O sinal bateu, anunciando o fim da última aula do primeiro dia da primeira semana do mês. Na quinta-feira, fariam quatro meses que eu havia chegado. Olhando para o dia em que cheguei, cheia de medo, dúvidas e muita animação por estar na USC, eu não poderia imaginar que eu estaria sendo tão feliz e tão completa. Se eu tinha alguma expectativa sobre como seria minha vida, todas elas com certeza foram ultrapassadas. Eu tinha amigas, amigos, Breno sempre vinha me ver quando as coisas em casa permitiam e eu tinha... Nico.
Peguei meu material e sai da sala, acompanhando a fila dos outros vários universitários apressados para descansar. Eu passei o fim de semana jogada na minha cama, mas eu queria muito voltar pra ela e dormir por quanto tempo fosse possível.
— Como foi a aula? - a voz de Nico entrou em meus ouvidos, fazendo minha espinha gelar.
— Nicolas? Ah, oi... - ri sem graça. Ele estava no meio do corredor, me olhando com um sorriso enorme. Nós vivíamos juntos, mas pessoas estavam comentando o tempo todo sobre isso, mas mesmo assim, eu queria me enfiar em um buraco sempre que toda a atenção se voltava pra nós. Pra mim. - Ahn, foi boa. Você sabe. Fórmulas e mais fórmulas.
Ele se aproximou e passou o braço sobre meus ombros, colocando outra mão no bolso dianteiro da calça jeans preta dele. Começamos a andar no corredor. Eu estava morrendo de vergonha, mas eu gostava daquela sensação boa. Me senti no colegial outra vez.
— Eu vi e lembrei de você, pensei que pudesse gostar - ele me entregou uma florzinha branca. Uma Margarida. Eu sorri apaixonada. Pela Flor!
— Nicolas... - eu olhei para a florzinha e em seguida pra ele. Seu olhar estava cheio de espectativa. - É linda, obrigada. - foi o que eu disse, resistindo a vontade de ficar na ponta dos pés e beija-lo. Eu não ia fazer isso na frente de toda aquela gente.
— Dá próxima, eu vou trazer um buquê, daqueles gigantes.
— Eu realmente gostei dessa - eu segurei a florzinha entre os dedos.
— Como foi o fim de semana? - perguntou quando finalmente saímos do prédio.
Eu franzi a testa. Tínhamos nos falado por mensagem todo o domingo. Não foi bem uma conversa. Oi. Tudo bem? Tudo sim, e com você? Tudo também. Tá fazendo o que? Nada, e você? Nada também. É. Não foi uma das melhores conversas. Nem de longe.
— Eu passei ele com as meninas, foi até legal, sabe. Mas eu já estava irritada de ver a Amanda suspirando a apaixonada pelos cantos, juro por Deus! - bufei o ouvindo rir — Ela e Jessie ainda me forçaram a assistir filmes de romance! Eu passei o domingo vendo filme de romance!
A risada do Nico foi alta e calorosa, acabei rindo junto com ele. Bobo.
— Nico! - uma garota que mais parecia uma boneca se aproximou. Ela era baixinha, branca, tinha cabelos escuros que pareciam ter sido acabado de ser escovados no salão. Eu não a conhecia — Quanto tempo! Por que nunca mais foi no meu quarto, lindinho?!
Nico ficou sem graça e limpou a garganta, parecia procurar por palavras.
— Eu vou indo... - avisei me afastando dele com passos largos, ouvi ele me chamar, mas o ignorei.
Eu já estava longe o suficiente e parei um pouco, foi então que vi o seu carro. Me senti m*l pelo que tinha feito. Você se comportou como uma criancinha, Samantha! Parabéns! Depois de me xingar mentalmente algumas vezes decidi consertar aquela m***a.
Caminhei até seu carro e sentei no capô. Avistei de longe Nico. ele se aproximava rápido. Estava quase correndo. Se não estivesse me sentindo m*l pelo que tinha feito, ia acabar indo dele.
— Samantha! - Nico respirava com dificuldade, ofegante — Poxa, deixa eu explicar... - ele disse parando na minha frente com as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego. — Olha...
— Nico, tá tudo bem, Okay?
— Está?
Assenti e pulei do capô, ficando na frente dele.
— Mas nós precisamos conversar e deixar algumas coisas um pouco claras, por que tá tudo muito recente e eu acho que nem você sabe como agir ou como levar isso.
— Sam...
— Escuta, Nicolas. - segurei seu rosto macio entre minhas mãos, aquele gesto o pegou de surpresa, pude ver o espanto em seu olhar, mas ele sorriu todo bobo. — Eu não sou sua dona, nem você é o meu... Você tem um passado e eu não posso te proibir de ter amigas, até porque, eu tenho meus amigos também. Eu não quero, de jeito nenhum, que você mude seu jeito de ser por mim... Mas Eu quero honestidade. É só isso que eu te peço. Seja honesto comigo, por favor... - suspirei. — Se você não consegue ser fiel ou não gosta de compromisso, eu entendo, só, não queira ter um relacionamento comigo assim, eu não admito isso, se não tem maturidade pra ter um comprossimo sério, não forme um...
— Eu gosto de você, Samy - dessa vez, ele quem encaixou meu rosto em suas mãos grandes — Eu gosto de você, pra c*****o, eu sei que é cedo e eu sei que você pode não me corresponder na mesma intensidade, mas eu estou disposto a fazer tudo pra nós darmos certo. Eu sou totalmente honesto com você, eu te disse coisas que ninguém sabe... - eu senti a sinceridade em suas palavras e senti meu coração apertar ao mesmo tempo que as borboletas ganhavam vida em meu estômago. — E, eu quero muito um compromisso sério com você, eu sei que você falou pra irmos com calma, só que eu não consigo! Eu não quero ir com calma! Eu quero que você seja minha namorada e eu quero que todo mundo saiba!
Ele esperava uma resposta minha, mas eu não sabia o que dizer. As palavras dele mexeram com as minhas estruturas. Ele sempre mexia comigo, mas ali, naquele momento, eu senti uma parte das minhas barreira serem a rrastadas pela correnteza formada por meus sentimentos.
Olhei para seu rosto bonito, seus olhos verdes, seus lábios e fiz a única coisa que eu queria naquele momento. Eu o beijei.
Foi lento no começo, suas mãos foram de encontro a minha cintura exposta e as minhas até seus ombros largos. Mas as coisas começaram a esquentar quando invadi sua boca com a minha língua. Nos separmos por falta de ar.
Eu ri com vergonha, percebendo que as pessoas passavam por nós como se nada tivesse acontecendo. Noah pareceu não se importar e me abraçou apertado.
— Pode ser cedo demais para te dizer isso, mas você me faz querer e pensar coisas, que, por Deus... - ele sussurrou em meu ouvido.
Você também me causa isso, garoto e******o.