Maldição do Meu Próprio Sangue

Capitulo 2

Quando chegou a virada do ano, meu pai não ficou em casa, eu sabia que ele ia passar o final de ano com alguma vagabunda, ou a tal da Ludmila, mas não estava achando r**m, pelo contrário, essa seria a oportunidade perfeita para eu escapar dessa casa. Fiz um lanche para o segurança e o chamei para comer, afinal era ano novo e ele estava lá fora sozinho, claro que meio hesitante ele aceitou, mostrei o prato na mesa e pedi que se sentisse à vontade, enquanto ia dar uma olhada no León, subi, terminei de arrumar as coisinhas dele.

-Agora eu preciso que você fique quietinho meu amor, pode ser? - Pedi enquanto passava a mão pelos cabelos lisos dele, meu pequeno príncipe completou 1 ano e três meses.

-Tá bom mamãe. - Ele me respondeu se deitando na cama abraçando seu ursinho do Pooh. Ele fala tão bonitinho, o aniversário dele foi há três meses atrás, fiz um bolo e ficamos o dia brincando no quarto dele comemorando o dia do meu pequeno, como de costume meu pai ficou fora quase o dia todo.

Me desvencilhei dos pensamentos, dei um beijo nele e desci de volta à sala de jantar para continuar com meu plano.

-Então como está a comida? - Perguntei ao homem sentado.

-Muito boa, você cozinhou isso? - Me perguntou parecendo surpreso, apenas acenei e afirmei com a cabeça.

-Seu pai deve estar orgulhoso, ter uma mulher que saiba seus afazeres dentro de casa é uma conquista. - Ele falou enchendo a merda da boca, não posso acreditar no que esse i****a está falando é sério isso!? Cara babaca!

Me aproximei, me sentando ao lado dele só esperando o remédio fazer efeito. Peguei a bolsa de remédios da minha mãe, e lá encontrei o um vidrinho que se me lembro bem ela usava com meu pai, para ele dormir e ela poder descansar tranquilamente. O meu pai sempre foi meio chato, mas com minha mãe ele era mais legal, divertido, enfim era uma outra pessoa, às vezes chego a duvidar se tudo aquilo não foi apenas encenação.

Cerca de uns vinte minutos percebi que ele estava meio zonzo, não conseguiu pegar o copo com suco na sua frente, o remédio estava funcionando, também não é pra menos coloquei metade do vidro na comida se não funcionasse iria ter que mudar mais uma vez meus planos de fuga.

Estava olhando para o nada até um baque me chamar atenção, notei que o segurança havia finalmente caindo em um sono profundo, Meu Deus eu consegui!!!

Cheguei perto dele o balancei me certificando de que ele realmente estava desacordado, revistei sua roupa e peguei um teaser que estava com ele e o celular, foi fácil desbloquear, já que o brutamontes estava roncando, só coloquei seu dedo para fazer a leitura da digital, olhei o celular e achei na conversa dele com meu pai a senha do alarme, anotei na minha mão e subi para pegar minhas coisas.

-Amor, vamos? Lembra que vamos passear? - Chamei pelo neném que me olhou sorrindo, coloquei a mochila dele nas costas do próprio e peguei a malinha.

- Ebaa Mamãe!!! - Ele estava empolgado.

-Shiii querido precisa ficar quietinho. - Segurei ele firme e o cobri com a manta, desci e finalmente sai dessa prisão, peguei um ônibus para a rodoviária e comprei as passagens.

Devem querer saber como eu vou conseguir fugir com um bebê sendo que sou menor de idade ainda, é bem simples, eu consegui forjar a minha documentação, praticamente estou fingindo ser minha mãe, depois que meu pai começou a coletar meu sangue eu consegui arrumar os papéis para passar a guarda para minha avó, e misturei eles com uns da empresa que estava em seu escritório, ele assinou sem saber, desde então a guarda do León pertence a vovó flora, que fez um acordo comigo, se eu me mostrar responsável durante esse tempo que eu morar com ela, quando fizer dezoito ela vai passar a guarda dele para mim, é claro que vou fazer de tudo para continuar com ele, não vou deixar ele sofrer nas mãos de estranhos.

