Uma ligação que não pode ser quebrada

1351 Words
Alessandro ficou esperando seu irmão o dia todo, mas ele nunca chegou. Ele se questionou se algo havia acontecido a ele ou se não recebeu sua carta. Quando entrou em seu quarto, viu Abril na varanda. Ele se aproximou dela, a abraçou por trás e perguntou: - O que você está fazendo acordada a essa hora? - Eu estava te esperando, não queria ir dormir sem te ver. - Desculpe, no final não consegui jantar contigo. Gabriel me sobrecarregou de trabalho e só me deixou ir agora. Abril virou-se para ele, ela queria ver seu rosto, na verdade ela precisava. - Você não precisa se desculpar por isso, você é o rei, tem um reino para governar, sei que não é fácil. - Obrigado por sua compreensão. - Não precisa agradecer. Alessandro acariciou suavemente sua bochecha e lhe deu um leve beijo nos lábios. - Eu gostaria de ter mais tempo para estar contigo. Você não se sente da mesma forma? - Sim, exatamente igual. Eu gostaria de estar com você a cada minuto e a cada instante da minha vida, mas temos obrigações e deveres a cumprir, então serei razoável e não pedirei o que você não pode me dar. - Odeio isso. - O que? - Odeio não poder te dar tudo o que me pede. - A cada dia você me dá mais do que eu já sonhei, mais do que eu jamais imaginei. - Mesmo assim, às vezes sinto que não é suficiente. - Tire essas ideias da sua mente, porque é sim. Alessandro a abraçou, afundou sua cabeça em seu pescoço respirando o cheiro de seu corpo e disse: - Vou sentir muita falta de você. - Eu também vou sentir sua falta. - Você sabe quanto tempo vai ficar fora? - Talvez dois ou três dias, não sei. - Volte logo, caso contrário irei te procurar. - Você não precisará fazer isso, estarei ansiosa para voltar. Além disso, você precisa cuidar de nossa filha na minha ausência, protegê-la. - Isso nem precisa pedir, cuidarei bem dela. - Cassian ainda não chegou? - Não, e isso me preocupa. - Espero que ele esteja bem e chegue logo. As badaladas do relógio anunciaram que já era mais de meia noite, Alessandro disse: - Já está tarde, hoje foi um dia longo, é melhor descansarmos. - Sim, isso será o melhor. Ambos foram para a cama. Alessandro abraçou Abril com seus braços, ela podia ouvir os batimentos do coração dele, sua respiração. Isso a tranquilizou, porque mesmo que não demonstrasse, ter que deixar sua família a deixava muito nervosa e ansiosa. Ela tinha medo do que poderia acontecer na sua ausência. - Lessan. - O que foi? - Cuide de Lissana. - Aby, cuidarei bem de nossa filha. Além disso, você ficará pouco tempo fora, nós estaremos aqui te esperando. - Sim, você tem razão. Abril enterrou o rosto no peito dele e disse: - Odeio me separar de você. - Eu me sinto igual e se não fosse por Lissana, iria com você. - Mesmo que tarde, não venha me buscar, você não pode deixar Lissana sozinha e enquanto eu não estiver por perto, cuide dela. - Aby, algo está errado? - Não, é só que minha irmã ainda está por aí e não sabemos quando ela vai atacar. Alessandro suspirou profundamente e disse: - É verdade, mas se ela não fez nenhum movimento até agora, duvido que o faça agora, então não se preocupe. - Espero que esteja certo. *** Cassian teve que parar para descansar numa pousada, pois Maya estava começando a sentir náuseas devido ao balanço da carruagem. Ele colocou uma toalha com água fria em sua testa para tentar aliviar seu desconforto. - Está melhor? - Sim, e desculpe, estou apenas atrasando você. - Não se preocupe com isso, o importante é que você esteja bem. - Por isso prefiro os pergaminhos de teletransporte. - Eu sei, mas pensei que os pergaminhos seriam muito cansativos na sua situação. Parece que também errei com