CAPÍTULO 3
PESADELO NARRANDO
O meu nome é Gustavo, mas eu sou conhecido como Pesadelo, estou nesse mundão de merdä por escolha própria, e não por história triste, eu queria o que os filhinhos de papai tinham, e agora eu tenho.
Só não estou preparado para a lei do retorno, porque eu sei que um dia ela vai chegar, uma coisa que eu aprendi nesse mundo, é que se você mata, um dia vai ser o dia de você ser morto, e eu só estou esperando esse dia chegar.
Já tentaram por diversas vezes, mas só ficaram apenas cicatrizes em mim e os filhos da putä que tiveram a ousadia, estão hoje embaixo da terra.
Vou falar um pouco da minha história, que não é tão bonita e nem tão pouco emocionante, eu entrei para o mundo do crime com 14 anos, matei com 16 e desde então nunca mais parei.
Eu não gosto de traidores, por esse motivo que matei a minha fiel grávida de um filho meu, dentre todas as mortes, essa foi a que me marcou, porque eu a matei inocente.
Eu amava muito a minha fiel, mas fizeram a caveira da Gisele, armaram provas falsas e eu estava muito louco de drogä e não pensei duas vezes antes de matá-la, antes dela morrer, a mesma falou para mim que estava grávida e que não tinha me traído e que foi tudo armação e que me amava, depois disso eu descobri que era tudo mentira, eu matei quem armou e depois disso nunca mais eu amei ninguém e nem quero, no dia que a Gisele morreu, meu coração também morreu.
Por esse motivo eu me arrependo, porque eu a matei inocente, ela falou que me amava antes de morrer, na verdade eu não sei se a amava de verdade, eu acho que sim, mas ela era a única pessoa que conseguia me acalmar, nem mesmo a minha mãe consegue, somente ela conseguia, então eu deduzi que amava ela e depois dela não amei mais ninguém e nem vou, como eu disse não tenho mais coração.
Em sua homenagem e homenagem ao meu filho, eu fiz uma tatuagem em meu rosto, duas lágrimas, duas almas inocentes que eu tirei.
Sementinha - Pesadelo . __ O Sementinha me chama no rádio.
Pesadelo - Qual foi Sementinha, como está o movimento? __ Pergunto voltando para a realidade.
Sementinha - O movimento tá bom, está tudo pronto aqui, eu vou descer para ficar na entrada do morro . __ Ele fala e encerra.
Saio da boca vou pera casa, vou tomar um banho antes de ir para o baile.
Pesadelo - Cheguei . __ Falo ao ver a minha mãe sentada no sofá assistindo.
Esse mundão do crime pelo menos me proporcionou a oferecer algo para a minha mãe, que foi uma boa moradia com conforto, uma boa alimentação, coisa que não tínhamos antes.
Lúcia - Oi meu filho, você vai para o baile? __ Ela pergunta olhando para mim.
Pesadelo - Eu tenho que ir mãe, porque quando o gato não está, os ratos fazem a festa . __ Falo tirando a minha camisa.
Lúcia - Tá certo meu filho, se cuida lá viu . __ Ela fala tristonha.
Eu sei que ela não se agrada com essa vida que eu levo, mas ela também sabe que só resta isso para pessoas como nós, somos mäl vistos aos olhos da sociedade.
Pesadelo - A minha proteção está aqui mãe . __ Falo mostrando a minha arma para ela.
Lúcia - Não diga isso meu filho, eu oro todos os dias para Deus tirar você dessa vida meu filho, e eu sei que as minhas orações serão ouvidas __ Ela fala com lágrimas nos olhos .
Pesadelo - Acho que não mãe, eu não tenho mais jeito, você sabe, acho que Deus nunca irá me perdoar . __ Falo ciente de tudo o que eu já fiz na vida.
Lúcia - Não diga isso meu filho, basta você se arrepender de todo o coração que ele te perdoará . __ Acho que a minha mãe é a única que acha que eu tenho salvação.
Pesadelo - Eu não tenho perdão mãe . __ Falo e vou em direção ao meu quarto a deixando na sala.
A minha mãe é evangélica, ela ainda tem fé que eu vou sair dessa vida, e que eu ainda tenho perdão, mas eu sei que não.
Eu acho que ela é a única pessoa que nunca desistiu de mim, por diversas vezes eu já acordei assustado com ela no meu quarto orando, me arrependo das vezes que apontei a minha arma para ela assustado sem saber que era ela.
Tomo um banho rápido, coloco uma bermuda, e coloco a minha camisa no meu ombro, daqui já dá para ouvir o barulho do paredão.
Quando eu estava prestes a sair, o Sementinha me chama novamente no rádio.
Pesadelo - O que foi dessa vez? __ Pergunto fechando o portão.
Sementinha - A Gracinha tá no morro, e ela não veio sozinha . __ O Sementinha fala.
