Vendida

Desespero

Acordo de madrugada com o sol a nascer, por mais que tente não consigo dormir como deve de ser, estou cansada, posso dizer que exausta até.. visto um casaco, coloco os fones e deixo um bilhete ao meu pai, é sabado e sei que se acrdar e nã me vir pode fcar preocupado. Resolvo ir correr, o bairro está calmo, é esta hra do dia que eu gosto de ir correr, está tudo mais tranquilo e sinceramente menos perigoso..

Saio á porta e sinto aquele vento gelado na face, hoje é daqueles dias que preciso do frio para me lembrar que por mais que a vida seja dificil eu tenho de me reerguer..

Comecei a correr, não me lembro de ter esta energia algum tempo, na verdade era a raiva e a furia daquelo homem que me fazia correr mais, a musica deixava-me apenas concentrada em mim e nos meus passos, um vazio que rodeava, uma escuriidão que ia clareando a cada minuto que por mim passava.

Como pode apenas um homem fazer o papel de um Deus, como pode ele pensar que manda na vida das pessoas, como pode ele aproveitar-se da dor e dos vicios de cada um para ganhar algo com isso?

Que odio que neste momento eu tenho daquele homem..

Corri mais rapido, fechei os olhos por um segundo apenas, mas naquele exato segundo cai de frente com alguém que vinha na direção contraria, a minha sorte é que ele segurou-me protegendo-me da queda, acabando por se machucar ele em vez de me deixar cair...

Olhei-o ainda em cima dele.... queria dizer algo em vez de estar calada a olhar para os seus olhos concentrados em mim...

-Estás bem?

Não disse nada, apenas pensei que queria mesmo voltar a vê-lo, mas não daquela maneira, cotinuava em cima dele, analisando o quanto tinha o rosto perfeito, a barba por fazer, o piercing na sobrancelha que não tinha reparado na noite que nos concemos, os dentes brancos e perfeitos, o queixo quadrado acompanhado pelo pescoço largo com a sua mação de adão a sobressair... de repente um misto de sensações quando ele ri ao perceber que estou bem fixa a olhar para ele....

-AHHHH... desculpa....

Apoiei a mão para sair de cima dele, mas as suas mão continuaram a abraçar-me ... como se não me quisessem largar, ergui a sobrancelha e ele resondeu com aquele sorriso de lado...

-Não me parece que tenhas vontade de sair...

-Só estava a olhar porque não me lembrava bem de onde te conhecia...

Ele começou a rir a gargalhada e eu não consegui não rir também, que desculpa mais parva a minha...

-Já me estás a reconhecer???

Perguntou a sorrir enquanto nos levantavamos e sacudiamos a roupa, acenei com a cabeça fazendo aquela minha pose de desconfiada assertiva, não sei porque fui dizer aquilo, mas foi a unica coisa que me veio a cabeça.

-Desculpa, não te vi...

-Não faz m*l Maria... mas já começa a parecer um habito caires em cima de mim, vou pensar que é de propósito...

Mordi o dedo, quando ficava nervosa tinha o habito de morder a pontinha do polegar e inconsciente fiz aquele movimento, mas o meu coração bateu mais forte quanto perrcebi que Dani me olhava, talvez fosse impressão minha, mas .... o olhar dele causou-me um desconforto agradável dentro de mim... tentei disfarçar e continuei a falar...

-Espero não te ter magoado...

-Não, mas ... vais ter de beber um café comigo...

-Não bebo café...

-Como não bebes café?

-Sei lá... não funciono muito bem quando bebo café...

Ficamos apenas quietos a olhar um para o outro enquanto o sol começava a aparecer e a atingir-nos....

-Bem Dani... tenho de ir...

-Para que lado?

-Vou para o jardim, gosto de correr fora do bairro, por isso faço este caminho e saio por ali e faço o corta-mato ate ao..

Calei-me... não sabia porque lhe tinha dto tudo aquilo, nem o conhecia direito..mas ele acabou a minha frase...

-Ao sr Felicio?

O sr Felicio era o dono do café do parque, aos sabados quando ia correr passava lá e ele dava-me sempre os bolos do dia anterior, fazia isso desde menina, na verdade ele era como um avô para mim. Respondi a Dani...

-Sim, costumo la ir, conheces?

-Sim... também gosto de lá ir... que achas de bebermos um chocolate quente?

Queria, eu queria dizer-lhe que sim, queria saber mais dele desde que me ajudou naquela noite, mas.. não queria ser apenas mais uma a cair de quatro devido aquele sorriso deslumbrante... por isso, e para deixar no ar aquele mistério tão nosso, apenas sorri, comecei a correr devagar e falei mais alto a medida que continuava o meu caminho..

-Talvez outro dia moreno... hoje não...

Não conhecia esta Maria .. sentia-me uma mulher sedutora perto dele, como se a sua presença desperta-se algo que nunca ninguem despertou, não olhei para trás mas ouvi-o dizer bem alto...

-Fico ansiosamente a espera que caias nos meus braços novamente Maria...

Abanei a cabeça a rir, mas não virei o rosto, acho que stava qualquer coisa a nascer entre nós, uma bonita amizade, ou... n

ao, não quero pensar em mais nada, até porque eu sei que as pessoas só gostam de nós enquanto precisam ou encontram alguém melhor e eu neste momento não preciso de mais problemas, preciso apenas de salvar a vida do meu pai... isso era o mais importante.. isso eu iia conseguir nem que fosse a uktima coisa a fazer...

Baixei o rosto e a magia que segundos antes tinham brilhado nos meus olhos apagaram com o ser gelado que eu na verdade era... tenho medo, muido medo de perder a pessoa que mais amo...

Chguei ao café, o sr Felicio estava a minha espera, sentado na mesa com o saco com bolos e um chocolate quente a arrefecer a sua frente...

-Então pequena como estás?

-Nada bem...

Abraçou-me deixando a pergunta no ar, sentamo-nos e expliquei-lhe tudo o que se estava a passar, precisava de desabafar e de pedir alguém ajuda a pensar...

Não contava com a sua reação, fcou mais furioso que eu..

-Temos de ir a policia....

Pegou num cartão que tirou da sua carteira..

-Liga para este detetive, ele é meu amigo, anda atrás do prtão ha muito tempo, pede-lhe ajuda, ele vai ajudar-te, promete-me que fazes isso..

Tive vontade de lhe dizer que sim, mesmo muita, mas... só quem lá vive sabe que não se fala com a policia, quem o faz, arrepende-se ... mais tarde ou mais cedo arrepende-me bastante.dei-lhe um abraço, agradeci e despedi-me com a maior gratidão de todas,..

É por pessoas assim que eu ainda acredito nos seres humanos e num mundo melhor...