria sair daquele buraco e levar minha família junto. Pobre coitada. Ao invés disso lá estava eu, encarando o pacote de maconha de cinco quilos que segurava. Não tinha mais volta, a decisão que tomei era definitiva e eu não tinha como voltar atrás. Não foi Caio quem me entregou o pacote, foi o Benê, um dos vapor que cuidava da sua segurança, no beco antes de eu ir pra escola. Minha mochila era grande e eu tratei de abrir espaço para o pacote, não era muito, eles me disseram, era pra testar minha capacidade, saber se e