Capítulo sete

1016 Words
Maíra Voltei para o quarto e sentei na cama, ficando uns bons minutos sentada e pensando. Não entendi porque me deu "folga". Não vim para ajudar? Que estranho, mas não vou reclamar. Olhei pela janela e a piscina era bem convidativa, mas fico com receio. Será que devo mesmo ir? Bem, se ele disse que tudo bem, por que não? Coloquei meu biquíni e um vestido. Olhei mais uma vez para a piscina. Não tinha muita gente e ela era bem grande. Estou em guerra. Não sei se é sensato fazer uma coisa dessas. Resolvi mandar uma mensagem para a Renata e perguntar se ela sabia exatamente o que ele veio fazer aqui. Bom dia, ou noite? ? Desculpa incomodar, mas preciso de ajuda Ela estava online e me respondeu rápido, o que foi ótimo. Está tudo bem? Sim, sim Só estou com muita dúvida Você por acaso sabe o que o senhor Becker veio fazer aqui? Que eu saiba, fechar um super negócio Sim, mas ele realmente precisava de mim? Se te levou… Mas acabou de me dar folga Mesmo? Falou para aproveitar a piscina Então aproveite! Será? Parece que estou abusando… Por quê? Ele disse para ir, então vai logo! Tá bom Bom descanso Mesmo assim ainda não me sinto segura… Bateram na porta e estranhei, mas abri. Era o senhor Becker e me olhou parecendo avaliar minha roupa. — Tive uma ligeira sensação de que você poderia estar aqui se torturando e pensando se deveria ir mesmo à piscina. Errei? — Na verdade, não. Ele sorriu e esticou o braço, dando passagem para sair do quarto. — Vou te acompanhar até lá. — E a reunião? — Ainda não está na hora. Vou te deixar na piscina e seguir para lá. — Não precisa se incomodar comigo. Revirou os olhos e segurou meu braço, puxando e me fazendo sair do quarto finalmente. Deixei que me levasse sem reclamar. Vai que se irrita? Pegamos o elevador e fiquei encarando o lado de fora, como sempre. Saímos e seguimos para a piscina. Lá tinha um pequeno bar, algumas mesas e cadeiras. Segui ele até uma das mesas e coloquei minha bolsa em cima. — Pronto. Pode pedir o que quiser para beber e se quiser comer também. Em algumas horas eu volto. — Tem certeza que não precisa de mim? — Sim, preciso que você fique aqui e curta o sol. — Está bem — me rendi. — Ótimo! Até mais tarde. Ele beijou meu rosto de novo e foi embora. Fiquei ali em pé, sem jeito e sem saber o que fazer, muito menos entender o que estava acontecendo. Olhei ao redor e não tinha muita gente ali. Só uma moça trabalhando no bar e um rapaz que acho que servia as mesas. Não vou pedir nada. Como poderia? Deve ser tudo muito caro. Fora que não sei falar inglês. Sentei na cadeira e observei a água da piscina. Estava sentindo calor e a água parecia estar muito boa, mas me sinto como se estivesse cometendo uma infração grave. Não vim passear! Vim trabalhar, não é? Fiquei um bom tempo nessa guerra interna até que finalmente tirei o vestido e deitei em uma das espreguiçadeiras. A Renata tem razão, se ele falou que pode, por que não? Depois de um tempo entrei na piscina para me refrescar e foi a melhor sensação. Há tempos não sei o que é relaxar assim e ficar à toa. Voltei a deitar na espreguiçadeira para pegar mais um solzinho. Isso que é vida! Senti o sol sumir e abri os olhos para ver se tinha nuvens no céu, mas me surpreendi ao ver o senhor Becker parado ao meu lado. Senti uma louca vontade de colocar o vestido e sair correndo, mas ele ia me achar maluca. — Que bom que resolveu aproveitar esse dia. — Precisa de alguma coisa? — Sim. — Do que? O que posso fazer para ajudar? — Me sentei e os olhos dele se moveram junto comigo. Não sei o que está olhando, mas está me deixando nervosa. — Preciso que continue onde está. — Deu tudo certo com a reunião? — Mais ou menos. Ele ficou de me dar a resposta hoje a noite. — Mas o senhor acha que vai ficar tudo bem? — Claro. Com meus argumentos ele ficou bem tentado, mas gosta de fazer suspense. — Revirou os olhos. — Então ele deve aceitar. — Sim. Aí me encontro com ele amanhã de novo para acertar tudo e fim de papo. — Que bom. E o que eu preciso fazer? — Já disse. — Mas… — Bom, vou trocar de roupa e já volto. Esse calor está de matar. Virou as costas e entrou no hotel. Fiquei ali sentada sem reação e totalmente confusa. Quando voltou, parecia outra pessoa. Sempre o vi de terno e todo arrumado e a visão foi surpreendente… Estava de óculos escuros, uma bermuda azul e uma camisa branca. Totalmente fora do que sempre vi. Fora os chinelos. Nunca pensei ver isso na minha vida. Se aproximou e sentou na cadeira ao lado da minha. Sim, ainda estava sentada no mesmo lugar de antes. — Está gostando daqui? — É um lugar muito bonito. — Mas é só o hotel. Tem muita coisa melhor pra você ver. O encarei pensativa. Isso está muito esquisito. Vou ter que perguntar… — Posso perguntar uma coisa? — Claro. — Esse negócio que o senhor foi resolver hoje e já está quase resolvido, é o único que veio resolver? Ele me encarou por um momento em silêncio. Não sei dizer que olhar estava, pois estava com os óculos. — É sim. — Mas se já resolveu, por que disse uma semana? — Esse negócio eu resolvi. Ainda tenho outros pra resolver. — Ah... E precisa que eu ligue pra alguém? Só não sei falar inglês. Ele riu e segurou minha mão. — Não precisa ligar pra ninguém. — Tudo bem. E o que mais tem que resolver? — Preciso mostrar alguns lugares sensacionais a você. — O-o… Como assim?
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