Paraíso perdido
Autora Diene Médicci
Continuação do livro " Paraíso sombrio ", disponível aqui no aplicativo Dreame!!
Rebeca se viu sozinha e perdida, nada mais seria como antes e ela sabia disso, poderia voltar pra casa, para a antiga vida, mais não ia adiantar. Quando ela estava desistindo de tudo, depois de se decepcionar com a verdade até então dita sobre sua história, ela decidi voltar pra casa, ao ver o Noah em seu caminho, decide pedir ajuda, pra ir embora, para um lugar longe novo, recomeçar. Ao ouvir ela dizendo que já é uma garota morta caso fique, ele então aceita ajudar e fala
- Tenho certeza que vou me arrepender disso!
Ele então a leva junto, estava chovendo muito um temporal, ambos ficaram muito molhados, ao entrar no carro ela respirou aliviada, falou " obrigado " ele respondeu irônico
- Não é por você, é pela minha irmã, não ache que vou facilitar as coisas pra você Rebeca. Quer um lugar, um emprego, eu te dou. Mais faz a sua parte tá bom?! Você não quer vacilar comigo, porque diferente do seu amigo, eu não tolero traição nem mentiras. Pode falar que não tem medo, você é nova gosta de arriscar, mais se me deixar na mão, vai ser uma vez só. E eu vou fazer com que você aprenda a não fazer isso. Entendeu?!
Ela balançou a cabeça que sim, ele continuou falando
- Me dá seus documentos aí, RG, CPF, se vai andar comigo não pode nunca pensar em fugir sumir sem me avisar, tenho muitos inimigos e acredite, qualquer um deles adoraria usar uma menina como você, pra me provocar. Por isso estou indo embora!
Ela perguntou se era por isso que a Aisha tinha sumido, ele respondeu estacionando em um posto de gasolina em uma cidade vizinha
- É, pelo bem dela. Se quiser pode desistir, ainda dá tempo, mais não posso ficar esperando.
Ela falou que não ia desistir, ele respondeu sério
- Os documentos, me dá então!
Ela sorriu irônica, falou que não tinha, ele respondeu
- Como não tem? Não trouxe? Fugiu sem os documentos? Tá achando graça? Como vamos viajar assim? É melhor você ficar, eu te ajudo por um tempo, mando dinheiro, isso não vai dar certo.
Ela falou chateada mexendo na mochila
- Desculpa, eu não tenho documentos, só tenho a certidão de nascimento, tá aqui, pode ficar.
Com espanto e estranheza, ele pegou olhou, falou guardando no porta luvas
- Vou comprar alguma coisa e já volto, fica aí e não mexe em nada, aproveita pra se trocar, tá toda molhada tremendo de frio, eu mau consigo pensar direito com você batendo os dentes.
Ela estava ardendo em febre, se trocou sozinha no carro, ele voltou com um salgadinho e uma garrafa de água, deu pra ela, falou que iriam pra mais longe, que ela podia dormir se quisesse, ela ficou quieta tomou um pouco da água, junto com remédios para dor, ele perguntou oque eram aquelas pílulas, ela disse
- Calmantes naturais, eu não consigo mais dormir, e como estava sozinha achei que fosse melhor me manter alerta.
Ele falou surpreso
- Quantos dias você ficou por aí? Não tinha mesmo pra onde ir? Nenhum familiar?
Ela pensou em dizer a verdade, pelo menos uma parte, mais respirou fundo e falou
- Mais de uma semana, sei lá, perdi as contas. Sempre fomos só nós dois, minha mãe me abandonou quando eu era muito pequena e eu não quero ela de volta na minha vida. Se é que está viva, sei lá, não me importo.
Ele ficou quieto, logo ela pegou no sono, foi o período mais longo que ela dormiu desde que seu pai foi internado e veio a falecer, depois de horas de viagem madrugada a dentro, ele parou em um motel, acordou ela quando o carro já estava na garagem, falou sem rodeios
- Rebeca acorda, anda, Rebeca?! Não sei porque foi tomar essas porcarias!
Ela respondeu sonolenta
- Oque foi? Calma! Tô acordada.
Ele disse que ia precisar sair, falou que estavam muito longe de casa e que ela ia ficar sozinha um pouco, sugeriu que ela tomasse banho e comesse porque depois seriam muitas horas de viagem, mandou ela descer, ficou sentado no carro só esperando, antes de entrar no quarto, ela olhou para trás com a certeza de que ia ser abandonada mais uma vez, falou pra ele apreensiva
- Você vai me deixar?
Ele disse que não, ela respondeu virando as costas pra ele
- E se fosse é lógico que não avisaria, né?!
Ele falou antes de ligar o carro
- Eu não costumo fazer essas coisas, oque tiver que falar, vou logo dizendo na cara. Sei que é difícil, mais você vai precisar confiar em mim, pelo menos um pouco, tenho uma reunião e não posso ser visto com ninguém. Eu volto, aproveita pra descansar, você tá segura aqui!