Chegando na casa da minha avó chorei muito, chorei tudo o que eu segurei durante esses meses, conversamos e ela me disse para descansar, e assim fiz.

Eu voltei a estudar, minha avó já tinha cuidado da minha matrícula, aqui na cidade todos conhecem a Vovó, ela é dona de um restaurante, e todos amam a comida dela, a diretora do colégio é amiga dela e isso facilitou tudo. O León ficava com a vovó durante meu período na escola e quando eu chegava eu ficava com ele, e quando ele dormia eu estudava.

Estávamos bem e isso era o que importava, claro que eu não fiquei só nessa rotina, fiz uma amiga, depois que nos conhecemos melhor, vivíamos juntas, íamos ao parque fazer piquenique, ao parque de diversões, fomos em algumas festas aqui aos arredores, e também ela vivia dormindo aqui em casa, eu nunca dormia fora por causa do pequeno que acostumou a dormir junto comigo, ele dorme com a mãozinha em meu rosto, ou com a mão segurando minha blusa, acho que ele tem medo que eu o deixe sozinho…

Conversei com minha avó e decidimos que eu ficaria com a guarda dele quando tivesse 18 porque eu queria trabalhar para juntar um dinheiro para mim e para ele, não que fosse muito necessário já que até hoje a empresa do meu pai ainda deposita o dinheiro na conta, por sorte só gastei quando fugi de casa então tem uma boa grana lá.

Quando estava terminando meu ensino médio, um advogado veio procurar minha avó para falar sobre a herança da minha mãe, dá para acreditar que minha mãe tinha deixado uma herança para mim, o León e ainda deixou para minha avó. Isso iria ajudar bastante já que decidi fazer faculdade em Londres para ter mais opções de emprego, e a doida da Analu vai comigo.

Certo tempo depois comecei a fazer a faculdade de psicologia por aqui mesmo, até conseguir ajeitar as coisas em Londres para irmos. León é muito inteligente, está falando quase todas as palavras corretamente. Após passar três anos com minha avó, finalmente estava arrumando as minhas coisas para ir morar em Londres, consegui comprar um apartamento lá, é exatamente, juntou eu a Analu e a vovó e compramos um apartamento fica em um condomínio, não é lá uma coisa de rico, mas para nós já é o bastante, só pela segurança que vamos ter já valeu apena.

Já faz um tempo que chegamos em São Paulo, conforme o cronograma vamos ficar uma semana aqui para primeiro organizar tudo dos documentos, e também para minha avó poder vir buscar o carro. Nesses dias estamos ficando na casa dos tios da Analu, são pessoas boas, fizeram uma pequena festa de despedida, antes de partirmos, e como combinei com minha avó e a tia de Analu, caso não tenha como minha avó vir pegar o automóvel eu deixei a chave e os documento do veículo para eles levarem de volta a cidade onde os pais da Analu e minha avó moram.

Depois de já ter uma confirmação de que tudo está dentro das conformidades, finalmente estamos indo embora do país, agora é torcer para que tudo dê certo, e principalmente que meu pai não descubra onde estou.

11 horas e alguns minutos depois…

Estamos desembarcando na Inglaterra, consegui fazer o pequeno dormir quase a viagem inteira, enquanto ele descansava eu continuei estudando o idioma, eu fiz curso de inglês e estava quase concluindo o francês, por ainda preciso estudar um pouco mais, no entanto sei o bastante para me virar aqui n

o país.

Chegamos no apartamento quase 30 minutos depois de conseguir um taxi, não é tão perto do aeroporto. Assim que adentramos o local, eu tratei de ligar para casa, para avisar a vovó que havíamos chegado bem, no aeroporto eu comprei um chip daqui é claro, já que vou viver por aqui nos próximos cinco anos pelo menos.

Depois de uma longa conversa com minha vó levei o Léon para tomar um banho, iriamos a um mercado, fazer uma compra para durar as próximas duas semanas, já que seriam bem corrido os dias seguintes.

Geladeira e dispensa abastecidos, agora vamos descansar, amanhã vai ser um dia cheio, tenho que ir fazer a matrícula do neném em alguma escolinha, resolver as documentações da faculdade, e começar a procurar emprego também.