Passado

476 Words
— Perséfone!!! — ouço minha mamãe gritando meu nome. Será que ela ainda não entendeu que eu já era uma mocinha e sabia me virar sozinha? — Te encontrei! Meu amor, você sabe que não pode vir para a floresta sozinha, somente acompanhada de mim ou do seu pai — ela para na minha frente respirando muito rápido e coloca as mãos nas costas, mamãe ultimamente estava sempre com dor e sua barriga grande parecia que ia cair no chão de tão grande! — Eu sou uma mocinha! Meu papai disse! — Querida, você só tem 5 anos! — uma borboleta bonita com cores azuis nas asas pousa na minha mão e mostro para mamãe. — Olha mamãe, que bonita! — É linda! Agora vamos voltar e mostrá-la para o seu pai, que tal? — Vamos, mas acho que papai vai gostar dela assim — aperto a borboletinha na minha mão e ela morre — Olha como ela tá melhor assim mamãe — mostro meu trabalho com orgulho. — Meu Deus... — mamãe parece triste e sinto muita vontade de chorar. Por que ela tá triste comigo? — Você é a cópia do seu pai, não tem nada de mim. — E isso é r**m mãe? — Claro que não, meu amor — mas eu não tava acreditando muito nela. Quando crescesse queria ser como meu papai! Volto atrás da mamãe e vejo meu pai parado na frente da árvore de folhas coloridas que ele enterrou meu irmão muito antes de eu nascer. Corro e mostro meu trabalho pra ele. — Olha papai! — ele observa atentamente para a borboleta e depois olha para mamãe. — Axel, ela matou uma borboleta! — Ela ia me picar! — digo emburrada, mamãe estava estragando tudo! — Perséfone, borboletas não picam — papai diz, com carinho ele pega a borboleta e coloca ela embaixo da árvore colorida — Hoje vou te ensinar uma lição muito importante. Não castigamos para aqueles que nunca fizeram m*l para a gente. Você entende? — balanço a cabeça para papai dizendo que entendi sua lição — Vamos deixar a borboleta descansando com seu irmão, certo? — Sim! — ajudo papai a cavar um buraquinho e colocamos a borboletinha ali. — Querida, tenho outra lição para você — papai sorri, pega minha mão e começamos ir para dentro de casa. — Qual, pai? — Sempre punimos aqueles que nos fizeram m*l. O que acha de visitarmos sua tia hoje? — Obaaa, eu quero muito papai! Papai me pega no colo e sorrimos um para o outro. Amava tanto ele e adorava quando me levava pra visitar titia. Ela fez muito m*l pra gente e precisava ser castigada toda semana. Ahhh titia... Me espera que eu to chegando... “O que seu pai ainda não sabia é que ela seria Perséfone: a rainha do submundo...”  
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