a carruagem, agora você está ainda mais doente por minha culpa. Maya segurou a mão de Cassian e disse: - Isso não é culpa sua. - Logo você estará melhor, Abril fará com que melhore. - Sim, espero por isso. Cassian deu um beijo suave em sua testa e disse: - Assim será, aguente um pouco mais, logo ficará bem. Naquela noite, Cassian ficou acordado cuidando de Maya. No dia seguinte, ela estava um pouco melhor, então retomaram a viagem. Quando chegaram ao palácio, Cassian perguntou onde Abril estava, ele queria que ela ajudasse Maya, pois ela não parecia estar bem. Uma das criadas os levou até a estufa onde ela estava. Cassian chegou com Maya desmaiada em seus braços, Abril ficou muito surpresa ao vê-los, principalmente porque Maya não parecia estar bem. Ela entregou a bebê para uma das criadas e se apressou em direção a eles. - O que aconteceu com Maya? - Eu não sei, ela não estava se sentindo bem há algum tempo, a viagem até aqui apenas piorou sua saúde. Você pode ajudá-la? - Claro. Abril segurou a mão de Maya e infundiu sua magia nela. Maya recuperou a consciência e, ao ver Abril, disse: - Olá, Aby. - Como você está? - Muito melhor. - Acho que o melhor será levá-la para um quarto para descansar. - Maya, você está realmente bem? Perguntou Cassian, muito preocupado e com certa ansiedade na voz. Maya tocou sua bochecha com sua mão ainda fria e disse: - Sim, Cassian, já estou bem, não se preocupe. Cassian a apertou contra seu peito e disse: - Graças a Deus. Cassian ficou abraçando a Maya por um tempo como se temesse perdê-la, Abril colocou sua mão no ombro dele e disse: - Cassian, Maya precisa descansar. - Sim. Cassian levou Maya até seu quarto, mesmo que não vivesse mais lá, tudo continuava igual e as criadas sempre deixavam aquele quarto para ele. Ele a depositou suavemente na cama e disse: - Quer alguma coisa? - Um pouco de água, estou com sede. Cassian serviu um copo com água, ajudou-a a se sentar e deu-lhe para beber a água, ao terminar Maya riu. - Às vezes você exagera um pouco, posso beber um copo com água sozinha. - Eu sei, mas quando te vejo assim, só quero cuidar de você. - Cassian, estou bem. - Então por que continua parecendo fraca? - Só estou um pouco tonta pelo carruagem, se descansar um pouco estarei como nova, então por que você não vai ver seu irmão enquanto durmo? Ele deve estar te esperando. - Não quero te deixar sozinha. - Talvez durma a manhã toda, não tem importância se você ficar, então não se preocupe comigo e vá ver quem te mandou chamar, seu irmão. - Está bem, não demorarei. Maya bocejou e respondeu: - Tome o seu tempo, vou dormir um bom tempo. Cassian deu um beijo em sua testa e disse: - Não demorarei, se você se sentir m*l, não hesite em chamar uma criada. - Está bem, agora vá. Quando Cassian saiu do quarto, a pequena fada que a estava seguindo apareceu de repente, voou ao seu redor e disse: - Você parece muito m*l e não é por causa da viagem de carruagem, se não voltar à terra das fadas, morrerá. - Você poderia parar de me lembrar que vou morrer. - Faço isso para que não se esqueça. - Pois não preciso que me lembre. - Continuarei te lembrando até que decida voltar ou morrer. - Então terei uma pequena fada da morte falando em meu ouvido todos os dias. - Minha missão não é anunciar sua morte, é fazer com que entenda que deve voltar para seu lar. - Aquele não é meu lar, nunca foi. - É desde o momento em que jurou lealdade à rainha fada, está ligada à terra das fadas assim como à rainha, você sabe disso, o vínculo que as une não pode ser quebrado, todo o seu ser está dizendo isso, está gritando e continuará assim até que decida voltar.
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