Júlia
Acordo e sinto tudo girando, lembro que Rael disse que o Bruno havia acordado e dou um pulo da cama
Mas sou impedida de sair do quarto pela Alana
Júlia: Eu tenho que ver o Bruno!
Alana: Mana, volta, a situação é complicada!
Caralho mas será possível!? No mesmo instante meu olhos inundam e começo a chorar e eu pensando que já nem tinha mais lágrimas, olha elas aí de novo
Alana: Calma mana, ele tá bem mas ainda é complicado vamos esperar o médico falar contigo Ju. Bah tu tem que te acalmar guria, tá muito nervosa tua pressão baixou muito, por isso desmaiou. Não come, não dorme, só chora. Calma que o pior já passou, fica aí e descansa!
Eu não posso perder o Bruno, não mesmo, essa já é a nossa terceira chance, não posso deixar ele escapar
Júlia: Capaz que eu vou esperar! Um c****e, eu vou até o Bruno sim!
Saio do quarto com a Alana atrás falando pra eu ir devagar que minha pressão baixou de mais e tenho que me cuidar e um monte de blá blá blá
Eu não sei bem onde estou, então vou entrando e saio de corredores a Alana continua falando mas não dou atenção até que ela me puxa pelo braço
Alana: O louca, onde tu vai guria?! Não é por aí!
Sigo minha irmã que me leva até a mesma salinha que estávamos antes, essa maldita sala de novo!
Agora está apenas o Menor e o Rael, me aproximo e sento a procura de uma ótima resposta
Júlia: E o Bruno?
Rael: Tá bem Ju, porém ele ainda vai ficar na UTI e vai fazer vários exames e tal, agora ele tá em um por exemplo. Nós todos vamos ter que ser forte Ju, ele não lembra de nada
Júlia: Mas como assim!? Tu já falou com ele? Como tu sabe?
Rael: Eu visitei ele hoje a tarde, antes do exame, o médico tá deixando ele o menos sedado possível. Ele lembra de muita pouca coisa
Ouço tudo atenta, mas o que me chama atenção é " hoje a tarde" como assim!?
Júlia: Como assim hoje a tarde? Não é madrugada não?! - eu apaguei eram umas 20:00 então agora deve ser madrugada, Rael sorri pra mim
Menor: Tu apagou faz tempo Ju, o Bruno voltou ontem a noite, agora já é outro dia e de noite.
Júlia: Então eu dormi quase 24 horas!?
Alana: Sim, quase isso - p***a!
Me preocupa o Bruno ter perdido a memória mas enfim, a gente tenta e tenta quantas vezes for preciso.
Alana insistiu pra mim ir até a lanchonete pra comer algo, então depois de ligar pra Amanda e falar um pouco com a Vitória eu fui, comi um pastel sendo obrigada, meu estômago tá em um oito, não consigo ingerir nada, pelo menos sem antes eu ter completa certeza de que o Bruno está bem.
Quando da 20:55 o médico diz que já posso ir ver o Bruno, ele continua na UTI, perguntei no caminho pro médico a previsão dele sair de lá e ir pro quarto mas o Dr. disse que não podia me dar uma resposta, que tudo depende do estado dele. Mas se continuar como está ele sai essa semana ainda. Me visto com a roupa do hospital pra entrar na UTI e logo vejo o leito em que o Bruno está, ele tá com os olhos aberto fitando o teto
Nossa a quanto tempo não vejo esses lindos olhos
Júlia: Oi amor - ele me olha e não diz nada, ele parece distante. Deve ter esquecido de mim
Bruno: Lembro dessa voz, mas não sei de onde - depois de um bom tempo ele sussurra - Amor? - pergunta confuso
Ele ergue uma sobrancelha e eu sorrio pro meu amor, é um sorriso em meio ao choro, choro esse de alegria.
Abraço o Bruno que continua imóvel
Júlia: Eu sou a Júlia, tua mulher e nós temos uma filha a Vitória
Bruno: Eu lembro desses nomes, eu tô confuso. Tá tudo estranho
Júlia: Tu vai ficar bem meu amor - dou um selinho no Bruno, que não se move, continua quieto me observando - Se tu preferir eu não te toco, fico de longe
Bruno: Não moça, você me acalma, eu gosto. Mesmo sem lembrar eu me sinto bem com você perto, sinto uma calma, uma leveza. É estranho esse sentimento, certeza de que te conheço a um tempão
Pego na sua mão e beijo a mesma, meu pesadelo se desfez, meu Bruno está bem, e logo fora daqui.
O Bruno me pergunta várias coisas, ele nunca falou tanto na vida eu acho, o Bruno sempre foi muito quieto fechado. Esse lado dele tava esse tempo todo escondido, agora sei de onde a Vitória herdou essa mania de falar.