Ela ficou quieta entrou na suíte surpresa, era a primeira vez em um hotel bom, ela jogou a mochila no chão, deitou na cama se olhou no espelho do teto, com estranheza se sentou rápido, olhando ao redor, viu que estava em um motel na verdade, se não fosse pelo mau estar ela teria ido olhar o quarto melhor, tirou os sapatos deitou de novo, logo levantou pra tomar remédio, bebeu um suco que tinha no frigobar imaginando que era cortesia, ela decidiu tomar banho, lavou as roupas no chuveiro, estendeu no banheiro e nas cadeiras, de calcinha e sutiã só sobrou o roupão do quarto pra vestir, estando doente, tomando antibióticos combinados com remédios para dor, por conta própria, se alimentando mau, a pressão caiu e ela dormiu o dia inteiro, a noite comeu um pouco bebeu todo o suco que tinha lá e voltou dormir imendando a noite toda.
Somente no outro dia ela levantou, com tontura enjôo suando frio tremendo, passando mau, ao tomar os remédios com água, vomitou tudo, estava difícil ficar em pé por causa da fraqueza a pressão caindo, ela chegou dormir no chão do banheiro, por pouco não se afogou no próprio vômito, acordou com o Noah entrando no quarto chamando por ela, ele não foi direto no banheiro por respeito, nem imaginava oque estava acontecendo, ela fechou a porta tomou outro banho com dificuldade chorando, ao sair do banheiro vestida com o roupão escorada na parede, falou pra ele
- Não me deixa aqui, por favor!
Ele se aproximou rápido, segurou ela, perguntou oque estava acontecendo, ela foi desfalecendo em seus braços, começou falar coisa com coisa delirando, ele a colocou na cama, sentiu a temperatura, ela estava queimando de febre, ele ficou assustado sem entender, se arrependeu de ter levado ela junto, mais vendo o estado dela teve medo de simplesmente abandonar ela lá. Ele foi tentando conversar pra fazer ela despertar, colocou ela deitada de lado pra se caso vomitasse não se afogasse, muito rápido ele juntou todas as coisas dela, foi colocando no carro, pegou no porta malas um vestido, voltou para o quarto falou sentado próximo a ela
- Você precisa de ajuda, vou te levar no hospital, Rebeca tenta ficar acordada. Vou colocar uma roupa em você tudo bem?! Consegue me ajudar?
Ela resmungou que hospital não, se sentou segurando nele, ele abriu o roupão tirou a parte de cima, colocou o vestido, levantou ela e puxou para baixo, ela estava falando coisa com coisa, chamando pelo tio, pelo Neto, chegou falar o nome Suzan e pedia pra não deixarem levar ela. Ele a levou para o hospital, explicou que ela só tinha a certidão de nascimento porque era muito humilde, quando ele a pegou no carro e levou nos braços para dentro do hospital, ela entrou em pânico com medo, ele achou que era só um delírio, mais na verdade ela odiava hospitais, o médico plantonista achou tudo muito estranho, foi atender ela a sós, ela estava desidratada, com 40° graus de febre, ao notar os sintomas e checar respiração pressão, as suspeitas começaram aparecer, o " responsável " por ela disse que pagaria por tudo se preciso fosse, mais queria saber oque ela tinha e queria que ajudassem rápido, nos lapsos de consciência ela chorava muito aterrorizada com o lugar, as enfermeiras, as injeções, tiveram que prender ela na maca para não deixar ela se machucar, logo descobriram que ela estava com uma pneumonia silenciosa, o Noah falou que ela estava sem comer a dias pegando friagem, ele explicou a real situação da vida dela e passou segurança para o médico, também foi descoberto que ela estava com uma anemia profunda, por muito pouco o estado dela não se agravou, naquele estado facilmente ela poderia ir a óbito, o dia todo ela ficou sozinha no quarto amarrada, tomando remédios fortes direto na véia, ele ficou na sala de espera trabalhando no celular impaciente, a noite quando ela acordou um pouco melhor ainda amarrada, ele foi lá ver como ela estava e avisar que ia precisar sair, ela despertou nervosa um pouco dopada querendo se soltar, ele se aproximou até assustado, começou conversar com ela dizendo que ela estava segura lá, ela virou o rosto chorando evitando olhar pra ele, porque ele já havia dito que ia sair, ele falou sentido com a situação dela
- Você tá fugindo de alguém? Eu tô te ajudando, mais já te disse, você precisa ser sincera, se tem qualquer coisa que tá escondendo, precisa falar.
Ela continuou quieta, ele chamou a enfermeira pediu pra soltarem ela, estavam trocando de turno e não quiseram desamarrar os braços dela, ela falou sem olhar pra ele
- Você deve ter coisas mais importantes para fazer, vai embora Noah!
