— Perséfone!!! — ouço minha mamãe gritando meu nome. Será que ela ainda não entendeu que eu já era uma mocinha e sabia me virar sozinha?
— Te encontrei! Meu amor, você sabe que não pode vir para a floresta sozinha, somente acompanhada de mim ou do seu pai — ela para na minha frente respirando muito rápido e coloca as mãos nas costas, mamãe ultimamente estava sempre com dor e sua barriga grande parecia que ia cair no chão de tão grande!
— Eu sou uma mocinha! Meu papai disse!
— Querida, você só tem 5 anos! — uma borboleta bonita com cores azuis nas asas pousa na minha mão e mostro para mamãe.
— Olha mamãe, que bonita!
— É linda! Agora vamos voltar e mostrá-la para o seu pai, que tal?
— Vamos, mas acho que papai vai gostar dela assim — aperto a borboletinha na minha mão e ela morre — Olha como ela tá melhor assim mamãe — mostro meu trabalho com orgulho.
— Meu Deus... — mamãe parece triste e sinto muita vontade de chorar. Por que ela tá triste comigo? — Você é a cópia do seu pai, não tem nada de mim.
— E isso é r**m mãe?
— Claro que não, meu amor — mas eu não tava acreditando muito nela.
Quando crescesse queria ser como meu papai!
Volto atrás da mamãe e vejo meu pai parado na frente da árvore de folhas coloridas que ele enterrou meu irmão muito antes de eu nascer. Corro e mostro meu trabalho pra ele.
— Olha papai! — ele observa atentamente para a borboleta e depois olha para mamãe.
— Axel, ela matou uma borboleta!
— Ela ia me picar! — digo emburrada, mamãe estava estragando tudo!
— Perséfone, borboletas não picam — papai diz, com carinho ele pega a borboleta e coloca ela embaixo da árvore colorida — Hoje vou te ensinar uma lição muito importante. Não castigamos para aqueles que nunca fizeram m*l para a gente. Você entende? — balanço a cabeça para papai dizendo que entendi sua lição — Vamos deixar a borboleta descansando com seu irmão, certo?
— Sim! — ajudo papai a cavar um buraquinho e colocamos a borboletinha ali.
— Querida, tenho outra lição para você — papai sorri, pega minha mão e começamos ir para dentro de casa.
— Qual, pai?
— Sempre punimos aqueles que nos fizeram m*l. O que acha de visitarmos sua tia hoje?
— Obaaa, eu quero muito papai!
Papai me pega no colo e sorrimos um para o outro.
Amava tanto ele e adorava quando me levava pra visitar titia.
Ela fez muito m*l pra gente e precisava ser castigada toda semana.
Ahhh titia... Me espera que eu to chegando...
“O que seu pai ainda não sabia é que ela seria Perséfone: a rainha do submundo...”