A Gracinha não tem jeito, não sei mais o que fazer com ela, também, com uma mãe igual aquela vadiä da Adriana é difícil ser diferente.
Pesadelo - É macho novamente? Bota pra correr . __ Falo sem paciência.
Eu já deixei claro para ela que não quero pessoas diferentes aqui no morro, porque a mesma sabe que estão tentando me matar.
Sementinha - Dessa vez não é macho, é uma loira gostosona, se você não pegar, eu e os vapores aqui queremos.
Pesadelo – Guarda a porrä do seu päu nas calças até eu ver quem é, tô descendo pra lá, sobe com alguns vapores para o baile . __ Falo e desligo o rádio.
Subo na minha moto e vou em direção a casa da Gracinha, eu não sei o que fazer com aquela garota, eu pensei que ela tinha ido embora com a vadiä da mãe dela mas pelo jeito ela não foi.
Quando vou me aproximando da casa da Gracinha, já vejo uma moto, uma Ducati Panigale C4 R, porrä, essa moto é fodä, de quem é essa moto, se o Sementinha falou que ela subiu com uma mulher.
Paro a minha moto em frente a casa e bato na porta, ninguém atende, então bato novamente e na terceira vez, alguém abre a porta.
Caralhö, bem que o Sementinha falou, que mulher gostosa da porrä, de onde será que ela veio, certeza que ela não é daqui, pelas suas roupas, ela é Paty e do asfalto.
Percebo que ela fica olhando para mim fixamente, ela olha para o meu corpo, para a arma que está na minha cintura, em seguida ela volta o seu olhar para o meu rosto.
Ela foca na tatuagem de lágrimas que tem no meu rosto, abaixo dos meus olhos.
Pesadelo - Quem é você e onde está a Gracinha? __ Pergunto a encarando.
Elisa - El.... Ela está no quarto . __ Ela fala gaguejando.
Pesadelo - Eu Quero trocar umas ideias com ela, eu já falei que não é para aquela porrä trazer ninguém desconhecido no morro. __ Falo olhando para ela, olho para o seu corpo, e a sua bundä empinada chama a minha atenção.
Ela é uma loirinha bem gostosinha, olhando para ela, eu só me imagino enrolando os seus cabelos na minha mão e dando alguns tapas na sua bundä .
Volto a minha atenção para o seu rosto, e a encaro, percebo que ela está sem jeito com a minha presença.
Pesadelo – Agora me fala, quem é você e o que está fazendo aqui? E já vou avisando que X9 e Alemão aqui não tem vez ! __ Falo sério encarando ela .
Elisa - Eu não sou alemã, eu sou brasileira mesmo . __ Ela fala olhando para mim.
Pesadelo - Você está tirando onda com a minha cara porrä? __ Pergunto me aproximando dela.
Elisa - Eu não . __ Ela fala levantando o queixo e me encarando.
Pesadelo - Tem macho aí? De quem é essa moto que está lá fora? Se tiver, fala para a Gracinha que ela vai se ver comigo . __ Falo próximo dela.
Elisa - A moto é minha . __ Ela fala me surpreendendo.
Eu esperava que essa moto fosse de todo mundo, menos dela. Interessante.
Pesadelo – Certo, não vou mais perder tempo aqui, aparece lá no baile, quero trocar umas ideias com você e com a Gracinha . __ Falo e saio dali.
ELISA NARRANDO
Meu Deus, o que acabou de acontecer, eu nunca me senti assim e o pior, eu nunca gaguejei, eu nunca me senti oprimida por um homem como me senti agora.
Entro na casa novamente e fecho a porta, e me assusto quando me viro e encontro a Gracinha.
Elisa - Você quer me matar de susto ? __ Falo com a mão no coração.
Gracinha - Desculpa, quem estava na porta, ouvi você conversando com alguém . __ Ela fala olhando para mim.
Elisa - Veio um homem aqui atrás de você, ele é assustador e bonito ao mesmo tempo, não sei explicar . __ Falo olhando para ela.
Gracinha - Ele falou mais alguma coisa ? __ Ela pergunta arrumando os seus cabelos.
Elisa - Não, ele só falou que era para a gente aparecer no baile, haaa, ele também falou que se tivesse algum homem aqui, você iria se ver com ele . __ Falo então ela revira os olhos.
Gracinha - O Gustavo é um grande chato, ele pode trazer quem ele quiser para o morro, ele pode levar quem ele quiser para a cama, agora eu não posso nada . __ Ela fala chateada.
Elisa - Quem é ele? Ele é o seu namorado ? __ Pergunto curiosa olhando para ela.
Gracinha - Deus é mais Elisa, eca, que nojo ! __ Ela fala fazendo cara de nojo.
Elisa - Então ele é o que seu ? __ Retorno a pergunta curiosa .
É só curiosidade, nada de interesse, como eu falei, nunca me envolveria com um homem igual aquele, Deus é mais .
Gracinha - Ele é o meu irmão .