NICO
Olhei meu reflexo no espelho, satisfeito com meu estado, sorri. Eu estava bem vestido, cheiroso, com hálito fresco e totalmente nervoso. E tudo aquilo por causa de uma garota. Mas não só uma garota.
Eu quase apanhei por ela e sinceramente, teria válido a pena, embora eu nunca tenha gostando de brigar. Liam é o cara das brigas, eu nunca dei um soco em ninguém.
Saí do meu quarto e dei de cara com um Jason desanimado. Ele fazia m***a e depois ficava assim, mas Jason não fazia por querer, ele simplesmente o Jason e fazer besteiras está em seu DNA.
— Vai se desculpar com a Amandinha hoje?
— Vou. - ele admitiu, me surpreendendo. Ele nunca admitia. — Eu quero que dê certo cara, de verdade. - disse enquanto descíamos as escadas. — E você? Se arrumou todo assim pra Elisha?
— Samantha... - eu o corrigi. Jason sempre soube muito bem como era minha minha relação com a Elisha, mas ele fazia graça só pra me irritar.
— Tá apaixonado por ela ou é impressão minha? - debochou. - Quantas vezes beijou ela, Nico? - fiquei em silêncio — É. Imaginei. Não muitas.
— Isso não significa nada, você sabe - murmurei.
— E a Elisha? O que vai ser dela?
— A Elisha sabe de tudo que tá rolando, Jason. Ela é minha melhor amiga, então, faz o seguinte, para de meter ela na minha vida amorosa...
— Ela mesma se mete, Nico. - Klaus, que estava jogado no meu sofá disse. Ele dormia em um prédio do campus, mas passava mais tempo na minha casa do que nas suas aulas. Eu não sabia porque ele ainda não tinha vindo morar comigo e Jason. — Ela se apresenta até no inferno como sua namorada, você pode gostar dela o quanto quiser, mas tem que aceitar que ela é uma cobra, só se preparando pro próximo bote...
Revirei os olhos ignorando Klaus. Não era novidade que ele não gostava de Elisha e vice-versa. Eles não eram capazes de ficar em uma sala por mais de dez minutos sem começar uma briga totalmente sem sentido.
— Alguém por acaso deixou um vidro de perfume cair no chão? Meu Deus! - Liam perguntou entrando em casa. Ele trazia uma caixa com muitas bebidas. - Dá pra sentir o cheiro daqui, mano.
— Nada disso, Liam. - Jason deu tapinhas nas minhas costas. - Só a água que acabou e nosso amigo Nico decidiu tomar banho com perfume mesmo. - ele se jogou no sofá ao lado de Klaus.
— Esse nem é o perfume favorito da Elisha - ele disse genuinamente confuso e eu bufei.
— Não tem nada haver com q Elisha, tudo isso é pra uma morena que ele está apaixonado - Klaus cantarolou.
Odeio meus amigos.
— E ela tá com esse moral todo, Nico? - Liam perguntou colocando a caixa no chão para me encarar.
— Sim. Ele tá fudido por ela. - Jason quem falou e recebeu como resposta meu dedo do meio.
— Vão se fuder, seus desocupados - peguei a chave do meu carro que era um conversível preto, uma BMW série 4 que eu adorava. - Eu vou buscar minha garota. - disse e saí batendo a porta forte.
×
Antes mesmo de parar o carro em frente ao prédio do dormitório, onde as meninas viviam, eu vi Samantha junto com Jessie e Amanda, todas conversando e rindo alto enquanto saiam do prédio, chamando a atenção de algumas pessoas que passavam, mas as três não pareciam se importar muito com isso.
— Uau, chegou na hora... - ela brincou quando eu abri a porta da frente pra ela entrar.
— Sou pontual, querida - dei dois beijos em sua bochecha e ela fez o mesmo, só então entrei de volta no carro. Liguei o carro e dei a partida, Samantha tomou conta do rádio e colocou músicas lantinas que ela tanto gostava.
As três cantavam as músicas animadas, jogavam os braços pra cima e gritavam animadas. E eu só ria.
Estacionei o carro em frente a minha casa. Algumas pessoas já haviam chegado.
Sabina tirou o cinto de segurança, mas na hora dela sair, eu segurei seu braço, a impedindo de abrir a porta.
— Vão na frente, já alcanço vocês - Samantha disse para Jessie e Amanda, que trocaram um olhar malicioso entre si e rapidamente nos deixaram a sós. Não precisava de muito para saber que elas apoiavam nosso lance. — O que houve? - ela perguntou quando as duas já estavam longe o suficiente.
