– O que vamos fazer?

1021 Words
É possível sentir a tensão de todos os alunos ao redor do refeitório e não há uma alma aqui que não esteja ansiosa para o que a diretora vai dizer. Ela raramente faz pronunciamentos, então, quando ela faz, é motivo de espanto entre os alunos. — Depois de um estudo detalhado feito pelo Ministério da Magia, descobrimos a origem dos seres que estão atacando a nossa escola. Não é nada que já foi visto em nosso mundo ou no mundo humano, é uma nova raça. — A diretora diz e faz uma pausa. — Que diabos ela quer dizer com uma nova raça? — Pergunto sentindo os meus batimentos cardíacos.  — Dá pra criar uma raça? — Carson pergunta curioso. — Pelo visto, dá sim. — Tristan comenta olhando para a frente, na direção da diretora e eu acompanho o seu olhar. — Depois de muito estudo, foi comprovado que eles não são do nosso mundo. No primeiro estudo, o resultado do DNA deu mais de 70% de células humanas, oque deixou a todos muito intrigados. É de conhecimento geral dos alunos e pessoas do nosso mundo que só conseguimos ter algum poder mágico se o nosso lado mágico for mais que 50%. Era impossível que aquelas criaturas conseguissem passar pelo nosso escudo com uma porcentagem tão alta de DNA humano, então, decidimos fazer um estudo ainda mais aprofundado e ai que descobrimos o que está acontecendo. Alguém está criando uma nova espécie de monstro, ao qual nomeamos prófugos, e estão usando os humanos para isso. — A declaração é chocante e preocupante. O burburinho é geral no salão e a diretora se resigna a observar os alunos interagirem uns com os outros, todos preocupados e tensos com a nova noticia. — E mais essa agora. Será que não já temos muitos problemas para resolver? — Digo frustrado. Parece que ultimamente estamos em algum tipo de onda de má sorte, não é possível o tanto de coisas que andam acontecendo conosco ultimamente. — Vamos adicionar mais esse a nossa lista. — Candy diz. — Alunos, atenção. — A diretora bate uma palma para chamar a nossa atenção e todos se calam, menos Sarge, que se levanta chamando a atenção de todos. — Não se cria uma raça do nada, principalmente uma raça mágica. Tenho certeza que ela foi formada a partir de algo que vocês, com certeza, encontraram no DNA. — Sarge não pergunta, ele afirma e eu vejo que a diretora não estava esperando por isso. Ela engole seco e dá um sorriso amarelo para nós, se preparando para responder a nossa pergunta. — Você está certo, Sr. Macgiver. Todos vocês sabem que um humano não pode se tornar um mago, ele precisa nascer um mago, ou precisava. — Ela faz uma pausa dramática antes de continuar a falar e a ansiedade me mata. Ela deveria falar logo tudo de uma vez em vez de ficar matando os ansiosos com esse suspense. — Alguém está sequestrando os humanos e injetando neles o líquido do sortilégio, assim, criando uma nova raça do que podemos chamar de monstros mágicos.  — Líquido do sortilégio? — Maddie pergunta olhando para nós confusa. — É o nome dado ao líquido que é extraído da raiz de Yggdrasil. — Tristan explica. — E Yggdrasil é? — Maddie pergunta com a mesma expressão confusa. — Nós esquecemos que você não sabe. Yggdrasil é a árvore da vida e liga todos os mundos, sendo ela o eixo do mundo. — Sarge explica e Maddie parece compreender dessa vez. — O que está acontecendo é um crime grave contra o mundo mágico e também contra o mundo humano, portanto, peço a todos que continuem a tomar os devidos cuidados. Ainda não sabemos quais tipos de poderes essas criaturas têm, por isso, exijo cautela de todos. Agora que o assunto já veio a tona, podemos prosseguir com a nossa programação normal. Bom apetite a todos. — A diretora diz e senta-se em seu lugar e imediatamente o jantar começa a ser servido. — Estou arrepiado. — Carson diz se servindo de batatas. — Uma nova espécie de monstros? Como alguém teve essa idéia? —Sarge diz enquanto se serve também. — É uma ideia maluca que pode acabar com os mundos de forma colossal. Uma guerra pode começar se isso continuar. — Justin diz preocupado. — Não é atoa que Angurvadal brilhou, não é? — Maddie disse com um olhar significativo e eu concordo com a cabeça. — Aquela espada nunca erra. — Digo sem emoção. Gostaria de ser promissor e dizer que ela poderia errar uma vez na vida, mas eu mentiria para mim mesmo. — Mas nós bem sabemos quem é o autor de tudo isso. — Matt diz de cabeça baixa e eu faço uma careta. Deve ser bem difícil para ele saber que a mãe dele está por trás de todos esses ataques. — Matt... -- Maddie diz tentando consolá-lo e ele levanta a cabeça e nos dá um sorriso triste. —Tudo bem, é apenas a verdade. Preciso encará-la, você sabe, ela nunca foi um grande exemplo de mãe para mim. — Então, o que vamos fazer? — Candy pergunta chamando a atenção de todos. — Ficar fora dessa confusão. — Respondo imediatamente chamando a atenção de todos. — Como assim ficar de fora? Não dá pra ficar fora de algo assim, principalmente a gente. — Mathenna pergunta. — Dá sim e é isso que vamos fazer. Já temos muitas coisas para nos preocupar e não precisamos de mais uma. — Está tudo interligado, uma hora ou outra vamos ter que enfrentar esse lado da história, Kai. — Sarge diz e eu arqueio a sobrancelha para ele. — Você normalmente é sensato. — Digo admirado. — E você normalmente não pensa, não sei o por que decidiu fazer isso agora. — Sarge rebate. — Pareceu sensato pra mim. — Você não tem sensatez. — Justin responde imediatamente e eu o fuzilo com o olhar. — Não importa, vamos nos preocupar com isso quando chegar a hora. Mal sabia eu que a hora chegaria tão rápido.
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