Curitiba, 10 de janeiro de 1968. A chuva bate impiedosamente contra as janelas da mansão, assustando Maria Luísa que observa o temporal. Ela desliga a luz de seu quarto e desce as escadas. Está preocupada, pois seu marido ainda não chegou do trabalho. Será que algo aconteceu com ele? Pensa indo em direção à copa, onde encontra Adelaide rezando de joelhos. — Adelaide! – chama Maria Luísa impaciente — Já ligou para o escritório do Alexandre, de novo? — Sim , senhora – responde Adelaide se levantando — Chama, chama, chama, mas ninguém atende. — Céus, onde estará esse homem nesse temporal? – resmunga saindo da copa em direção à sala. Ela nem bem senta no sofá e a campainha da casa toca estridente. Maria Luísa espera mais um tempo para que Adelaide venha atender, mas a empregada não ap