Victor Luxemburgo
Hoje completa um mês que o Domenic morreu. Quando recebi a notícia de que sua casa estava pegando fogo eu fiquei desesperado, e tudo desmoronou quando descobri que ele morreu. Apesar de tudo, eu e o Domenic fomos criados juntos e desde sempre fomos irmãos, a morte dele pra mim foi mais triste do que a morte do meu próprio pai.
Minha mãe ainda é viva, porém mora no interior da Alemanha, ela decidiu que iria pra lá assim que eu assumi meu lugar como consigliere. Independente do quão r**m o meu pai era, ele nunca bateu na minha mãe e apesar dele nunca ter demostrado publicamente, ele a amava incondicionalmente. Ele era contra o estupro, o que era uma opinião muito diferente do pai do Domenic e essa para mim era um dos poucos motivos que me fazia ter orgulho de chamá-lo de pai.
Minha vida sempre foi voltada para o meu treinamento e para a minha ingressão oficial a máfia como m****o de alta importância. Já acreditei no amor e me fodi, isso de casamento ou felizes para sempre não existe, amar apenas meus herdeiros e a máfia. Uma mulher/esposa ? É importante para a formação de uma família e fundamental para um lar estável, elas não são um saco de pancada, mas também nada além disso. Foi isso que eu aprendi com o tempo.
No dia seguinte a morte do Domenic, foi rapidamente convocada uma reunião pelos outros integrantes e associados da máfia para saber quem ficaria no seu lugar, os velhos não perdem tempo mesmo. Como todos sabem eu fui o escolhido, deixei a Helena voltar para o Brasil com seus filhos, muitos não gostaram da minha decisão, porém os lembrei que era eu que estava no comendo agora e era a mim que eles obedeciam. Ela voltou para seu país e eu cuidei de preparar uma casa segura em um bom condomínio, obviamente mandei uns seguranças para fazerem a sua segurança e a das crianças, mas nada além disso. Entendia perfeitamente o que ela havia passado e que agora merecia sua liberdade de volta, coisa que nunca deveria ter sido tirada.
Ainda não superei a morte do meu amigo e ando descontando tudo na bebida, até conseguir por breves minutos esquecer a dor que sinto. A vida de capo também é muito difícil, mas estou me adaptando com o tempo.
" ? - Por favor Victor, acredita em mim eu nunca faria isso... -
Victor - Não quero saber de mais nada, você irá morrer ! -
? - Não ! Me houv... - Tiro. "
Acordo assustado mais uma vez, de novo esse pesadelo. Estou fadado a isso pelo resto da vida, essa é minha punição. Amor... Amor... Amor.
Eduardo - Bom dia senhor ! - Cumprimenta meu soldado de confiança enquanto eu tomo uma xícara de café.
Victor - Bom dia Eduardo, hoje não vou precisar de você, bom, ao menos não pela manhã. Vou dirigindo para o trabalho. - Falo para ele que apenas assente com a cabeça e sai da sala de jantar.
Victor - Algum problema Dona Jana ? - Pergunto para a senhora que me viu crescer.
Ela me encara com os olhos semicerrados, a preocupação e irritação no seu olhar são perceptíveis.
Dona Jana - Você só vai comer isso menino ? -
Questiona se referindo a minha xícara de café.
Dona Jana - Como você vai ficar em pé até o almoço ? Como você vai se cuidar desse jeito ? Como você vai se proteger dos bandidos ? Esse mundo está cheio de violência. - Fala e eu seguro a risada.
Victor - Eu sou um bandido também Janinha, não se esqueça disso. Até mais ! - Lhe dou uma piscadela e a escuto resmungar. Ela odeia quando eu a chamo de " Janinha ".
Safira - Bom dia chefinho. - Cumprimenta a funcionária que vive dando em cima de mim, essa daí eu nunca peguei. Ela é bom bonita não vou mentir, mas não quero ter uma f**a de uma noite morando comigo. Não me relaciono com funcionárias.
Victor - Já disse para parar de me dar esses apelidos, você vai acabar no olho da rua. - Aviso e sigo meu caminho a deixando sozinha na sala de estar.