— Você não me respondeu.
— Não?
— Antes do seu primo querer me assinar....
Ela soltou um risinho cheio de provocação...
— O que você quer saber, Nicolas?
Suspirei. Eu amava como ela pronunciava meu nome. Me deixava... com vontade de fode-la com força apenas para ter certeza de que ela nunca o esquecesse.
— Vai me dar uma chance? - perguntei mesmo que dizer aquilo fosse totalmente fora da minha realidade. As que garotas diziam aquilo pra mim, enquanto me faziam gozar. Eu nunca estive nessa posição antes... Era estranho, mas eu realmente não me importava em deixar meu orgulho de lado por ela.
— Nicolas , eu vou ser sincera com você - ela fez uma pausa, virando o corpo para ficar de frente pra mim — Meu último relacionamento não foi mil maravilhas e isso mexeu comigo. Ainda mexe. Eu não quero te dar falsas esperanças. Eu sinto que não estou preparada ainda para me entregar novamente a alguém. Você procura algo irreal, e eu acho que eu não tenho isso, porque simplesm....
— Você tem medo - interrompi seu discurso, concluindo seu pensamento. Eu não estava disposto a perder ela. E não iria. Eu ia conquista-la. Eu era Nicolas Goodwill, eu podia conquista-la.
— Sim. - assumiu — Eu tenho medo de não ser o que você procura, medo de me machucar outra vez...
— Samy... - coloquei uma mecha escura para trás da sua orelha e segurei sua bochecha, fazendo carinho com o polegar em sua pele macia — Eu sei que faz pouquíssimo tempo, mas eu realmente quero você, e não tô falando só de sexo... - ela riu revirando os olhos. — E quanto a não se machucar, eu vou fazer de tudo pra isso não acontecer.
— Nico, eu não estou pronta pra isso. Não sei se vou ser uma boa companhia. - Se esquivou mais uma vez. Eu pude notar a tristeza no seu olhar, mesclada com o medo. Mas ao mesmo tempo, eu via algo a mais, eu via alegria, desejo, talvez? Céus!
Essa mulher é confusa.
Então, eu tomei a iniciativa. p***a. Ela diz que não quer mais me olha como se pedisse pra ser devorada.
Enfiei minha mão em sua nunca e avancei, tomando sua boca pra mim. Ela correspondeu com intensidade. Não foi como das outras vezes, em que ela ficou com medo ou surpresa. Ela apenas me beijou com vontade. Retribuindo tudo que eu dava a ela.
— O que disse? - eu ri ainda com os lábios nos seus.
— Eu não me lembro.... - ela sussurrou contra minha boca e eu ri. — Só vamos com calma.
— Calma - eu me afastei para olha-la. — Certo. Eu posso fazer isso.
— Ótimo.
Foda-se. Não posso.
— Então, agora... - limpei a garganta, sinto-me completamente i****a. - Você é minha garota? - quis saber. Eu nunca havia perguntado isso a alguém antes e a frase pareceu incrivelmente tosca, mas era tarde demais, eu já havia falado.
Apesar da pouca iluminação, pelo sorrisinho dela, deu pra perceber que eu tinha ficado com vergonha.
— Gosto quando fica com assim... - ela disse erguendo meu queixo com o dedo indicador, ainda sorrindo satisfeita com aquela situação embaraçosa. — E sim, acho que sou sua garota.
— Então, quer dizer que eu posso te beijar a hora que eu quiser? - perguntei. Era meio e******o. Mais eu me sentia uma criança ao seu lado.
— Você já faz isso.
Rimos.
Não era verdade. Se eu a beijasse sempre que quisesse, ela não teria tempo para dar esses sorrisinhos cheios de provocação ou sequer, respirar.
— Não quero perder a festa. - ela disse após alguns instantes de silêncio, enquanto eu encarava sua boca.
Me virei pra abri a porta, mas Samantha me chamou, quando eu virei, dei de cara com ela com um sorriso travesso no rosto.
— Se você pode, eu também posso.
E eu ri bobo, feito um criança, mas ela me calou cobrindo minha boca com a sua, em um beijo calmo, mas exigente, que não durou quanto devia.
— Você pode tudo que quiser - eu disse e ela assentiu, estávamos ambos, sem fôlego. Ótimo jeito de começar a festa!