Eles estavam sozinhos, ele falou sério
- Você quer morrer? É isso? Ninguém vai te ajudar, se você mesma não fizer isso. Eu vou, mais eu volto! Você precisa confiar em mim, pelo menos por enquanto. Vê se não faz nenhuma besteira!
Ela ficou quieta e ele foi, deixou com ela apenas algumas roupas, produtos de higiene pessoal que ele comprou na farmácia lá perto, um pouco de dinheiro e um celular novo que só tinha o número dele, de resto ele levou tudo, os dois celulares dela, todo o dinheiro que ela carregava, quando ela viu ficou achando que ele nunca mais ia voltar, que ia querer algo em troca das coisas dela, passaram várias coisas ruins pela cabeça dela, como se não bastassem os problemas, ainda tinham as dores, a falta de ar, os efeitos colaterais dos medicamentos, de madrugada apareceu uma enfermeira nova, ela entrou no quarto olhando o prontuário, falou surpresa
- Olá, você deveria estar dormindo, vim verificar como está se sentindo.
A Rebeca ficou quieta olhando pra janela, a enfermeira se aproximou da maca, falou com espanto
- Está presa ainda?! Nossa que estranho, para ser esse tipo de paciente você está bem calma!
Ela respondeu irônica sem se mexer ou olhar para a enfermeira
- Você não sabe, posso te morder, ou te furar com a agulha do meu acesso. Imagina pegar uma doença terrível, aids, hepatite, sarna passa pelo sangue?
A enfermeira sorriu e falou surpresa
- Acredito que sim, quer continuar amarrada? Se estiver com insônia, posso dar uma medicação pra te ajudar dormir.
A Rebeca olhou pra ela e disse séria
- Não quero dormir.
Ela perguntou porque não, disse que ela precisava descansar, pra se recuperar logo, ofereceu uma bolachinha escondido, a Rebeca ficou quieta voltou olhar pela janela, a enfermeira saiu disse que voltava mais tarde, quando estava amanhecendo ela voltou, falou se aproximando da janela
- Você ainda está acordada? Vim fechar a janela, o sol vai começar bater aqui e vai te incomodar. Não quer mesmo um remédio pra dormir? Meu turno acaba em meia hora.
Ela respondeu
- Quero que me solte, por favor. Isso tá me machucando!
A enfermeira disse que soltaria se ela aceitasse tomar a medicação, se pelo menos tentasse dormir, ela falou irônica
- Dorme você, eu já disse que não quero.
A enfermeira falou irônica
- Eu não, vai que você me fura com a agulha do seu acesso.
A Rebeca olhou pra ela indignada com o deboche, revirou os olhos e deitou a cabeça olhando para o teto, a enfermeira saiu voltou com o café da manhã, falou enquanto soltava uma mão da Rebeca
- Vou sair hoje, tenho que ir na escola do meu filho, um saco. Você acredita que ele foi parar na diretoria? Ele só tem 6 anos. Eu devia ter estudado pedagogia, lidar com crianças é mais fácil do que lidar com adolescentes como você. Na verdade não conta pra ninguém, mais eu devia ter estudado medicina veterinária, porque eles não sabem reclamar de nada. Os animais?! Entende?! Toma seu café, se for vomitar o baldinho está aí do seu lado.
A Rebeca ficou quieta olhando para a bandeja, a enfermeira falou irônica com a mão na cintura
- Oque é? Quer que de na sua boca? Vai me morder ou me furar com essa colher de plástico?
Ela respondeu irônica
- Talvez. Posso te fazer uma pergunta?
A enfermeira disse que sim, se aproximou da cama ajeitando melhor a bandeja, a Rebeca falou
- Aqui é uma ala psiquiátrica?
A enfermeira a encarou e disse surpresa
- Não, porque? Você tem problemas psiquiátricos?
Ela balançou a cabeça que não, começou comer, a enfermeira se despediu disse que voltava a noite. Com muito esforço a Rebeca comeu um pouco, logo o médico foi lá, ela disse que estava melhor, pediu pra ser solta e pra ficar sem a sonda, ainda de manhã tiraram, ela dormiu um pouco quando começou bater sol na cama, acordou com o celular vibrando, era o Noah o único que tinha aquele número, ela atendeu e ficou quieta, ele perguntou se ela estava melhor, ela disse apenas que sim, ele respondeu
- Assim que der eu volto, você não tá bem e não vai conseguir trabalhar nem ir a lugar nenhum assim.
Ela continuou quieta, ele perguntou se ela ia fazer a coisa certa, porque se caso não fosse, ele não ia ficar ajudando com mais nada, ela falou que ia seguir as instruções do médico, perguntou da Aisha, ele respondeu
- Ela não sabe ainda, logo vocês vão se encontrar. Se precisar de alguma coisa me liga! Eu tô longe, mais logo vou te buscar, assim que você melhorar.